Ajuste no setor elétrico pode ser alternativa para as obras da eólica Povo Novo da CEEE

Jorge Paglioli Jobim, diretor de geração da CEEE-GT/Divulgação

A primeira participação do grupo CEEE no segmento de energia eólica ainda continua incerta. Vencedora em novembro de 2003 do leilão de energia A-3, com a Central Geradora Eólica Povo Novo, de 52,2 MW, composta pelas usinas Povo Novo, Fazenda Vera Cruz e Curupira, localizadas no município de Rio Grande, com entrada em operação comercial previsto para o início deste ano, a companhia ainda não tem previsão sobre a data de conclusão das obras. “Estamos prospectando recursos para a continuidade do empreendimento que, no momento, encontra-se paralisado”, afirmou a Modal Jorge Paglioli Jobim, diretor de geração da CEEE-GT.   Ao final de 2013,  havia uma expectativa  da companhia de captar recursos por meio do BNDES e do BID. Entretanto, no mesmo ano, as garantias exigidas pelos bancos tornaram-se mais severas, além de encarecer os recursos, o que trouxe dificuldades para a continuidade das obras, acrescentou.
O que falta para concluir a obra
“A empresa participou do leilão sem um projeto de financiamento definido para tocar a obra. E os recursos oriundos unicamente da CEEE, e outros de menor conta, não foram suficientes para atender o custo do empreendimento”, afirmou Jobim.  Até o momento a empresa aplicou cerca de R$ 156 milhões, mas  depende de outros R$ 230 milhões para os restantes 65,5% que faltam para concluir a obra.   Jobim lembra que pelas  regras do setor quando um empreendimento contratado não entra na data devida, ele é obrigado a comprar energia no mercado para repor o mesmo valor contratado. No caso da CEEE, a opção pelo PLD (Preço de Liquidação das Diferenças) permite pelo menos empatar com o valor da energia que deveria estar sendo vendida. Ocorre que se o PLD aumentar, a CEEE poderá passar a ter déficit, sem falar no custo que um empreendiento parado representa. E o retorno da tarifa recebida difcilmente paga os custos, assinala o dirigente.

Ajuste do setor elétrico
Estamos trabalhando com a possibilidade de recursos de financiamento junto a órgãos federais. A Caixa acenou com possibilidade de financiamento e estamos cumprndo os ritos necessários.”   Um outra alternativa que está sendo cogitada pela diretoria de geração do grupo CEEE vai ao encontro do ajuste das regras que o setor elétrico está elaborando em razão da retração no consumo provocado pela recessão, que levou as distribuídoras à sobrecontratação de energia. Hoje as distribuidoras têm entre 110% e 112 % de energia contratada, 10% a mais do que é necessário, o que reptresenta um custo muito alto, assinala o diretor.

Alternativas
 “ Há uma expectativa de ajuste no setor no sentido de descontratação de energia, diante das dificuldades econômicas que os empreendedores estão enfrentando para a construção das usinas vencedoras nos leilões. Em 2016, por exemplo, está prevista a entrada em operação de 6.000 MW, em 2017, entre 8.000 a 9.000 MW, em 2018 mais 5.000 MW .” E a CEEE acredita que pode haver a descontratação dessa eólica de Povo Novo? “Uma das alternativas que estamos pensando é cumprir apenas as obras das fazendas Vera Cruz (10 aerogeradores de 2,1 MW cada) e Povo Novo (quatro de 2,1 MW), as mais adiantadas e em condições de iniciar a montagem dos equipamentos. Curupira (11 aerogeradores) ficaria para outro momento.”

Outro entrave a ser resolvido é a logística. As pás dos aerogerados, de 55 metros de comprimento, dificultam o transporte pela rodovia que dá acesso ao local da obra, o que deve ser resolvido pela Weg (SC) fornecedora dos equipamentos. A busca de um parceiro ajudaria a empresa a concluir o empreendimento? “Esse é um tema que deve ter uma sinalização de cima para baixo. Ou seja, dos acionistas: governo do estado e Eletrobrás. Estamos analisando as oportunidades.”

 

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