Caxias do Sul cria vazio de uma década para retornar ao patamar de US$ 1 bilhão em exportações

Crédito: Divulgação

Somente em 2022 as exportações de Caxias do Sul deverão retornar ao patamar de US$ 1 bilhão ao ano. Se confirmada esta previsão, ela corresponderá a um vácuo de dez anos desde que este montante foi obtido pela última vez. A expectativa foi feita pelo vice-presidente de Indústria da Câmara de Indústria Comércio e Serviços de Caxias do Sul, Mauro Bellini, ao fazer análise do comportamento das vendas externas de 2017, quando a economia local embarcou US$ 769 milhões, 2,4% superior em relação ao ano anterior.

Embora no acumulado de 12 meses encerrados em janeiro desse ano tenha registrado exportações de US$ 778 milhões e por mais que se torça por uma recuperação rápida, a área econômica da CIC projeta para o final desse ano, US$ 750 milhões de negócios com o exterior, um recuo de 2,47% em relação ao total obtido ano passado. Na prática, essa queda anula o ganho de 2017. “Quando se olha para 2017 é possível dizer que ainda é cedo para falar em retomada. Está mais para algo pontual”, sugere Mauro Bellini.

Exportações - Caxias do Sul(1)

A força do polo metalmecânico

De qualquer forma, o empresário destaca que as exportações sustentaram a atividade industrial de Caxias do Sul nos piores momentos da crise, ajudado por um câmbio mais equilibrado. Com presença robusta na economia da cidade, o setor metalmecânico foi, segundo ele o responsável por alavancar as vendas para o exterior nos anos de 2015 e 2016, em particular, o segmento de bens de capital, onde se destacam empresas como Marcopolo, Randon e Agrale, entre outras.

Bellini comenta que o aumento do uso da capacidade instalada, que vem progredindo desde julho do ano passado, de 69,9%, para 75,6% em janeiro desse ano, tem a ver com a área de bens de capital de Caxias do Sul. “A indústria, de um modo geral, cresce, mas leva algum tempo para adquirir maquinário novo. Ela tem uma folga antes de tomar a decisão de fazer novos investimentos, mas vai chegar um momento que vai precisar trocar uma antiga por outra, com maior produtividade”, diz. “A base para o investimento é a confiança que se tem do futuro”, salienta.

Recuperação da crise

No agregado indústria, comércio e serviços, a economia de Caxias do Sul registrou queda de 0,6% no primeiro mês do ano, na comparação com dezembro de 2017, sinalizando recuperação desde a crise verificada a partir de 2014. Janeiro, por tradição, apresenta desempenho inferior ao mês anterior em razão das férias coletivas e escolares. Mesmo assim, a indústria cresceu 4,7% e os serviços, 2,8% na comparação com dezembro. O comércio teve queda de 22,9%, o que já era esperado pelo setor.

Os dados da CIC mostram que na comparação janeiro de 2018 com janeiro de 2017, a economia cresceu 28,6%, com a indústria registrando alta de 35,4%, serviços, 31%, e o comércio 3%.

Para o diretor de Economia, Finanças e Estatística da CIC Alexander Messias, a economia mostra tendência de recuperação. “Estamos retomando o crescimento, os números positivos da indústria estão se espalhando para os serviços e devem atingir o comércio nos próximos meses. 2018 vai ser um ano bastante positivo para Caxias do Sul e com tranquilidade podemos dizer que o pior ficou para trás”, ponderou Messias.

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