A Antares Polo Aeronáutico, pertencente a um grupo de empresários goianos, está investindo R$ 100 milhões, de recursos privados, na primeira fase de um projeto que almeja tornar-se o maior aeroporto de negócios da região Centro-Oeste, localizado em Aparecida de Goiânia – na grande Goiânia.
A Tropical Urbanismo, Innovar Construtora, CMC Engenharia, BCI Empreendimentos e Participações e a RC Bastos Participações, lideram o empreendimento. O total do investimento ainda não foi definido, dependendo das áreas que estão sendo comercializadas.
Com uma área de 209 hectares, o projeto requereu cerca de dez anos para cumprir todas as etapas de aprovação, desde legislações ambientais, uso do solo, e licenciamento junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
A Antares Polo Aeronáutico prevê a atração de empresas de todos os ramos da aviação, como táxi aéreo, serviços aeromédicos, FBO, manutenção de aeronaves de pequeno, médio e grande porte, hangaragem, cargas aéreas, fábrica de aviões e peças, educação aeronáutica e outros negócios correlacionados, como: empresas de transporte e logística, distribuidoras de combustíveis, hotéis executivos e outros.
Além de terrenos para abrigar empresas de todos esses segmentos, faz parte do o projeto um moderno aeroporto privado, com pista de pouso de 1.980 metros de extensão e em torno de 45metros de largura , habilitando a operação de aeronaves de maior porte, como um Boeing 737-800.
Com 96% de suas obras de terraplanagem e drenagem executadas, a Antares Polo Aeronáutico espera concluir a pavimentação da pista até o fim do primeiro semestre deste ano “Por sua localização geográfica no centro do país, o aeroporto de negócios pode se tornar num hub de logística com alcance para todo o Brasil e América Latina”, diz Rodrigo Neiva, diretor comercial do Antares Polo Aeronáutico.
Segundo Neiva, amplificada pelos investimentos na infraestrutura aeroportuária, juntamente com avanços tecnológicos em modelos de aeronaves, a indústria aeronáutica brasileira está muito perto de um grande salto. Após dois anos de forte impacto devido à pandemia, o setor deve confirmar sua curva de ascensão, acrescenta .
Entre os dados relevantes do setor em 2023, ele cita o avanço da Embraer, que no fim do terceiro trimestre entregou 43 aviões, uma alta de 30% em relação ao mesmo período em 2022, impulsionado especialmente pelo segmento de jatos executivos. No trimestre encerrado em setembro a empresa contabilizou 28 novas aeronaves executivas entregues, aumento de 22%, em comparação a igual período do ano anterior.
Outra fabricante que comemorou o aumento nas vendas de jatos é a americana Textron, que anunciou um lucro líquido de US$322 milhões no terceiro trimestre de 2023. Entre os meses de julho a setembro, a empresa entregou 39 jatos executivos e 38 turboélices, uma alta de 15,15% em relação ao mesmo período do ano passado. As receitas da empresa totalizaram US$ 3,3 bilhões, com um crescimento de 10% frente ao ano anterior.
No Brasil, a JHSF Participações, administradora do São Paulo Catarina Aeroporto Executivo Internacional, localizado em São Roque (SP), informou um crescimento robusto de 74,9% no número de movimentos de aeronaves naquele campo de aviação.
“Esses números da Embraer e da Textron demonstram que a aviação executiva ou de negócios é a bola da vez dentro do setor, e nosso empreendimento irá justamente atender esse segmento, que hoje tem uma grande dependência dos grandes aeroportos comerciais, que priorizam as grandes companhias aéreas da aviação comercial”, relata o investidor.
Outro aspecto que anima os investidores da aviação é o recente processo modernização das normas de regulamentação do setor, deflagradas no governo passado por meio do Programa Voo Simples. Lançado em de outubro de 2020 pela Anac, o programa, segundo Neiva, vem reeditando uma série de normas técnicas e leis que trazem processos de certificação mais ajustados às necessidades dos regulados, eliminando por exemplo, autorizações e concessões desnecessárias para a operação de novas empresas aéreas no Brasil e simplificando e racionalização regras de serviços aéreos e fiscalizações.
Uma das mudanças previstas para 2024 e que integram o Programa Voo Simples é a simplificação das operações de táxi aéreo. A ideia, de acordo com o empresário, é categorizar as empresas operadoras, de acordo com seu tamanho e a complexidade das operações realizadas. A mudança trará proporcionalidade de requisitos aos transportadores aéreos, possibilitando que novos negócios se iniciem com uma certificação simplificada, que agrega requisitos conforme o crescimento da empresa, assinala.
“Modernizar e desburocratizar a aviação civil são passos extremamente necessários para o incremento de novos negócios. Temos uma legislação aeroportuária muito defasada dos atuais avanços tecnológicos da aviação”, argumenta Rodrigo Neiva.