A logística por trás dos vinhos da Miolo servidos aos passageiros da Qatar Airways

Crédito: Dovilgação

Localizada no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, a Miolo tornou-se a primeira vinícola brasileira a ter seus produtos colocados nos voos da Qatar Airways. Ela passou por um tender (processo licitatório) promovido ano passado para escolha de um vinho para ser oferecido aos passageiros da primeira classe de todos os voos internacionais da companhia que disponha desse serviço exclusivo. O produto selecionado foi o Cuvée Giuseppe Cabernet Sauvignon/ Merlot, safra 2015.

Crédito: Divulgação
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Há mais de dez anos a Miolo exporta seus produtos para os Emirados Árabes Unidos, e utiliza os serviços da African & Eastern, um dos maiores importadores de bebidas dos Emirados. A vinícola gaúcha entrega a carga na modalidade EXW, quando o exportador transfere a mercadoria para o importador nas suas próprias instalações (ou em outro local por ele designado), e o comprador assume todas as despesas e riscos envolvidos no transporte entre a origem e destino final.

Carga especial

“Nós entregamos ao importador no Brasil e ele se encarrega do embarque. Geralmente, entregamos os produtos em um terminal alfandegário, onde eles consolidam a carga e realizam o embarque via porto de Santos”, explica o gerente de exportações, Anderson Tirloni, sem dispor de informações sobre o tempo de viagem até o destino. Em relação aos cuidados na embalagem, a carga para os Emirados segue o padrão de exportação de carga paletizada e com manta térmica. “Para a Qatar, no entanto, foi embarcada em container refrigerado”, salienta.

A primeira remessa para a companhia aérea foi enviada em setembro de 2017, e de acordo com Tirloni, a reposição dependerá do consumo do produto. Ao todo são 20 mil garrafas. “A Qatar não nos passou oficialmente se os passageiros já estão desfrutando do vinho. Vai ficar a critério deles, mas acredito que já estejam servindo”, diz o executivo da Miolo, observando que a licitação é válida somente para 2018. “Não tenho ideia do número de empresas que participaram da licitação, mas em se tratando da Qatar devem ser muitas”, supõe o executivo.

Exportações representam 10%

O fato de ter seu rótulo na Qatar, não impede a Miolo de fornecer seus produtos para passageiros de outras companhias aéreas dos Emirados, como a Fly Emirates, por exemplo. De forma categórica, todavia, Anderson Tirloni assegura que no momento não há nenhum tipo de entendimento comercial entre a Miolo e a Fly Emirates.

A política da empresa não permite a divulgação de números sobre exportações. Tirloni revela apenas que 10% da produção é comercializada no exterior, basicamente, em 32 países. Especificamente na região Árabe, a cultura local tem restrições ao costume de bebidas alcoólicas, “A venda de álcool geralmente é permitida nos hotéis, onde se encontram vários restaurantes”, conta.

Fora da Copa

O país sede da Copa do Mundo desse ano não está incluído na relação dos 32 destinos e não há ação para o evento na Rússia. “Não vejo nenhum benefício em investir em uma ação em um país que nem temos produto disponível em função da Copa do Mundo, nem acredito que os russos veriam alguma relação entre vinho brasileiro e Copa do Mundo, sem falar que tentar relacionar vinho a estes estereótipos brasileiros (futebol, samba, etc.) é uma grande furada”, conclui o gerente de exportações.

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