Depois de passar pelo pior período de sua história quase cinquentenária, que teve origem nos quatro anos de gestão do governo Tarso Genro, entre 2011 e 2014,quando sofreu o calote de empresas de grande porte, o que resultou na perda da captação de recursos do BNDES – a sua principal fonte de linhas de crédito – , o Badesul se credencia novamente a ser um importante meio de fomento para a economia gaúcha.
“Aquilo tudo já foi superado e hoje somos uma nova instituição, em condições de contribuir para o desenvolvimento do estado, que é a vocação do banco”, disse a MODAL Jeanette Halmenschlager Lontra, presidente do Badesul, momentos antes da reunião do Compech, na quinta-feira 30 de janeiro, no auditório do banco.
Com um sorriso, Lontra contou que ainda neste mês o Bandesul pretende lançar um programa, em que a prioridade será os projetos de sustentabilidade, no qual o setor de energias renováveis é um dos principais alvos.
“Estamos buscando recursos de nosso capital próprio para incentivar a economia do estado e ainda neste mês vamos anunciar essa nova linha de crédito” que poderá chegar a R$ 100 milhões em 2020”, acrescentou.
Além de remanejar suas aplicações como um todo, o Badesul percebeu que existe uma folga no fundo de reserva que é exigido pelo Banco Central. “Com isso, nós temos mais liberdade de decidir onde desejamos aplicar, qual a taxa e os prazos”, explicou Lotra que reserva o anúncio oficial na a divulgação do balanço de 2019 ao final deste mês. “Essa é a vantagem de trabalhar com recursos próprios”.
Além dessa iniciativa, o banco também pretende criar um fundo de financiamento com recursos externos, tendo mantido contatos com o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), que tem sede em Xangai, na China, e foi criado em 2014a instituição financeira dos BRICs durante a 6ª Cúpula dos BRICS – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – com o objetivo de mobilizar recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nesses países. O escritório regional do banco na Américas (ERA) fica no Brasil, conforme decreto legislativo 657/19.
Além do NBD, o Badesul também está negociando recursos junto à CAF (Comissão Andina de Fomento) e à Agência Francesa de Desenvolvimento. “Hoje o rating do governo do estado ainda nos afeta, mas como estamos em uma nova fase, com cenários animadores pela frente, mantemos a esperança de buscar esses recursos”.
Funcionária de carreira do banco há cerca de 40 anos, que hoje desempenha a diretoria de operações de forma simultânea com a presidência, Lontra informou que o lucro operacional do banco em 2019 foi o melhor dos últimos anos.
No final do primeiro semestre do ano passado, o lucro líquido do Badesul foi de R$ 24,6, o que representou um crescimento de 42% em relação ao mesmo período de 2028.
No primeiro semestre de 2019, foram aprovadas 88 operações de crédito, no valor total de R$ 179,7 milhões e desembolsados R$ 111,6 milhões tanto para o financiamento de investimentos na economia gaúcha como para a sustentação de investimentos antes apoiados, ao que se soma a integralização de R$ 1,2 milhão em fundos de investimentos em participações.
O saldo atual de operações ativas do Badesul, no período, era de R$ 2,1 bilhões. O patrimônio líquido também teve crescimentos sucessivos: R$ 660,845 milhões em junho de 2017, R$ 707,386 milhões em junho de 2018 e R$ 733,465 milhões em junho de 2019, com um crescimento de 11%.