Demanda por banda larga obriga operadoras a investir em fibra óptica

08/10/2015 - Porto Alegre, RS - X SEMINÁRIO DE TELECOMUNICAÇÕES. Conectividade, Segurança e Serviços sob Demanda. FOTO: Itamar Aguiar.

 O avanço da Internet das coisas vai tornar ainda maior a demanda por serviços de banda larga, o que deve incrementar os investimentos em fibra óptica. Essa foi uma das principais conclusões do 10º Seminário de Telecomunicações – Conectividade, Segurança e Serviços Sob Demanda, realizado em 8 de outubro na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). Na abertura do evento, o coordenador do Conselho de Infraestrutura da entidade (Coinfra), Ricardo Portella, representando o presidente da Fiergs, Heitor José Müller, lembrou estudo da instituição americana Center for Strategic and International Studies, segundo o qual os crimes pela internet provocam perda anual de US$ 445 bilhões para a economia mundial. No Brasil, apesar da escassez de dados, o prejuízo é estimado entre R$ 15 bilhões e RS$ 20 bilhões, segundo relatório da empresa de segurança eletrônica McAfee, acrescentou.

Chip do passaporte
André Braga, gerente do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec S.A.), apresentou, no primeiro painel da programação, o projeto do chip do passaporte, que está sendo desenvolvido pela empresa desde setembro 2012. Conforme Braga, o produto segue o padrão internacional e utiliza a mesma tecnologia dos cartões de crédito. O chip armazena as informações pessoais do dono do passaporte, como nome, data de nascimento, fotografia, assinatura, impressões digitais e o país de origem. Dispõe de processo criptográfico para garantir a originalidade e autenticidade dessas informações, o que é feito através de certificados e assinaturas digitais.
Fibra óptica
Na sequência, Edemar Plantikow Brahm, da Digistar, destacou a evolução da banda larga e a necessidade de investimentos em infraestrutura, sobretudo em fibra óptica para atender a demanda. “Apenas na banda larga fixa, o Brasil tem mais de 25 milhões de acessos”, afirmou. “Hoje, tudo está conectado. Você pode ficar até sem água, mas não sem internet.” Para o empresário, imaginar o fato de que o acesso à banda larga é o sonho de consumo de cada residência e de cada empresa, mostra o imenso desafio que temos pela frente. “Isso não tem volta, haja vista o avanço da internet das coisas que deve demandar mais banda larga”, assinalou.  Brahm lembrou que os investimentos em fibra óptica não estão restritos às operadoras e aos pequenos provedores de Internet. Essa tendência é crescente também entre hospitais, torres corporativas e prédios inteligentes que estão substituindo os cabos de cobre pela fibra óptica. “O mais fantástico é que a nova tecnologia que irá substituir a Gpon (Gigabit passive optical network) será compatível com a atual. Vão poder coexistir simultaneamente”, afirmou.
Segurança cibernética
 Yanis C. Stoyannis, gerente de segurança da Embratel, discorreu sobre os ataques que afetam às empresas que têm projetos conectados à Internet. Diante deste cenário, segundo ele, torna-se essencial estabelecer uma estratégica efetiva de segurança cibernética, não apenas como uma questão restrita à área de tecnologia, mas como fator de risco inerente ao negócio que deve ser abordado pela própria direção das empresas.
Smart city

Já o diretor territorial do Paraná e Santa Catarina da Vivo, Jackson Luís Rodrigues, discorreu sobre os projetos desenvolvidos pela Telefónica em Águas de São Pedro, no interior de São Paulo, e na cidade de Santander, Espanha. A empresa já instalou mais de 25 mil dispositivos, tornando a cidade de Santander a mais avançada do mundo Smart City. Além disso, nos últimos vem trabalhando com um consórcio de organizações públicas e privadas que permitem à cidade serviços de visão integral do tráfego e de estacionamentos disponíveis; medição dos níveis de qualidade do ar para garantir a manutenção de acordo com as normais da EU; escurecimento remoto de lâmpadas de rua em ruas vazias; controle de desperdício de água na manutenção de parques da cidade; controle dos engarrafamentos em tempo real e coleta apenas de latas de lixo completas, minimizando viagens desnecessárias por parte dos trabalhadores do município. “A necessidade de acesso a essas necessidades digitais, mostra os desafios das operadoras”, sustentou.
Provedores

O case da Associação dos Provedores de Serviços e Informações da Internet (Interetsul) foi apresentado pelo presidente da entidade, Alfredo Heinz. Criada em setembro de 1997, a entidade reúne 419 provedores no Rio Grande do Sul e 322 em Santa Catarina. Hoje, 99% dos municípios gaúchos são atendidos essas empresas que começaram a suprir a demanda de residências localizadas em áreas remotas e hoje atendem 38% do setor corporativo. “No Brasil somos 3 mil empresas e detemos 23% do mercado, logo atrás da Oi, com 28%, mas à frente da Net (22%) e da GVT (0,8%)”, afirmou Heinz. Em 2015, apesar da crise, o setor deverá alcançar um crescimento de 10% no faturamento em comparação ao anterior, que fechou em R$ 28,5 bilhões. Internet das coisas
Será que a Internet das coisas veio para ficar mesmo?, perguntou, no painel seguinte, Edegar Bortolin, diretor do Tecnopuc. Hoje, segundo o executivo, muitas aplicações previstas para a Internet das Coisas ainda estão distantes em função de seus custos. Uma das áreas em que ele enxerga grandes oportunidades é a da agricultura de precisão. Hoje, no RS, por exemplo, viticultores da serra que otimizam a gestão por meio de consultoria externa, de especialistas de Manhattan. “Esse é um mercado de grande potencial”, explicou. As áreas de logística de rastreamento, de controle ambiental e de medicina inteligente são outros segmentos que devem ter grande incremento por meio da internet das coisas, concluiu Bortolin.

 

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