Uma conjuntura econômica favorável nos mercados dos Estados Unidos e da Europa que vem contribuindo para o incremento dos gastos dos consumidores foi o fator preponderante no resultado obtido pelo grupo Exicon, de Porto Alegre, nos primeiros sete meses ano.
“Havíamos projetado, no início do ano, um incremento de 5% em nossos negócios, quando a taxa de câmbio estava em R$ 3,20, o que se alterou drasticamente levando nossas exportações a um crescimento de 18%, com destaque para móveis e compensados de madeira de pinus”, diz Alexandre Bucker de Souza, diretor-geral do grupo.
Na Europa, entre os países importadores de madeira e móveis do Brasil, de fabricantes do norte de Santa Catarina e do sul do Paraná, Souza destaca a Holanda, Bélgica, Itália, República Checa, Reino Unido e até mesmo a Grécia, que voltou a importar depois de longa ausência. “As economias desses países estão em pleno crescimento, enquanto que os Estados Unidos apresenta-se como um mercado-chave como o principal importador de mobiliário em nível mundial”.
PMEs
Com uma clientela formada basicamente por pequenas e médias empresas (PMEs), Souza cita ainda o fechamento de contratos de exportações de couro wet blue ( primeiro estágio de curtimento) para a China e Itália como fato novo nos embarques deste ano. ”Somente essas exportações devem contabilizar entre US% 15 milhões e US$ 20 milhões em 2018, em comparação a US$ 3 milhões em 2017”.
Networking
Para manter as suas operações no exterior em constante crescimento, o grupo Exicon atua por meio de seu networking e de uma extensa rede de agentes de exportações no Brasil. No caso das exportações de couro, a empresa fica responsável por todo o processo desde a aquisição do produto, logística, booking , agendamento de cargas no exterior, financiamento, carta de crédito e cobertura de risco do crédito.
“Com um mercado interno em retração cuja economia não deve crescer mais de 1,5% no ano, as empresas aumentaram o foco para os embarques, o que também aqueceu o segmento de cobertura de crédito que deve avançar em torno de 10% em comparação ano anterior”.
Em relação às importações, o empresário informou que nos últimos meses notou-se uma melhora nos negócios com aço e pneus, que recuaram com a desvalorização do real frente ao dólar. “Com a taxa de câmbio a R$ 4,00, as importações ficaram mais difíceis, deixando um cenário em aberto devido a dúvidas de como o governo irá proceder para deter a valorização do dólar. Além disso, temos as eleições pela frente”.
“A tendência é de mantermos o incremento de 18% nas exportações até o final do ano”, conclui Souza.