Governo prevê gastar R$ 7,0 bilhões em 2018 para compensar preço do óleo diesel

Crédito: Rodrigo Leal

O governo fechou na noite desta quinta-feira, acordo com os caminhoneiros autônomos para pôr fim a paralisação que dura quatro dias. Ficou acertada a suspensão do movimento pelos próximos 15 dias. Das nove entidades representativas da categoria que participaram do encontro que durou cerca de sete horas, pelos menos uma – a União Nacional dos Caminhoneiros – se recusou a assinar os compromissos firmados. Os líderes do movimento se comprometeram em levar o assunto para ser analisado pelos manifestantes.

Será mantida a redução de 10% no valor do diesel a preços na refinaria, já praticados pela Petrobras, nos próximos trinta dias, considerando as necessárias compensações financeiras pela União à Petrobras, no intuito de garantir a autonomia da estatal. “O que estamos acordando é que o preço ficará fixo no patamar definido pela Petrobras por 30 dias. Nos primeiros 15 dias, voluntariamente proposto pela Petrobras, e, a partir do 16º dia, o governo irá pagar”, disse o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.

Medida beneficiará demais usuários do diesel

Ficou estabelecido que o preço base do litro do diesel, da Petrobras para as refinarias, será de R$ 2,10 até o final do ano. O cálculo de compensação será feito a cada 30 dias até dezembro. A previsão do governo é que esta compensação custará aos cofres da União cerca de R$ 700 milhões mensais, ou de R$ 7,0 bilhões no acumulado até o final do ano. Com preço base em R$ 2,10, ganham não apenas os caminhoneiros autônomos, mas as empresas de transporte de carga em geral, donos de caminhonetes e de veículos de passeio (tipo SUV) e produtores rurais, entre outros.

O acordo possui 15 pontos, como a participação dos autônomos na movimentação de 40% de produtos administrados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a isenção de pagamento de pedágio para caminhões vazios, e não promover a reoneração da folha de pagamento do setor de transporte rodoviário de cargas. Apesar disso, parte da categoria não reconhece o acordo.

Paralisação afeta Rio Grande

A Superintendência do porto do Rio Grande emitiu nota informando que a paralisação dos caminhoneiros afetou significativamente a importação e exportação de cargas, “visto o transporte rodoviário ser responsável por cerca de 80% desta movimentação em todo complexo portuário”, disse o diretor-superintendente, Janir Branco. Segundo ele, não há manifestações diretas em torno da área portuária e que os terminais públicos e privados estão trabalhando internamente realizando serviços possíveis e necessários ao mesmo tempo que aguardam as tratativas da categoria do transporte rodoviário para que, tão logo seja superado este impasse, retomem as atividades junto ao Porto do Rio Grande.

A Randon, de Caxias do Sul, decidiu suspender as atividades em suas unidades na cidade nesta sexta-feira em função da paralisação dos transportadores rodoviários. Para os próximos dias, espera a definição da continuidade ou não do movimento, “que está ocasionando sérias faltas de matérias-primas em diferentes momentos em sua linha de produção e em maior ou menor grau nas diferentes empresas integrantes, seja na Divisão Montadora, seja na Divisão Autopeças.

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