Após queda em 2017, setor de implementos rodoviários projeta crescimento de 15% neste ano

Crédito: M. Scalco

Os fabricantes de implementos rodoviários encerraram 2017 com retração de 2,42% na produção. De janeiro a dezembro o setor entregou ao mercado 60.497 unidades ante 61.996 em igual período de 2016. O desempenho foi puxado pelo grupo formado por carrocerias montadas sobre chassi, com queda de 8,35% em relação ao ano anterior. Já a linha de reboques e semirreboques registrou encolhimento de 7,51%. Some-se a isso, a redução de 12,83% no volume de unidades exportadas.

Após três anos de forte retraimento, o setor comemora a retomada das atividades aos poucos, mês a mês. Para Alcides Braga, presidente da Anfir – Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, a perspectiva para 2018 é atingir crescimento entre 15% e 20%. Isso poderá ser possível graças ao movimento gradual de recuperação da economia.

Tabela3

Reflexos da Fenatran

“Essa curva positiva tende a melhorar a medida que a economia nos centros urbanos somada ao desempenho das micro e pequenas indústria reagir fazendo com que as vendas de produtos do segmento Carroceria sobre Chassi voltem a crescer. Já o setor de Reboques e Semirreboques está em plena retomada registrando crescimento já em 2017. Outro fator importante que poderá influenciar positivamente 2018 são os 2 mil produtos negociados na Fenatran. Esses reboques e semirreboques deverão completar a carteira de pedidos da indústria já no primeiro trimestre do ano”, ressalta.

O clima de otimismo se alinha com projeções da indústria de caminhões que sinaliza alta de 15% neste ano. De acordo com a Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, a produção de caminhões em 2017 totalizou 82,8 mil unidades. Em 2016 foram 61 mil. Do total da frota de caminhões em circulação, calcula-se que 200 mil possuam seis anos, um estágio no qual o custo de financiamento de um novo torna-se mais baixo do que o de manutenção.

Reforma da Previdência

“Será um bom ano”, sintetiza David Randon, presidente das empresas Randon, de Caxias do Sul. “Depois de três anos, 2018 é o primeiro ano que estamos entrando com uma carteira de pedidos em janeiro. Pelo menos o primeiro semestre promete ser bom. Não posso falar do ano inteiro porque não sabemos ainda sobre dois fatores. A reforma da Previdência é fundamental para o país, porque muitos institutos e fundos (de investimentos) estão olhando o Brasil a partir das reformas. O segundo ponto é a eleição. Se tivermos um (presidente) eleito que não seja de extrema direita ou extrema esquerda, aí acreditamos que o Brasil entra nos eixos do crescimento. Para a Randon, o primeiro semestre será mais tranquilo”, diz o empresário.

Alcides Braga, presidente da Anfir
Alcides Braga, presidente da Anfir

Agronegócio e comércio

Em relação ao desempenho do ano passado, sete modelos da família de reboques e semirreboques fecharam no vermelho, com destaque para a linha canavieiro, declínio de 28% em relação ao ano anterior. No lado positivo, chamou a atenção o salto 136% da linha de tanque de alumínio, basicamente devido à base de comparação ser baixa em 2016: de 25 para 59 unidades. Já no grupo formado por carrocerias montadas sobre chassi, das sete linhas, cinco reduziram a sua produção, com ênfase nas linhas betoneira (-42,23%), baú lonado (-21,39%) e graneleiro carga seca (-8,89%).

 “Não conseguimos zerar as perdas por conta do comércio urbano que ainda não respondeu à onda de recuperação da economia”, ressalta Alcides Braga, presidente da Anfir – Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviário.  “A recuperação do segmento de carroceria sobre chassis depende do resultado das vendas do comércio de varejo e do desempenho de micro e pequenas indústrias que geram muita carga própria”, explica Braga.

 

 

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