APL da Serra Gaúcha cria plataforma virtual para reduzir ociosidade do maquinário industrial

A ociosidade do maquinário industrial instalado na Serra Gaúcha pode diminuir de forma substancial em breve com a implantação da Plataforma Digital Integradora (PDI), um software que utiliza Inteligência Artificial para fazer a aproximação entre indústrias que têm necessidade de aumentar (ou desenvolver) a produção de um determinado item, e empresas capacitadas para atender esta demanda. Operando atualmente na versão beta (experimental) em fase de testes, o sistema deverá entrar em operação dentro de três meses.

Ubiratã Rezler, presidente da APL Metalmecânico e Automotivo da Serra Gaúcha, responsável pelo projeto, deseja que as empresas da região sejam preferencialmente as ofertantes, aquelas que possuem máquinas e equipamentos ociosos em condições de atender às necessidades das empresas demandantes. Deixa claro, todavia, que o mundo virtual tende a alargar o horizonte de oportunidades. “Há softwares similares, mas o nosso se distingue por atender a demanda industrial”, explica.

Casando informações

“Estamos colocando à disposição da sociedade um padrão totalmente diferente de fazer negócio, algo que os empresários não estão acostumados, que usa Inteligência Artificial para cruzar dados, identificar máquinas ociosas com as características específicas para atender uma determinada demanda. Isso é inovador”, ressalta, acrescentando que a APL da Serra Gaúcha está interagindo com outras APLs para “casar” plataformas, como a do Vale dos Sinos.

O estágio de desenvolvimento da plataforma atingiu 60%. O projeto exigiu investimento de R$ 750 mil, sendo R$ 600 mil bancados com recursos do governo do estado e o restante (contrapartida) pela iniciativa privada. Duas empresas, ambas de Caxias do Sul, uma de software e outra da área industrial, fazem parte da formatação da plataforma. As regras de participação não estão totalmente finalizadas, mas é provável que haja a cobrança de uma taxa de adesão para os membros.

União de esforços

A APL conta hoje com 149 associados de um universo de 4,5 mil empresas espalhadas por 16 municípios da região. A intenção do dirigente é dobrar rapidamente o número de associados. Entidades, como Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplas), Senai, Sebrae-RS, Universidade de Caxias do Sul (UCS) e prefeitura de Caxias do Sul, entre outras, fazem parte do arranjo da Serra Gaúcha.

A ideia de desenvolvimento da plataforma digital surgiu de outra proposta da APL que é a formação de consórcios industriais para produzir aqui parte do que é importado. “A Tramontina, por exemplo, importa da China eixos de transmissão para equipar um de seus tratores. E aí fizemos a seguinte pergunta: por que não fazer aqui? Reunimos três empresas aqui da Serra, formamos um consórcio e cada uma ficou responsável por uma parte desse eixo.  Assim, estamos gerando emprego, tributo e renda”, diz Rezle, que já conta com quatro consórcios em funcionamento.

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