Importações de móveis têm índices de crescimento superior ao das exportações no primeiro semestre

Os índices de crescimento das importações de móveis nos primeiros seis meses do ano, tanto em valor como unidade, registraram comportamento bem acima das exportações em igual período. Dados divulgados pela Inteligência de Mercado (IEMI), de São Paulo, mostram que as importações somaram US$ 359,5 milhões no primeiro semestre desse ano, representando aumento de 22% sobre mesmo período do ano passado, enquanto que as exportações passaram de US$ 301,4 milhões, em 2017, para US$ 327,1 milhões neste ano, alta de 8,5%. O número de peças trazidas do exterior teve crescimento de 32,5%, ao passo que os embarques evoluíram 18,6%.

Fontes consultadas pela Modal avaliam que o desempenho tenha sido fortemente influenciado pela postura adotada por fabricantes de alguns países de aceitarem fechar negócio com o dólar cotado a R$ 3,00. Mesmo que, aparentemente, deixem de encorpar as receitas, o expediente segue a estratégia de ser uma aposta futura de conquistar o mercado interno. No caso da China em especial, facilidades concedidas pelo governo para simplificar as exportações chegam, em alguns casos, a ser superior ao benefício do Reintegra.

O peso das programações

Marcelo Prado, diretor do IEMI, credita o estímulo das compras externas a combinação de dois fatores: o câmbio sob controle e, por vezes, em leve declínio, e a sensação de elevação do consumo nos primeiros seis meses de 2018, motivado pelo recuo do nível de endividamento das famílias. “É preciso levar em conta que tanto o cenário no Brasil como no mundo mudou. Não é o mesmo de antes. Começou essa guerra comercial entre China e Estados Unidos e, internamente, a economia está mais lenta do que se previa”, comenta o economista.

Os principais itens da pauta de importação tem sido madeira maciça e de peças que mesclam tubo e vime, basicamente, para compor ambientes externos. Contudo, nada supera em volume a compra de cadeiras, de todas as espécies e modelos. “A representatividade na importação de madeira maciça é baixa, mas dependendo de fábrica que trabalha com isso, pode afetar”, observa Volnei Benini, presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Rio Grande do Sul (Movergs).

Para o empresário, o que aconteceu entre janeiro e junho deste ano é resultado de um planejamento executado de forma ordenada por empresas que trabalham com entregas programadas. “Para chegar no final do ano com estoque adequado, e sem riscos, é costume lá fora iniciar os embarques no primeiro semestre. O comportamento não será o mesmo até o final do ano”, avalia Benini.

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