A vida difícil das PCHs

Ricardo Pigatto (*)

 

Os paradoxos fazem parte da vida e convivemos com eles no dia-a-dia. Um desses paradoxos está no setor elétrico com viés ambiental. Ou melhor, na área ambiental com viés elétrico. As Pequenas Centrais Hidrelétricas, aquelas pequenas usinas de  1 a 30 MW, capazes de iluminar milhares de residências e de garantir suprimento de água com o uso múltiplo de seus reservatórios, além de garantir uma área de preservação permanente de 100metros de largura no entorno do que seus reservatórios- l somam uma área maior do que 430 mil campos de futebol – poucos sabem disso- são alvos da maioria dos Ministérios Públicos Estaduais, do Ministério Público Federal, em alguns casos, além de ONGs ideologizadas. Por que? Porque alguém, ou instituição, poderia ser contra a mais econômica das fontes renováveis de geração de energia? Por que entidades, pessoas, órgãos licenciadores são contra a uma forma de geração de energia 100% nacional que gera empregos e renda no Brasil e não no exterior? Por que estão matando uma fonte de geração de energia elétrica com mais de 100 anos de existência no Brasil e que, onde se instalaram, aumentaram consideravelmente o IDH dos municípios? Por que há isenção de impostos para aquisição de equipamentos importados que não geram nenhum emprego no Brasil e para os equipamentos nacionais há um total desprezo? Por que se despreza a geração de energia numa fonte que gera cinco vezes mais empregos na construção e duas vezes na operação?

São tantas as perguntas que a gama de respostas passa por má fé, interesses financeiros, ignorância ou até, quem sabe, política partidária mais conhecida como ideologização.

A morte desta forma de geração de energia pode ser atingida com a quebra de resiliência dos empreendedores. Ninguém, de bom senso, será capaz de investir num tipo de geração que inicia seus estudos de 10 a 15 anos antes da geração, luta contra o ambientalismo ideológico, contra a falta de isonomia tributária e contra a ignorância dos reais danos ambientais que a cadeia produtiva de cada fonte efetivamente provoca no meio ambiente.

No julgamento final, espero que estejam no banco dos réus todos àqueles que de má fé ou os ignorantes sejam julgados e condenados, pois esses condenaram à pobreza e ao desamparo milhares de brasileiros que seriam beneficiados com empregos, renda, saneamento, áreas reflorestadas, abundância de armazenamento de água e, à despeito da má fé de alguns, com preservação da ictiofauna- ou conjunto das espécies de peixes que existem numa determinada região biogeográfica.

Que pese sobre as consciências dos maus o silêncio dos bons, e descanse em paz a melhor, mais limpa, ambientalmente correta, socialmente justa e mais econômica forma de geração de energia elétrica no Brasil, as PCHs.

(*)  Empresário e conselheiro da Abragel

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