Brasil inicia o ano com capacidade eólica instalada de 12,76 gigawatts de potência

O ano inicia com o Brasil tendo uma capacidade instalada de 12,76 gigawatts (GW) de energia eólica, o que representa uma participação de 8,2% na matriz energética do País, ficando próxima da geração térmica a gás natural. De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), a instalação de projetos de 2,02 GW no ano passado proporcionou crescimento de 17,8% em relação a 2016. Em 2017, o setor comercializou 1,45 GW nos leilões de energia nova, representando 26% do total negociado.

A potência de 12,76 GW tem condições de abastecer mensalmente cerca de 18 milhões de residências. Com isso, o Brasil ultrapassa a Itália no ranking mundial de capacidade instalada de energia eólica, ocupando a nona posição. Conforme projeções da entidade, até 2023, a potência instalada de energia eólica chegará a 18,639 GW. Atualmente há 508 parques em operação, totalizando mais de 6,5 mil aerogeradores. Outros 252 novos projetos deverão ser construídos até 2023, gerando mais 5,11 GW.

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Novo leilão em abril

A capacidade instalada inclui a consolidação das contratadas nos ambientes de livre e regulado, a ACC e ACR, respectivamente. Há também a contabilização da usina eólica Tubarão, fruto de um programa de Pesquisa & Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A estimativa de alcançar 17,8 GW em 2023 considera os leilões A-4 e A-6, realizados em dezembro passado. O A-4 movimentou R$ 5,6 bilhões em contratos, com preço médio de R$ 144,51 por megawatts/hora (MWh), deságio de 54,65% em relação aos preços-tetos. Isso representa uma economia de R$ 6,8 bilhões para os consumidores de energia. Os projetos contratados correspondem a 228,7 MW de garantia física. O fornecimento está previsto a partir de 2021. Um novo leilão do tipo A-4 será realizado em abril deste ano e deve dar um novo fôlego ao setor.

Já o leilão A-6 movimentou R$ 108 bilhões em contratos, com preço médio de R$ 189,45 por MWh, deságio de 38,7% em relação aos preços-teto, gerando uma economia de R$ 68,5 bilhões.

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Brasil se aproxima de agência internacional

Conforme a Abeeólica, a fonte eólica foi a mais competitiva e os preços apresentados refletem as questões conjunturais, como queda do custo do capital. Além de estratégias individuais de cada agente que podem, por exemplo, envolver venda antecipada de parte da energia no mercado livre.

Na segunda quinzena de janeiro, a Comissão Interministerial de Participação em Organismos Internacionais do governo federal aprovou o início do processo de adesão do Brasil à Agência Internacional de Energia Renovável (Irena). A entidade possui 152 países membros e cerca de 30 países estão em processo de adesão, como o Brasil. Criada em 2009, a agência tem realizado um trabalho sério, sistemático e profundo, o que a colocou, em pouco tempo, numa posição de autoridade mundial em energia renovável.

Estudo mostra queda nos custos

Os estudos realizados pela agência internacional são utilizados por empresas e órgãos governamentais, pois trazem leituras de cenário amplas, de alta inteligência, produzidas por profissionais com grande conhecimento do setor. Um dos estudos mais recentes, o “Renewable Power Generation Costs in 2017”, trouxe o panorama da queda dos custos das renováveis ao redor do mundo, fato constatando nos últimos leilões realizados no Brasil e em outros países.

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