Polo automotivo garante alta de 18% nas exportações de Caxias do Sul

Porto Seco/Caxias do Sul/Mauro Vencato Divulgação

Por Guilherme Antônio Arruda

Com peso próximo a 80% na pauta das exportações, Caxias do Sul fez valer a força do polo automotivo. O esforço contribuiu para o primeiro trimestre deste ano encerrar com uma alta de 18,74% no comparativo com idêntico intervalo do ano passado. A permanência do dólar na faixa de R$ 3,11 está longe do desejo dos exportadores, os quais ambicionam valor acima de R$ 3,40 para garantir uma rentabilidade confortável, mas eles parecem ter ignorado esta adversidade.

O envio de carrocerias para veículos automotores registrou no primeiro trimestre deste ano alta de 123,12%, somando US$ 30,453 milhões; a venda de partes e peças de automóveis obteve elevação de 14,66%; reboques e semirreboques, alcançou 4,51%; veículos para dez passageiros ou mais, 84,77; veículos para transporte de mercadorias, 455,28%. O ponto destoante foi a exportação de material de fricção, com queda de 18,13% no comparativo entre o primeiro trimestre de 2017 e o de 2016.

Parceira histórica, a Argentina foi o principal destino das exportações caxienses, com US$ 24,366 milhões, crescimento de 17,82% sobre os três primeiros meses de 2016. O Chile vem a seguir com embarques totalizando US$ 23,374 milhões, alta de 47,92%. As vendas para Estados Unidos e China recuaram nos primeiros três meses do ano, 4,30% e 30,97%, respectivamente.

Para Mauro Vencato, membro da diretoria de Negócios Internacionais da Câmara de Indústria, Comércio e Serviço de Caxias do Sul, independentemente do tempo que levará para a taxa cambial alcançar a cotação desejada “a sinalização é a de que a retomada no mercado internacional está acontecendo, embora em um ritmo lento. Temos que considerar também que até a bem pouco tempo o mercado externo estava retraído”, pondera.

Países que costumam aparecer na segunda metade de uma lista de 30 destinos mais frequentes e com representatividade abaixo de 1% nos negócios com o exterior, estão sendo redescobertos.

É o caso da Costa Rica, 19º da tabela. Nos três primeiros meses de 2017, os embarques aumentaram 137,34% quando comparado a janeiro-março do ano passado, somando US$ 1,510 milhão. A Suíça, 24ª colocada, adquiriu da indústria caxiense o equivalente a US$ 1,097 milhão, significando salto de 557,62% sobre 2016. Com uma área territorial menor a do Rio Grande do Sul, Bangladesh, na Ásia Meridional, fechou negócios no valor de US$ 679 mil, sendo a campeã com um crescimento de 813,54%.

Vencato acredita em negócios pontuais. “No caso de Bangladesh é provável que tenha sido a venda de congelados. Temos duas unidades da JBS aqui em Caxias, de aves e de suínos”, ressalta, acrescentando que estes destinos merecem um acompanhamento contínuo nos próximos meses.

De acordo com o dirigente caxiense, o empresariado sabe que o dólar no patamar em que se encontra não estimula as exportações e acaba comprometendo o lucro para evitar algo ainda mais grave: a perda do mercado lá fora. “Boa parte tem bancado as exportações para determinados mercados porque sabe que o processo de reconquista é muito custoso”, observa.

 

 

 

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