Programas de infraestrutura e logística dos candidatos ao governo do RS são pobres em criatividade e repetem chavões

Palácio Piratini/ governo do estado

Pouca criatividade e muitos clichês marcam os programas dos candidatos ao governo do Rio Grande do Sulnas áreas de infraestrutura dos transportes e logística, registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no mês de agosto.

Mateus Bandeira (Novo) é o que dedica mais espaço ao tema. É devido à drástica redução da capacidade de investimento que a qualidade do serviço oferecido é cada vez pior, o que requer a consolidação de um ambiente propício para a sua retomada que deve ser compreendida como função básica do estado, defende Bandeira.

Entre as linhas a serem seguidas ele cita que o principal desafio no curto prazo é tornar esse sistema eficiente em termos de segurança, manutenção e conservação, e para isso, é importante começar levando em consideração os altos índices de acidentes fatais nas estradas brasileiras e suas principais causas.

Lembra que os principais gargalos logísticos já estão mapeados. Foram identificados pelas sucessivas gestões estaduais, mas muitos não receberam qualquer investimento. “Cabe ao governo do estado, nos trechos onde não há volume de tráfego diário que viabilize uma concessão à iniciativa privada, priorizar imediatamente as obras de baixo custo e alto retorno em segurança, como sinalização e construção de viadutos”.

No que se refere às rodovias federais, defendemos um maior ativismo dos setores políticos gaúchos e um protagonismo do governador na busca na cobrança de providências e recursos em Brasília para a manutenção das estradas, e especialmente, para a total duplicação da BR 293. O tema das ferrovias também merece e terá maior mobilização do governo estadual, no sentido de intervir em benefício do Rio Grande do Sul nas novas licitações demonstrando os principais gargalos a serem solucionados, acrescenta.

José Ivo Sartori (MDB), que tenta reeleição, apresenta uma longa explanação sobre as obras realizadas em seu governo, apesar da crise fiscal, sem mencionar que  eventuais cortes de gastos públicos poderiam resultar em uma participação maior do Executivo nas obras de alçada do Daer, por exemplo. Além de citar a conclusão de obras específicas como a ERS-118, ele coloca como prioridade o aumento da integração modal entre ferrovias, hidrovias e aeroportos regionais e melhorar sua distribuição e a aplicação do o Plano Estadual de Logística e Transporte (Pelt) para identificar os gargalos logísticos.

Eduardo Leite (PSDB) repete a defesa das PPPs e concessões. Em sua opinião, a oferta de plataformas logísticas com armazenagem e a maior integração entre os modais de transporte deve ser priorizado, cobrando os investimentos na rede ferroviária previstos na concessão vigente promovida pelo governo federal, bem como ampliar a capacidade rodoviária, por meio de concessões a iniciativa privada. O programa de governo defende ainda segurança jurídica para investidores, concessão de serviços de dragagem no Porto de Rio Grande, melhorias no acesso ao Porto de Rio Grande, incluindo a conclusão da duplicação da BR-116 e a criação de outros acessos ao Porto.

Miguel Rosseto (PT), na área de infraestrutura dos transportes, cita somente a extensão da Ferrovia Norte Sul até Rio Grande.

Jairo Jorge (PDT) em seu programa de recuperação de infraestrutura logística promete a definição de um cronograma de obras para expansão da cobertura asfáltica no estado do Rio Grande do Sul, onde ainda há 62 municípios sem acesso asfáltico. Os recursos serão ampliados a partir do Fundo de Apoio aos Municípios, de uma nova Lei de Incentivo à Infraestrutura e contrapartidas das concessões. O Programa de Concessões e a busca de parcerias com governo federal buscará priorizar o investimento nas principais ligações rodoviárias do estado, em obras como a duplicação da BR-116 em toda a sua extensão (região Sul – Porto Alegre), duplicação e melhorias na BR-386 e BR-290.

Roberto Robaina (PSOL) repete as críticas à dependência ao transporte rodoviário, o que define como um desperdício visto que nossa rede hidroviária, por exemplo, tem grande potencial de aproveitamento. O modal hidroviário corresponde a apenas 3% dos transportes, assim como o modal dutoviário. Os demais 6% são correspondentes ao modal ferroviário. Nossa extensa rede ferroviária está praticamente abandonada, enquanto os portos e as rotas hidroviárias interiores estão subaproveitados. A movimentação de cargas e de passageiros tem tornado o trânsito de rodovias como a BR-116, a BR101, a BR-386 e a BR-290 cada vez mais pesado, em especial nos momentos de escoamento de safra.

 

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