Próxima etapa, depois do PELT, é buscar fontes de financiamento

A identificação de fontes de financiamento capazes de absorver os investimentos relacionados pelo Plano Estadual de Logística (PELT-RS) deverá ser a próxima etapa, a ser lançada pela Secretaria dos Transportes do RS, afirmou o engenheiro Vicente Brito Pereira, assessor de planejamento daquela pasta. “Precisamos usar esse instrumento que é o PELT, e fazer uma mudança institucional, criando, na Secretaria, uma diretoria de planejamento capacitada para executar esse programa”, completou o ex-diretor-geral do Daer do governo Yeda Crusius durante a apresentação dos Cenários do PELT.

Políticas públicas
Pereira fez questão de afirmar que o PELT representava para ele uma espécie de renascimento, pois lembrava seu trabalho no primeiro plano rodoviário, desenvolvido pelo Geipot, em 1965. “Na época, a questão do planejamento era vital, e isso perdurou até a década de 1980”, indicou. “Depois, ficou bem parecido com pecado mortal e os governos abandonaram a sua prática. Agora estou retornando à Secretaria de Transportes, e participando desse esforço.”

De acordo com Pereira, o planejamento é uma atividade de política pública de suma importância, porque se insere dentro de um plano de médio e longo prazo. Não trata apenas de um governo, mas do estado no sentido de nortear as ações de uma determinada área,  e deve ser consolidado o máximo possível em suas diretrizes básicas. “Por isso, o PELT é importante. O próprio governo está dando uma  demonstração de politica pública de estado ao absorver uma contratação  que foi feita no governo passado. Este governo encarou o PELT como politica pública de estado e isso poderá resultar em um instrumento eficaz de desenvolvimento da economia gaúcha, principalmente no setor de infraestrutura.”

Transporte multimodal

Outro ponto abordado por Pereira foi o transporte multimodal. “Esse é um assunto que se fala sempre e não se consegue absolutamente nada. Precisamos mudar a matriz de transporte, que é perversa no Brasil. O fato de o setor rodoviário predominar no transporte não pode ser criticado, devido ao abandono de outros setores. Resultado, o próprio governo deixou a rodovia resolver o setor de transporte do país. No entanto, apesar de ter resolvido de uma forma brilhante, a matriz atual não resolve as necessidades de maior eficiência. Por isso, precisamos trabalhar pelo transporte multimodal”

“A ideia não é simplesmente trabalhar em cima de projetos como está sendo colocado pelo PELT”, continuou. “Precisamos de ações concretas para complementar essa relação com os projetos.”   “Por exemplo, o setor ferroviário foi feito por um programa de concessões, na década de 90, que estabeleceu um desastre ferroviário. O programa foi lamentavelmente errado e nós todos estamos sofrendo esse processo até hoje, especialmente o Rio Grande do Sul. O RS foi mais penalizado e nós até hoje estamos sofrendo isso, o completo abandono do setor ferroviário gaúcho.”

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