Em pleno final de governo da administração José Sartori, dez meses é o prazo máximo que a nova secretária de Minas e Energia do Rio Grande do Sul terá pela frente para tocar questões cruciais para o futuro do estado não somente no setor energético, mas igualmente na área de mineração.
Susana Kakuta, ex-presidente do Badesul, de imediato terá de liderar o processo necessário para a condução das obras das novas linhas de transmissão de energia elétrica no estado, resultantes do leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) 004/2014.
Solucionados na última semana pela Aneel os entraves burocráticos relacionados com a participação no capital de cada empresa que atrasaram a criação da SPE, entre a Eletrosul (31%), Shanghai Electric (44%) e o Clai Fund, Fundo Chinês para Investimento na América Latina (25%), as atenções se voltam agora para a escolha das obras prioritárias que deverão fazer parte das 17 Linhas de Transmissão em 230 kV e 525kV, com uma extensão de 1,9 mil quilômetros, além de oito subestações novas e ampliação de 13 existentes.
De acordo com João Francisco Pereira Braga, diretor do Departamento de Planejamento e Programas da SME-RS, todas as obras dos quatro sublotes são de grande importância para o estado. Entretanto, será preciso encaminhar uma discussão entre representantes do Organizador Nacional do Sistema (ONS), da CEEE e também do Sindicato das Empresas de Energia Eólica do Rio Grande do Sul (Sindieólica-RS), devido à atual restrição na expansão do parque eólico do estado.
Novo prazo
“Temos obras necessárias para maior confiabilidade do sistema e escoamento de energia e também para garantir novos investimentos sobretudo em novos parques de energia eólica. Assim, é preciso discutir qual deve ser o cronograma e analisar uma redução do prazo de 48 meses, que me parece longo, para 30, no máximo”, afirmou Braga à Modal.
“Acredito que ainda neste primeiro semestre as obras deverão começar, haja vista o fato de já contarmos com a Licença Ambiental graças ao trabalho rápido da Fepam”.
Empregos
Outra preocupação do governo é com relação à contratação de trabalhadores. Braga lembra que a oferta de empregos diretos e indiretos no empreendimento poderá chegar a 10 mil vagas, as quais deveriam ser ocupadas por pessoas de origem onde as obras serão realizadas.
“Essa geração de empregos, embora temporária, é importantíssima para o estado, ainda mais na conjuntura atual”, pontua o diretor. “Assim é preciso evitar a importação de trabalhadores de outros estados, como aconteceu, por exemplo, com o Complexo Ceran (Companhia Energética Rio das Antas), em 2005”.
Ao total, serão investidos US$1,3 bilhão nas obras das linhas de transmissão. A RAP (Receita Anual Permitida) prevista é de US$ 397 milhões.