Abren almeja impulsionar uso de tecnologia de recuperação energética de resíduos sólidos

Yuri Schmitke, presidente da Abren

Foi criada oficialmente, em 24 de setembro, em Brasília, a Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren). Seu objetivo é impulsionar o uso de tecnologias de recuperação energética de resíduos sólidos urbanos no Brasil a fim de gerar energia elétrica em usinas Waste-To-Energy (WTE).

O presidente da Abren, o advogado Yuri Schmitke, lembra que o país produz cerca de 80 milhões de toneladas de resíduos por ano, o suficiente para ocupar mais de 220 estádios de futebol. Esses resíduos, afirma Schmitke, são depositados em aterros e lixões, com risco elevado de contaminação do solo e da água, e emissão de quantidade significativa de gases de efeito estufa na atmosfera.

A Abren pretende representar e certificar empresas e fabricantes de equipamentos de recuperação energética, reciclagem e logística reversa, promover eventos institucionais, acadêmicos, P&D e buscar por soluções legais e regulatórias para o desenvolvimento de uma indústria sustentável e integrada de resíduos no Brasil. Além do presidente, a equipe da Abren será composta por Sérgio Costa (vice-presidente), Claudio Girardi (diretor jurídico), Alcione Teixeira (secretária), Carlos Eduardo (diretor técnico), Adilson Teixeira ( diretor financeiro) e Cristianne Teixeira (diretora de relações governamentais).

Conforme Schmitke, a recuperação de energia de resíduos, conhecida como usinas waste-to-energy (WTE), pode ser realizada próxima aos centros urbanos, pois não emite odor em face dos modernos exaustores e filtros que são instalados. Algumas lojas e mercados europeus famosos funcionam até mesmo ao lado de tais usinas “sem criar problemas ambientais”.

“Economiza-se também com o transporte do lixo para grandes distâncias. Algumas cidades brasileiras gastam hoje mais dinheiro com combustível para transportar lixo do que passageiros. No entanto, tem sido política neste país enterrar recursos valiosos, que vulgarmente denominamos de “lixo”, ou seja, estamos enterrando energia”.

Observa-se hoje que a pressão ambiental se ampliou sobre o destino dos resíduos sólidos urbanos, sendo que 37% são destinados a lixões e o restante a “aterros sanitários”, que jamais seriam licenciados com os padrões americanos ou europeus, acrescenta o advogado. Apesar de alguns aterros possuírem aproveitamento do biogás da decomposição para geração de energia elétrica, apenas 50% do biogás pode vir a ser capturado, sendo que o restante dos gases escapa para atmosfera. Além disso, com a mesma quantidade de resíduo que se deposita em um aterro para gerar energia por meio da captação de biogás é possível gerar 10 vezes mais energia, caso o resíduo seja destinado a uma usina WTE, completa Schmitke.

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