Sindiéolica RS contrata estudo da consultoria Engenho para entrar no debate dos leilões regionais

Campos Neutrais, um dos últimos projetos de energia eólica do RS

O Sindicato das Empresas de Energia Eólica e Solar do RS (Sindieólica-RS) acaba de fechar contrato com a Engenho Pesquisa, Desenvolvimento e Consultoria, dirigida pela engenheira Leontina Pinto, especialista em mercados de energia, tarifação, negócios, previsão de cenários, hidrologia e climatologia. O objetivo do estudo, que deve sustentar a defesa da adoção de leilões regionais de energia, é identificar os atuais desequilíbrios na oferta de energia de subsistemas e das medidas a serem adotadas a fim de garantir maior estabilidade ao setor energético nacional.

Supremacia do Nordeste
De acordo com Guilherme Sari, presidente da entidade, os últimos quatro anos de leilões de vendas de energia apresentaram uma supremacia de projetos eólicos do Nordeste, o que causa um desequilíbrio com o Sul e deve aprofundar uma dependência, na região, daquela fonte energética e de energia solar.  Nos últimos doze meses, a eólica respondeu, em determinados momentos, por mais de 70% da produção diária de energia no Nordeste, repara o executivo.

“ Nessa linha, é preciso construir uma formato de compensação para manter a estabilidade da matriz energética brasileira, o que se encaixa nos leilões regionais”, diz o presidente do Sindieólica-RS.

“Nos últimos leilões deu para perceber que somente os grandes players do setor estão  vencendo os certames de energia eólica e isso gera uma concentração grande nas mãos de poucos, o  que não é interessante do ponto de vista competitivo. Além disso, os valores do MW/h ficaram muito aquém da viabilidade financeira dos projetos do Sul, o que ratifica a necessidade de buscar outra vias de contratação de energia”.

Energias renováveis
Hoje, a região Sul tem uma compensação muito mais firme em termos de matriz energética, que reúne energia hídrica, térmica, eólica e solar, o que garantirá maior segurança ao sistema, acrescenta.  “Em uma intermitência do Nordeste, por exemplo, o SIN (Sistema Interligado Nacional) compensa com térmicas, diferente do Sul em que é usada a fonte hídrica”.

Sari nota ainda que com uma participação mais equilibrada entre as regiões do país, será possível buscar uma renovação da matriz energética nacional no sentido de privilegiar as energias renováveis.

“Nosso movimento também deve se estender às PCHs, a biomassa e a energia solar. Nesse sentido, vamos buscar o apoio de outras agremiações representativas dessas fontes de energia e submercados, que já se posicionaram como interessados a fim de buscar a descentralização de energia.  O atual formato é injusto porque depende de grande infraestrutura e resulta em custo para o consumidor devido à necessidade de se investir em grandes linhas de transmissão, por exemplo. Além disso, polariza muito os recursos da matriz elétrica.”

“É verdade que existe um potencial eólico respeitável no Nordeste, além de uma cadeia de equipamentos para a construção dos parques eólicos. Em contrapartida, muitos deles ficam distantes das conexões, enquanto no RS é possível desenvolver projetos praticamente embaixo das linhas de transmissão. A questão não é de competição com o Nordeste, que tem um potencial fenomenal e importante para as fontes renováveis, e sim de uma busca de equilíbrio de matriz. Até mesmo para manutenção do crescimento da fonte eólica e também da solar no próprio Nordeste”

 


 

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