Exportações de calçados somam perdas de US$ 47 milhões com a paralisação dos caminhoneiros

Greve dos caminhoneiros em maio gera incertezas em relação ao desempenho do setor neste ano Crédito: Divulgação

Os exportadores brasileiros de calçados contabilizaram US$ 47 milhões de perdas em maio com a paralisação dos caminhoneiros no comparativo com igual mês de 2017. Os dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) mostram que os embarques somaram 6,4 milhões de pares neste ano, ante 9,5 milhões no ano passado. As receitas recuaram 45,6%, de US$ 103 milhões obtidas em maio de 2017 para US$ 56 milhões em maio desse ano.

No acumulado janeiro-maio de 2018, os calçadistas totalizaram 46,75 milhões de pares comercializados no mercado externo (queda de 5% sobre o mesmo intervalo de 2017) e receitas de US$ 400,3 milhões (redução de 9,3%). Heitor Klein, presidente-executivo da Abicalçados, diz que o resultado negativo em maio deve puxar para baixo as projeções de exportações em 2018. “Tínhamos expectativa de bater o valor registrado em 2017, de US$ 1,09 bilhão em embarques, que provavelmente não irá ser atingida. Foi um mês terrível”, lamenta.

Quadro - Jan-Mai 2018

Atrasos na produção

Segundo o dirigente da Abicalçados, além de alguns importantes destinos apresentarem quedas drásticas em maio – caso dos Estados Unidos e da Argentina -, influenciou no resultado as paralisações dos caminhoneiros, que provocaram atraso nos embarques e até problemas de produção por falta de matéria-prima. “Dos 121 países que receberam calçados brasileiros em maio, registramos queda em 72”, conta Heitor Klein.

Entre janeiro e maio deste ano, o Rio Grande do Sul manteve a liderança no ranking de estados exportadores. Os fabricantes gaúchos embarcaram 11 milhões de pares, queda de 3% em relação ao mesmo período de 2017. As receitas caíram 3,8%, para US$ 176,5 milhões. O Ceará exportou 18,5 milhões de pares por US$ 100,38 milhões, alta de 1,5% em volume e retração de 5,3% em faturamento sobre igual período do ano passado. O terceiro maior exportador do período foi São Paulo.

Embarques para a Argentina

As exportações para a Argentina tiveram desempenho positivo: entre janeiro e maio, o país vizinho comprou 4,2 milhões de pares, que geraram US$ 64,83 milhões, altas de 17,4% e 15,4%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2017. Registrando quedas consecutivas desde o início do ano, os Estados Unidos seguem no segundo posto. No período, eles compraram 4,27 milhões de pares por US$ 59 milhões, reduções de 9,3% e de 25,4%, respectivamente, na relação com 2017. O Paraguai, que importa basicamente calçados praianos com preço médio menor, aparece no terceiro posto, com importação de 6,68 milhões de pares por US$ 25,54 milhões, aumento de 16% em volume e queda de 34,4% em receita no comparativo com mesmo período do ano passado.

A abrupta elevação da cotação do dólar sobre o real não foi suficiente para frear o ímpeto das importações de calçados. Em maio, entraram no Brasil 1,87 milhão de pares por US$ 23,16 milhões, altas de 4,3% e de 0,4%, respectivamente, na relação com o mesmo período de 2017. Com isso, as importações dos cinco primeiros meses do ano somaram 12,17 milhões de pares e US$ 153,34 milhões, altas de 16% e de 5% em relação a igual ínterim do ano passado.

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