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Associação Hidrovias RS prepara propostas para os candidatos ao Piratini

Crédito: Divulgação

Ampliar o volume na movimentação de cargas pelas hidrovias, dos atuais 7 milhões de toneladas anuais para 12 milhões de toneladas/ano no médio prazo, reduzindo assim o custo do frete em cerca de 40%, e tornando a produção gaúcha mais competitiva, tanto no acesso ao mercado interno via cabotagem, como externo, como o asiático, através da rota marítima do Sul da África.

Estas são algumas das aspirações das empresas de navegação que utilizam as hidrovias gaúchas e que podem sair da teoria para a prática com a criação da associação Hidrovias RS, entidade cujo processo de constituição ganhou novo impulso recentemente com a definição do nome do experiente Wilen Manteli para assumir a presidência. A briga dele agora é contra o tempo.

Eleger prioridades

Manteli vai chamar os usuários das hidrovias o mais rápido para eleger as propostas, de forma consensual e, na sequência, entregar um document aos postulantes do Piratini nas próximas eleições. “Depois de eleito nós vamos lá cobrar”, avisa Manteli, torcendo para que as tomadas de decisões do próximo governo não sejam mais empurradas para Brasília. “É preciso que as coisas se resolvam por aqui”, ressalta.

A ideia de formação de uma associação integrada por entidades empresariais, donos de cargas do agronegócio, cooperativas, investidores e da indústria e empresas focadas no transporte de passageiros e de cargas nasceu em maio de 2016, e todas as tentativas de compor uma aliança com o governo do estado falharam. “Nenhuma das proposições foram acolhidas”, informa o dirigente.

Empreendimentos próximos aos rios

Fora a preocupação com segurança, sinalização 24 horas para navios e barcaças, mais um ponto de atracação em Rio Grande (atualmente existem dois locais) e a necessidade de um estaleiro para reparo das embarcações, a nova entidade precente concentrar o foco no aproveitamento das áreas que margeiam as hidrovias. “Não há política pública clara que defina as condições para instalação de empreendimentos produtivos e de logística nas margens dos cursos navegáveis”, lamenta Manteli.

“São mais de 50 municípios banhados por lagos ou rios que poderiam explorar essas áreas para criar verdadeiros polos produtivos e de logística. Veja que o estado e os municípios passariam a contar com uma receita oriunda da cobrança de arrendamento dessas áreas, bem como dos efeitos da repercussão econômica, especialmente pelo aumento das cargas, geração de postos de trabalho e tributos”, avalia.

Sociedade inerte

Segundo ele, a legislação federal é confusa e a estadual é omissa. “Temos uma gama de órgãos federais e estaduais que se sobrepõem e que repercutem mais na insegurança do que em incentivo para o investidor. Se de um lado, o estado ou a prefeitura, pode autorizar a instalação de uma indústria próximo a um rio, para construir um terminal depende de Brasília. Ter terminal é uma grande motivação para empreender em face da vantagem competitiva do transporte aquaviário”, aponta o dirigente.

Para Manteli, uma cidade portuária como se vê nos Estados Unidos e na Europa, se constitui em fator estratégico para o desenvolvimento regional, transformando-se em verdadeira plataforma logística. Questionado por que o Brasil não avança nesse ponto, ele faz uma autocrítica: “A sociedade é inerte no sentido de propor soluções, pressionar, exigir modelos para o desenvolver a região”, comenta.

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