AL-RS sai em busca de um Plano B para a UTE Rio Grande

Deputado Fábio Branco(C), liderou a audiência pública sobre a UTE Rio Grande/ Foto/ Divulgação

Atrasado no debate nacional sobre o mercado de gás natural, comparativamente a outras regiões, o RS começa a se mobilizar no sentido de viabilizar um projeto alternativo à UTE Rio Grande, do grupo Bolognesi, que acabou inviabilizado devido à ação do Ministério Público Federal, o qual denegou autorização ao pedido de licença ambiental da empresa.

“Acho muito difícil a reversão desse projeto (a outorga foi revogada em outubro de 2017 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mas o momento é oportuno para debater com o MME sobre a importância de um empreendimento dessa envergadura no RS, devido à posição periférica do estado, o que o deixa longe da oferta que será viabilizada por meio do pré-sal”, disse à MODAL o deputado estadual Fabio Branco (MDB).

Depois da audiência pública realizada na quinta-feira, 8 de agosto, na comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle da Assembleia Legislativa, coordenada pelo deputado, ficou definido um pedido de audiência com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, quando o assunto será debatido.

Cético em relação à perspectiva de o estado reverter a perda do  projeto que previa um terminal de regaseificação de GNL e uma UTE de 1.280 MW, o deputado acredita que o MME será sensível à reivindicação do estado, estado.

“Em março, estivemos na Aneel e ouvimos do diretor Rodrigo Limp que a intenção era realizar um novo leilão. O que todos nós queremos é uma decisão final. Se o projeto atual não for viável, temos de partir para algo factível. A instalação de uma termelétrica em Rio Grande é um projeto estruturante para o estado, pois produzirá energia firme, da qual o RS é importador, além de suprir a demanda de gás necessária para atender a indústria e a cadeia produtiva”.
Plano B
Durante a audiência, o engenheiro Ricardo Pigatto, CEO da RPI Partners, empresa dedicada a projetos de infraestrutura, afirmou que há um Plano B em estudo. “Instalaríamos duas térmicas, com 650 MW, cada, uma em Rio Grande e outra junto à subestação de energia em Nova Santa Rita, na Região Metropolitana”, explicou Pigatto.

Em 2014, o grupo Bolognesi, de Porto Alegre, venceu o leilão de energia A-5 para a construção da UTE Rio Grande , baseada GNL. A data contratual para a entrega de energia seria janeiro deste ano.  Com início previsto para dezembro de 2017, as obras da UTE Rio Grande, de 1.280 MW seriam executadas em 34 meses.

Em outubro de 2020, iniciaria a geração de energia de forma experimental e, em janeiro de 2021, no ambiente regulado. A UTE Rio Grande foi projetada para consumir cerca de 6 MM de m³/dia de gás naturale os restantes 8 MM m³ /dia seriam ofertados ao mercado local. A construção de um gasoduto Rio Grande-Triunfo, com extensão de 311 quilômetros e capacidade de 8,0 MM de m³/dia, de Rio Grande a Porto Alegre, seria construído pela Sulgás.

Dependente de 60% dos custos em dólares e euros, o projeto estimado, na época, em R$ 3,2 bilhões passou por um momento de dificuldades no acesso a linhas de financiamento devido à crise do Brasil. Além disso, o dólar que, na época do leilão estava cotado a R$ 2,58, alcançou um patamar de R$ 4,12, o que encareceu fortemente o empreendimento.

Com uma previsão de criação de 5 mil empregos diretos, o empreendimento proporcionaria ainda os seguintes benefícios ao estado: potencial multiplicador do terminal regaseificador; disponibilidade para utilização intensiva de gás natural combustível (14 MM m³/dia); confiabilidade e disponibilidade no suprimento de energia; incentivo para matriz energética mais limpa para a região e para o estado; disponibilidade para utilização intensiva de gás natural combustível; aumento na arrecadação municipal e estadual.

Setor vai atrair R$ 1,87 Trilhão até 2027

O diretor do MME, André Osório, detalhou durante a audiência a expectativa do governo federal para o setor energético. Segundo Osório, os investimentos nos segmentos de petróleo, gás e energia elétricas deverão chegar a R$ 1,87 trilhão até 2027. As projeções estão ancoradas em perspectivas otimistas para a retomada de um ambiente atrativo de investimentos e na ampliação da demanda por energia. “Nos últimos cinco anos, observamos um caso de sucesso na contratação de térmicas a gás natural nos leilões de energia nova. Desde 2014, considerando a potência das usinas vendedoras, 44% refere-se a gás natural, inclusive GNL”, explicou o diretor.

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