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Ferrovia

Movimento de cargas nas ferrovias de SC cresce 8,9% no primeiro semestre de 2024 e fica acima da média nacional

  A movimentação de cargas nas ferrovias de Santa Catarina cresceu 8,9% no primeiro semestre de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023. Segundo dados apurados pela gerência de Ferrovias, da Secretaria de Portos, Aeroportos e Ferrovias junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), as duas concessionárias que atuam no estado transportaram 3,5 milhões de toneladas. O desempenho das concessionárias que atuam em Santa Catarina ficou acima da média nacional, que foi 5,03% maior em comparação com o primeiro semestre de 2023.   “O setor segue mantendo um crescimento consistente ao longo de 2024 e acima do que já foi registrado em 2023. Fica a expectativa de como será o segundo semestre, principalmente no agronegócio que é o setor que mais movimenta cargas pelo modal ferroviário em Santa Catarina”, avalia o secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins.   Até agora o mês de maior desempenho do setor foi abril, com a movimentação de 628,9 mil toneladas. O segundo trimestre, com 1,8 milhões de toneladas, foi 3,5% maior que o primeiro trimestre, que movimentou 1,7 milhões de toneladas.   Pela Rumo Logística, concessionária da Malha Sul, foram movimentadas 2 milhões de toneladas de cargas. Pela Ferrovia Tereza Cristina, foram movimentadas 1,5 milhões de toneladas.   Os maiores volumes registrados foram o transporte de 1,6 milhões de toneladas de soja e 1,2 milhões de toneladas de carvão. Também passaram pelas ferrovias catarinenses 321 mil toneladas de milho, 300 mil toneladas de cargas conteinerizadas, 36 mil toneladas de óleo diesel, 24,4 mil toneladas de gasolina, 10,2 mil toneladas de cloreto de potássio, 4,2 mil toneladas de adubo orgânico a granel. 417 toneladas de fosfato e 275 toneladas de álcool.   A movimentação nos 763 quilômetros de malha ferroviária em operação corresponde a 1,4% da movimentação nacional, que foi de 253,9 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2024.  

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RS ganha projeto privado de trem Porto Alegre-Gramado, com viagem de uma hora e 240 lugares

  O turismo de Gramado vai ganhar um novo impulso. Trata-se de um trem de  Porto Alegre ao município, em um trajeto de 84 quilômetros, com capacidade de cerca de 250 lugares e uma estimativa de viagem de uma hora. Com base na Lei das Ferrovias, de 2021, que autoriza a implantação e operação ferroviária pelo setor privado, o projeto foi apresentado em março ao governador e em abril ao secretário Ernani Polo do Desenvolvimento Econômico pelos representantes da Sul Trens, formada pela RG2E Engenharia Consultiva, STE Engenharia e BF Capital. Segundo Renato Grillo Ely, administrador da SulTrens, o início efetivo do investimento, depende de análise e aprovação por parte governo do estado . Após esta etapa será  firmado um contrato de adesão, passando a empresa solicitante à condição de autorizatária para a execução da futura ferrovia. Pela relevância dos estudos ambientais do empreendimento, a elaboração do EIA/RIMA e posterior emissão da Licença Prévia (LP) está prevista para 33 meses, a Licença de Instalação (LI) em 45 e a Licença de Operação (LO) em 82 meses. Em termos de demanda, Ely informou que a partir de estudos e pesquisas, a Sultrens, estima que em 2031, ano em que se inicia a operação do trem, mais de 10 milhões de turistas deverão viajar a Gramado, o que significa um total de 20 milhões de viagens com origem e destino entre Porto Alegre e Gramado/Canela. Para estimativa do total de turistas na região foi utilizado o movimento medido nas praças de pedágio que acessam Gramado, a partir de Porto Alegre,  nos anos de 2022 e 2023. Nesse período,  houve um crescimento 14% de julho de 2023 contra igual período do ano anterior. Desta forma, a empresa projetou para os 12 meses de 2023 um total de 7,4 milhões de usuários de turistas. A perspectiva é de que em 2031 esse movimento atinja 10 milhões de visitantes – ano em que a Sultrens espera iniciar suas operações -, o que representaria 20 milhões de viagens. “Imaginamos poder contar com 10% desse mercado, o qual irá formar a receita do sistema com 2 milhões de viagens/ano”, afirma o empresário.  Além dos faturamento com tarifas, a empresa pretende adicionar outras fontes para a cobertura dos custos do investimento, cujo volume somente será definido ao longo da conclusão de todos os projetos de engenharia. “A ideia é complementar às fontes de receitas com uma série de empreendimentos imobiliários na serra que serão ligados pelo trem, a partir do aeroporto Salgado Filho”, explica Ely que também anuncia a possibilidade de construir um hotel, junto à estação Porto Alegre, ligado por uma passarela ao aeroporto internacional Salgado Filho, para a hospedagem de turistas.   “Entendemos que um hotel junto à estação, permitiria ao turista pernoitar junto à própria estação e seguir viagem no outro dia”, exemplifica Ely, empresário gaúcho radicado há 45 anos em Brasília, que detém larga experiência em transporte urbano e ferroviário. Outra fonte de receita poderá ser o transporte de cargas, o que seria efetuado no período da noite Com anteprojeto de engenharia concluído e estudo de viabilidade elaborado,  a Sultrens prevê o payback do empreendimento em 16 anos, numa concessão de 99 anos. Para o desenvolvimento da ferrovia, a Sultrens contará com a expertise das empresas que participam da companhia: RG2E,  especializada na concepção e formatação de projetos de infraestrutura; a STE, maior empresa de consultoria do RS, com 50 anos de atuação como consultora nos segmentos rodoviário, ferroviário, aquaviário e saneamento, e a BF Capital, da área de  captação de recursos para empreendimentos de infraestrutura. De acordo com o empresário, todas as informações necessárias foram encaminhadas e não existe prazo estabelecido para o governo  do estado analisar o projeto. “Trata-se de um empreendimento em que é fundamental o apoio do governo, dado que dependemos de sua adesão por questões ambientais e de transporte. É preferível que se constate qualquer questionamento de imediato, de modo a ajustar-se o necessário.”

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Estados do Cosud definem posição sobre renovação da Malha Sul em agenda no Ministério dos Transportes no dia 14 de maio

 Reunidos nesta quinta-feira em Curitiba,no Palácio Iguaçu, os estados do Cosud  (Consórcio de Integração Sul e Sudeste) decidiram elaborar um termo de referência para a contratação de um estudo de demanda  de cargas da Malha Sul. Dados disponíveis do Anuário Ferroviário da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) indicam trechos com tráfego interrompido, sem atividade por razões diversas. Somados, chegam ao total de 2.280 quilômetros, o que corresponde a 31,6% da extensão total. Entre 2006 e 2023 o transporte de carga em toda a Malha Sul sofreu uma redução em 26%. Os estados também pretendem apresentar uma proposta para o processo da nova concessão ao Ministério dos Transportes. O atual contrato da iniciativa privada com o governo federal, de 7.223 quilômetros de extensão, se encerra em fevereiro de 2027. “Vamos analisar em conjunto uma proposta a ser apresentada para o governo federal”, destacou o vice-governador do Paraná, Darci Piana. “Uma boa malha ferroviária é boa inclusive para imprevistos. Com o volume de chuvas que tivemos recentemente, por exemplo, o setor produtivo acabou prejudicado. Se tivéssemos um sistema ferroviário mais eficiente teríamos sofrido muito menos”. Gabriel Souza, vice-governador do RS, destacou a necessidade urgente de novos investimentos nesse modal. “Queremos melhorar a eficiência da Malha Sul”, afirmou. NOVA LICITAÇÃO “Está claro que estamos abaixo de 50% de utilização e isso está causando grandes custos para a nossa economia”, disse  o secretário da Portos, Aeroportos e Ferrovias de Santa Catarina, Beto Martins. “Contribuímos muito para o Brasil, com indústrias fortes, logística de peso nos aeroportos e portos e estamos com uma trava na área ferroviária que precisa ser resolvida”. O GT das Ferrovias foi criado na última reunião do Cosud realizada em março, em Porto Alegre, com o objetivo de buscar a união dos estados em torno do desenvolvimento deste modal, considerado de fundamental importância para a logística de transportes. (Com assessorias de imprensa do Paraná e Santa Catarina)    

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Santa Catarina terá uma Lei Estadual de Ferrovias

O governo de Santa Catarina está atuando na construção da Lei Estadual de Ferrovias. A proposta será fundamental para que o Estado possa ter autonomia para autorizar a concessão de novos trechos ferroviários. O encaminhamento sobre esta legislação foi discutido pelo secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias (SPAF), Beto Martins, com o superintendente de Transportes Ferroviários da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Ismael Trinks, em Brasília. “Temos dois projetos ferroviários em andamento em Santa Catarina e viemos buscar  informações sobre como preparar a nossa legislação para o setor. Com uma Lei Estadual, estaremos preparados para os passos seguintes, como a possibilidade de autorizar concessões”, reforça o secretário. Durante a audiência na ANTT, o Estado também demonstrou interesse em solicitar a delegação dos trechos ferroviários existentes, caso a atual concessão não seja renovada. “Se isto acontecer, esta é uma possibilidade que pretendemos aprofundar com a ANTT. Santa Catarina terá um reforço em seus ativos que poderão valorizar um futuro pacote de concessão de ferrovias no Estado”, acrescenta Martins. *SNTF e INFRA SA* A agenda em Brasília também teve uma reunião na Secretaria Nacional de Transportes Ferroviários (SNTF) e outra na Infra SA. Os membros da SPAF apresentaram os projetos que estão em andamento, visando futuras parcerias e a integração dos projetos catarinenses no planejamento nacional de expansão da malha ferroviária.

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Infra S.A. elabora estudos para nova licitação da Malha Sul hoje sob concessão da Rumo, mas MT admite que renovação da concessão não está descartada

O Ministério dos Transportes informou à MODAL que trabalha na elaboração de uma portaria que irá regulamentar o processo de renovação antecipada de contratos de concessões ferroviárias. O encerramento dos processos de renovação depende da conclusão dos estudos e negociações que definirão se será ou não vantajoso para o poder público prorrogar os contratos, à luz das novas regras. Os processos de renovação em andamento no Ministério dos Transportes, segundo nota a este portal,  seguem conforme os protocolos exigidos, estando cada um deles em uma etapa diferente. No caso da Malha Sul, os estudos estão sob responsabilidade da Rumo e ainda não foram apresentados em sua totalidade. Ainda em dezembro de 2020, a ANTT emitiu a deliberação  nº 477/2020 que definiu prazos para execução de medidas corretivas em alguns trechos decorrentes de inadimplementos generalizados na malha Sul. Além disso,  a deliberação remeteu o  tratamento de trechos desativados no processo de prorrogação antecipada do contrato, o que poderia  resultar inclusive em devoluções à União, com o consequente cálculo e pagamento de indenização. Até o momento, no entanto,  segundo a ANTT, a Rumo está adimplente com as obrigações e algumas das responsabilidades previstas para 2023 estão em fase final de reprogramação. “A Agência solicitou ajustes no Plano de Negócios apresentado pela concessionária e aguarda o reenvio dos documentos com as correções para dar continuidade às etapas. Paralelamente ao processo de prorrogação antecipada, o Ministério dos Transportes determinou que a Infra S.A. também deve elaborar estudos para a nova licitação da malha”, conclui a nota. A concessão da Rumo Malha Sul, de 7.223,4 km,   encerra-se em fevereiro de 2027, podendo ser renovada até fevereiro de 2057, mediante investimentos de R$ 10 bilhões.    

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MRS investe mais de R$ 1 bilhão em vagões no 1º bimestre do ano para renovação da frota e crescimen

  A MRS Logística (MRSA-MB) adquiriu 560 vagões do tipo gôndola da GBMX (Greenbrier Maxion), utilizados no fluxo de transporte da mineração. Esses vagões serão entregues até agosto como parte da renovação da frota ferroviária da empresa. Com mais esta aquisição, a MRS investiu, aproximadamente, R$ 1 bilhão no segmento de material rodante apenas nos dois primeiros meses deste ano, lembrando que a empresa anunciou recentemente a compra de 30 locomotivas, que também serão entregues ainda em 2024.   De acordo com Guilherme Segalla de Mello, presidente da MRS Logística, o objetivo da aquisição é integrar à frota uma nova geração de vagões e aumentar a performance da companhia. “Com os novos vagões, vamos potencializar a operação dos clientes, de portos e terminais de cargas realizando a mesma produção com uma produtividade dos ativos maior, mais eficiência energética e redução do consumo de combustível com menos emissões de gases, contribuindo ainda mais para a sustentabilidade. Essa redução no consumo se dá, por exemplo, devido à maior capacidade de carga dos vagões o que, consequentemente, reduz o número de viagens nas nossas ferrovias”, destaca o presidente da MRS Logística.   A redução de custos também é um resultado que impacta não só em questões financeiras da empresa, mas também no chamado “custo Brasil”. Isso porque quanto mais a MRS for capaz de transportar, com menores custos e mais sustentabilidade, maior será a competitividade do Brasil perante o mercado internacional.   Aquisição de locomotivas   Neste ano, a MRS anunciou a aquisição de 30 novas locomotivas da série Evolution, da Wabtec Corporation, para a renovação da atual frota. O negócio foi avaliado em cerca de R$ 500 milhões, com as primeiras entregas já previstas para 2024.   A compra também faz parte da estratégia de renovação da frota ferroviária e reforça a relação de quase 30 anos entre as duas empresas.   Sobre a MRS – A MRS é uma operadora logística que administra uma malha ferroviária de 1.643 km nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, região que concentra cerca da metade do PIB brasileiro. A companhia está entre as melhores ferrovias de carga do mundo, com produção quase quatro vezes superior àquela registrada na década de 90. A malha ferroviária conecta regiões produtoras de commodities minerais e agrícolas a alguns dos principais parques industriais do país aos maiores portos da região Sudeste, o que gera uma operação de transporte diversificada, como contêineres, siderúrgicos, cimento, bauxita, agrícolas, coque, carvão e minério de ferro. Aproximadamente 20% de tudo o que o Brasil exporta e um terço de toda a carga transportada por trens no país passam pelos trilhos da MRS.   Sobre a Greenbrier Maxion – Nascida a partir da FNV (Fábrica Nacional de Vagões), a Greenbrier Maxion atualmente é formada pela união das empresas norte-americanas The Greenbrier Companies e Amsted Rail Inc., além da brasileira Iochpe-Maxion. Localizada em Hortolândia-SP, possui mais de 80 anos de atuação no Brasil, sendo considerada maior operação ferroviária da América do Sul. Possui capacidade de produção acessível e eficiente, com expertise em projetos de vagões de carga, truques, serviços de reforma, adaptação e modernização de vagões e seus componentes.    

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Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul decidem monitorar processo de renovação da concessão da Rumo Malha Sul  

Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul deverão trabalhar em conjunto para acompanhar as negociações da licitação da Malha Sul (RS-SC-PR), hoje sob concessão da empresa Rumo. Pelo menos este foi um dos compromissos assumidos pelos três estados durante o 10° Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), encerrado em 01/03. A ideia, segundo os integrantes do Grupo de Trabalho (GT) Malha Ferroviária criado pelo vice-governador Gabriel Souza, é prospectar novos negócios e possíveis investidores nacionais e internacionais para aumentar a competitividade e, se possível, buscar nova concessionária em substituição à Rumo, cuja concessão de 7.223,4 km encerra-se em, 01/03/ 2027. Prevista para o quarto trimestre do ano, a renovação da concessão da Malha Sul, segundo informações da Agência Infra, estaria fora de cogitação pelo governo federal, que deve encaminhar estudos para a nova licitação. No RS, dos 3.259 quilômetros da malha ferroviária concedida, apenas cerca de 1.100 km são utilizados no período da safra, reduzindo-se para entre 800 km a 900 km nos demais meses do ano,  segundo informou à MODAL o presidente do Sindicato dos Ferroviários do RS, João Calegari. “Ao todo, foram desativados cerca de 1.800 km na malha da Rumo no RS”, completa.   De acordo com Calegari, desde o início da concessão encontra-se desativado o trecho entre São Borja e Santiago e, nos últimos anos, todo o acesso ao Mercosul:  Cacequi-Rosário do Sul e, na sequência, Cacequi-Uruguaiana. Sobre o volume de carga transportado, não há dados oficiais da empresa, nem relativo a cargas oriundas de São Paulo em direção ao Porto do Rio Grande, e de Rio Grande para Paranaguá e de Rio Grande para o Porto de Santos. “Sabe-se apenas que internamente, no estado, são transportados combustíveis e grãos”,  informa.   Calegari relatou a inexistência de manutenção, falta de trocas de trilhos e redução do material rodante (máquinas e vagões), muitos dos quais foram transportados pela empresa para São Paulo, Paraná e Santa Catarina.  Dados da ANTT, segundo Calegari, relataram a redução da velocidade dos  trens, em determinados trechos,  de 30km por hora para 20km por hora e de 20km para 10km por hora. O trecho de Ijuí a Cruz Alta, de 60 km, leva até seis horas, relatou o presidente do SindiferRS. No RS, a Fecomércio, Farsul e a Federasul são contra a renovação da concessão da Malha Sul operada pela empresa Rumo. Na gestão do governo José Sartori (2015-2019), o RS encaminhou ao governo federal um amplo dossiê sobre a operação da Rumo no RS. Entre as reivindicações, o governo gaúcho solicitou a reativação dos seguintes trechos: Erechim-Passo Fundo; Getúlio Vargas-Marcelino Ramos; Santo Ângelo- São Luiz Gonzaga; São Luiz Gonzaga- Santiago; Santa Rosa- Santo Ângelo; Santana do Livramento- Cacequi e São Borja- Santiago. Entre as necessidades do modal ferroviário no RS, o governo Sartori listou: carecem de processo de modernização;  abandono de 35% da malha ferroviária; defasagem tecnológica; baixo padrão de produtividade;   volume transportado decrescente. Em entrevista à MODAL, o Secretário de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias (SPAF) de Santa Catarina, Robison Coelho, afirmou que a Rumo prometeu uma recapacitação na Malha Sul  no trecho  de Mafra a Lages, com troca de trilhos e dormentes para aumentar a segurança, a velocidade e a capacidade do modal.  “Dos 4 milhões de toneladas transportadas em  2023,  a empresa informou que com a recapacitação poderá chegar a mais de 10 milhões de toneladas”, acrescentou Coelho. “Apoiaremos a Rumo Malha Sul apenas se a recapacitação for de fato confirmada. Nossa convicção é que a renovação da malha ferroviária deve ser impulsionada por investimentos, e não como na concessão inicial, quando não foram aplicados novos recursos”. Hoje, dos  1.219 km da malha ferroviária de Santa Catarina sob a concessão da Rumo, foram desativados 620 km , segundo a SPAF.   A empresa Rumo Malha Sul, que gerencia a Malha Sul, propôs ao governo federal a antecipação da prorrogação da concessão no trecho ferroviário, que iria até 2027, por mais 30 anos. Em contrapartida, a empresa oferece um investimento privado de R$ 10 bilhões em um percurso de 3 mil km, ou seja, seriam devolvidos à União 4.223,4 km.   A Modal tentou contato com o governo do Paraná que não deu retorno.

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MRS Logística vai investir R$ 500 milhões na compra de 30 locomotivas da série Evolution de menores emissões, da Wabtec Corporation

A MRS Logística (MRSA-MB) e a Wabtec Corporation (NYSE: WAB) oficializaram um acordo para aquisição de 30 novas locomotivas da série Evolution. O negócio está avaliado em cerca de R$ 500 milhões, com as primeiras entregas previstas para 2024. A compra faz parte da estratégia de renovação da frota ferroviária e reforça a relação de quase 30 anos entre as duas empresas. Menores emissões Lançadas em 2022, as locomotivas do modelo ES44ACi são equipadas com motores Evolution Series Diesel, que produzem 4.500 cavalos de potência com apenas 12 cilindros. O motor eletrônico a combustão interna de quatro tempos com turboalimentação proporciona maior eficiência energética e menores emissões, graças a um projeto focado na eficiência térmica da combustão combinada com um sistema de resfriamento de ar de dupla admissão. De acordo com Guilherme Segalla de Mello, presidente da MRS Logística, a renovação da frota é crucial para que a empresa tenha ainda mais eficiência e segurança no transporte de cargas. Ao utilizar uma frota moderna de locomotivas, segundo Segalla, a empresa promove  melhor eficiência energética no transporte ferroviário e contribui para aprimorar a logística do  país. “A ferrovia  é um modal mais sustentável, mesmo assim empenhamos todos os nossos esforços para que tenhamos a menor emissão de gases em nossas operações”, acrescenta. Tecnologia A tecnologia avançada da ES44ACi está alinhada com o impulso global em direção a práticas mais sustentáveis. A locomotiva proporciona uma redução de emissões de cerca de 5% em comparação com sua antecessora, a AC4400. Os materiais de alta resistência utilizados na produção também aumentam significativamente os intervalos de manutenção em cerca de 28%, reduzindo os custos operacionais ao longo do ciclo de vida da locomotiva. “As locomotivas ES44ACi de ponta oferecem alto desempenho e maior confiança, além de ter reduzidas as emissões de CO2”, diz Danilo Miyasato, presidente e líder regional da Wabtec América Latina. “Este contrato de longo prazo evidência nossa visão de uma rede ferroviária mais ecológica para o Brasil”, destaca.   A MRS é uma operadora logística que administra uma malha ferroviária de 1.643 km nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, região que concentra cerca da metade do PIB brasileiro. A companhia está entre as melhores ferrovias de carga do mundo, com produção quase quatro vezes superior àquela registrada na década de 90. A malha ferroviária conecta regiões produtoras de commodities minerais e agrícolas a alguns dos principais parques industriais do país aos maiores portos da região Sudeste, o que gera uma operação de transporte diversificada, como contêineres, siderúrgicos, cimento, bauxita, agrícolas, coque, carvão e minério de ferro. Aproximadamente 20% de tudo o que o Brasil exporta e um terço de toda a carga transportada por trens no país passam pelos trilhos da MRS.    A Wabtec Corporation (NYSE: WAB)  é líder global em equipamentos, sistemas, soluções digitais e serviços de valor agregado para as indústrias ferroviárias de carga e passageiros, bem como para as indústrias de mineração, marítima e industrial. A Wabtec é líder no setor ferroviário há mais de 150 anos e tem a visão de alcançar um sistema ferroviário com emissão zero nos EUA e em todo o mundo.    

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O Brasil na era das ferrovias?

  José Serra Vem sendo anunciado um plano para ampliar a malha ferroviária no Brasil, mediante a retomada de investimentos públicos em parcerias públicoprivadas no setor. Ao sinalizar uma estratégia de desenvolvimento – sem a falsa narrativa de que o capital privado pode financiar sozinho os gargalos no setor, o Ministério dos Transportes indica que o Brasil se insere na agenda global de investimentos em infraestrutura ferroviária. Como autor do projeto de lei que se converteu no Marco Legal das Ferrovias – Lei n.º 14.273, de 2021 –, vejo com bons olhos a proposta do governo. Fui um crítico do teto de gastos e um dos parlamentares a propor um novo arcabouço fiscal, para preencher lacunas que hoje ainda estão na Lei de Responsabilidade Fiscal. Na vigência do teto, prevaleceu no País a ideologia de que o setor privado pode resolver sozinho todos os gargalos da infraestrutura de grande vulto, em especial ferrovias. Virou pecado falar em um orçamento de capital para promover o setor. O teto de gastos, que vigorou até 2022, dilacerou os investimentos públicos em ferrovias, levando-os a patamares inferiores a R$ 400 milhões, quando o governo federal investira mais de R$ 3 bilhões por ano até 2016. A correlação com os investimentos privados é clara: os investimentos privados no setor se reduziram de R$ 8,3 bilhões por ano, na média do período de 2010 a 2016, para R$ 5,9 bilhões entre 2019 e 2022. Mas os efeitos do teto podem ter sido ainda piores, devido à negligência do gestor na arrecadação de receitas. Afinal, para que arrecadar mais se há um limite de gastos impedindo o uso de recursos orçamentários? No final do dia, um real adicional que ingressasse na conta única do Tesouro era automaticamente contingenciado pelo Ministério da Fazenda. Importa aqui ressaltar que o investimento em infraestrutura no País – setores público e privado, juntos – corresponde a 1,85% do Produto Interno Bruto (PIB) ao ano, na média anual, no período entre 2008 e 2020. Esse valor é muito inferior ao necessário, estimado entre 4% e 5%. Ou seja, a lacuna de investimentos corresponde a no mínimo 2% do PIB. Considerando o investimento público, o Brasil é um dos países que menos investe na América Latina. Entre 2008 e 2019, cerca de 0,7% do PIB ao ano, na média, enquanto outros países chegaram a investir mais de 3% do PIB. O atual Ministério dos Transportes vem promovendo uma revisão de receitas e despesas decorrentes das políticas que conviveram com o teto de gastos, baseando-se na prática internacional conhecida como spending reviews. Como entusiasta do tema, por ter sido inclusive o autor do projeto aprovado no Senado Federal para instituir no País essa boa prática internacional (PLS n.º 428, de 2017), percebo que as novas fontes de recursos que financiarão os investimentos públicos em ferrovias serão provenientes de descumprimentos contratuais e revisões do modelo de precificação de ativos. O próprio Tribunal de Contas da União (TCU), e mesmo empresas do setor, analisam o tema com sinalizações de que o processo das prorrogações antecipadas poderia ter sido mais vantajoso para o setor ferroviário. Vale registrar o empenho de vários países em investir recursos do orçamento público em ferrovias. Os Estados Unidos anunciaram um orçamento de US$ 66 bilhões para investimentos no setor. A Índia alocou em seu orçamento algo em torno de US$ 30 bilhões, para fomentar a aquisição de locomotivas a hidrogênio e equipamentos elétricos. O esforço do governo brasileiro em buscar receitas novas para financiar o desenvolvimento do setor ferroviário está alinhado com a agenda mundial. Organismos internacionais, como o Banco Mundial, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), apontam para a importância dos investimentos públicos em infraestrutura sustentável, como é o caso das ferrovias. Trata-se, portanto, de uma agenda internacional. Acredito que a nova estrutura de investimentos públicos em ferrovias deva compreender um sistema de governança baseado em bons projetos, considerando as dimensões de uma infraestrutura sustentável: econômica, ambiental e social. E com políticas públicas bem desenhadas, capazes de atrair o investimento privado, o Brasil pode conferir a necessária segurança jurídica para destravar corredores ferroviários estruturantes. Sabe-se que o País precisa ampliar a participação das ferrovias na matriz de transporte. No segmento de transporte de passageiros, não faltam oportunidades para o desenvolvimento de políticas públicas específicas, bem como para a estruturação de projetos. E com um transporte de carga pujante, com corredores estruturantes alimentados por shortlines, nosso país poderá transportar minérios, grãos e carga geral, de forma eficiente e sustentável. Fico na torcida para que o plano nacional ferroviário saia do papel. Pode ser um importante passo para que o Brasil ingresse na era das ferrovias, com a agenda voltada para uma infraestrutura sustentável e eficiente. • O esforço do governo em buscar receitas novas para financiar o desenvolvimento do setor está alinhado com a agenda mundial Economista O Estado de S. Paulo

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Ferrovias de Santa Catarina registram crescimento de 5,18% na movimentação de cargas em 2023

O transporte de cargas nas ferrovias que cortam Santa Catarina cresceu 5,18% em 2023. No total foram 6,7 milhões de toneladas que foram movimentadas, cerca de 330 mil toneladas a mais do que em 2022. Pela Rumo Logística foram transportadas 3,6 milhões de toneladas e pela Ferrovia Tereza Cristina foram 3,1 milhões de toneladas. As informações foram apuradas pela Gerência de Ferrovias, da Secretaria de Portos, Aeroportos e Ferrovias (SPAF) junto às empresas concessionárias que atuam na malha ferroviária catarinense. “O resultado revela que o setor tem condições de crescer e contribuir ainda mais com a logística catarinense. Com operações produtivas e somando novos projetos que poderão dobrar a malha catarinense, as ferrovias poderão ampliar a eficiência logística que Santa Catarina oferece para o Brasil”, afirma o secretário da SPAF, Beto Martins. O crescimento da safra de grãos em 2023 foi um dos fatores que contribuíram para o dado positivo do setor. Foram 3,5 milhões de toneladas de grãos. A lista do que é transportado pelas ferrovias segue com 2,5 milhões de toneladas de carvão mineral, 546 mil toneladas de cargas conteinerizadas, 151 mil toneladas de combustíveis e 24 mil toneladas de fertilizantes. Em relação ao resultado nacional, o Brasil deve fechar o ano com 525 milhões de toneladas transportadas, o que mantém a participação de Santa Catarina em 1,3% em 2023, o mesmo desempenho de 2022. O Estado tem 763 km de ferrovias em atividade, o que representa 4,4% da malha do país. (SPAF)

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Licitação do novo EVTEA dos trechos Estrela do Oeste (SP) –Panorama (SP) e Chapecó(SC)- Rio Grande (RS)  da Ferrovia  Norte – Sul  será definida pela INFRA S.A.

Entre as metas estabelecidas pelo Novo PAC, o governo federal incluiu a licitação de um novo EVTEA (Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental) para o traçado da FNS (Ferrovia Norte/Sul) entre Estrela d’Oeste (SP) e Rio Grande (RS), que será realizada pela empresa estatal Infra S.A. Anteriormente, a VALEC, que deu origem à Infra S.A., juntamente com a EPL,  realizou  o mesmo estudo em julho de 2015, por meio do Consórcio STE/PROSUL. Para a contratação do novo EVTEA, a estatal dividiu a ferrovia em dois trechos: 1 – Estrela d’Oeste (SP) – Panorama (SP) – Chapecó (SC); 2 – Chapecó (SC) – Rio Grande (RS). A estimativa é de que a extensão dos trechos alcance o total de 2046 quilômetros.  Em nota por e-mail, a estatal informou que o traçado será definido somente após a conclusão do EVTEA. Para a execução do projeto, caberá ao Ministério dos Transportes definir os próximos passos.  O PAC não prevê investimentos em obras para os referidos trechos. De acordo com o EVTEA da FNS de 2015, apenas no trecho compreendido entre Chapecó/SC – Porto do Rio Grande/RS, com 832,9 km de extensão, o custo de investimento foi estimado em R$ 8,7 bilhões a ser executado em um prazo de implantação de 5 anos. A ligação ferroviária em estudo entre Chapecó/SC e Porto do Rio Grande/RS insere-se no contexto do planejamento logístico de transporte do país, uma vez que esse trecho é a parte final da Ferrovia Norte-Sul, ligando o extremo norte ao extremo sul do Brasil, devendo sua implantação contribuir para tornar o transporte de cargas mais eficiente, dinamizando a atividade econômica na região por meio do aumento da geração de emprego e renda. A não inclusão da região da Serra gaúcha na FNS não é bem compreendida, conforme Monica Beatriz Mattia, professora de Economia da Universidade de Caxias do Sul (UCS) e presidente do Corede Serra. “A região de Caxias do Sul é uma das grandes consumidoras brasileiras de aço, além de deter um dos maiores parques produtivos de ônibus, caminhões, tratores e implementos; um polo metal mecânico muito expressivo, dos maiores produtores de produtos plásticos do país; um dos maiores produtores de móveis e vinho”, enumera a economista. A economista também defende uma malha ferroviária sofisticada para atender a mais demandas de uma região produtora e consumidora localizada no sul do país no corredor produtivo Vacaria-Caxias do Sul-Novo Hamburgo-Porto Alegre. Já o senador Luis Carlos Heinze entende que o modal ferroviário deve ser tratado como prioridade pelo estado. “Vejo intenção de parte do governo do estado, mas falta efetividade”, diz.  “A logística do Rio Grande do Sul exige celeridade, não podemos seguir com custos logísticos tão elevados.” Em nota à revista MODAL, a Secretaria dos Transportes informou que vem mantendo tratativas com o governo federal sobre a situação das ferrovias que operam no Rio Grande do Sul, o que inclui a FNS. Obra foi iniciada em 1986 Concluída em 15 de julho deste ano, a primeira parte da FNS foi iniciada em 1986. A obra evoluiu pouco nas primeiras décadas e só ganhou impulso a partir de 2007, quando passou a receber investimentos do PAC, no segundo mandato de Lula. Nessa época, o trecho de Açailândia (MA) a Porto Nacional (TO) foi concedido para operação pela VLI Logística. Já a empresa Rumo começou a gerir o ramo centro-sul da ferrovia, entre Porto Nacional (TO) e Estrela D’Oeste (SP), em um trecho de 1.537 km. No interior de São Paulo, a ferrovia se conecta com a Malha Paulista, que vai até o litoral.

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Consulta popular vai recolher sugestões para o plano de 100 dias em rodovias e ferrovias  

O Ministério dos Transportes quer ouvir toda a sociedade brasileira para ajudar na definição das prioridades no setor de transportes. Consulta popular lançada nesta terça-feira (10) pelo Ministério dos Transportes vai receber sugestões de ações prioritárias para desenvolver os modais ferroviário e rodoviário  que estarão dentro do plano para os primeiros 100 dias de governo federal. Um dos compromissos assumidos pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, a retomada de obras paradas por falta de recursos fará parte do plano, que deve ser apresentado na próxima quinzena. Clique aqui para participar   Será possível contribuir até 16 de janeiro. As sugestões serão colhidas a partir do formulário elaborado com base na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGDP). Os participantes vão compartilhar e-mail, a unidade da Federação, o ramo de atuação e de quais modais de transportes é usuário. Após o preenchimento inicial, será possível propor ações para ampliar a competitividade da infraestrutura e da logística de transportes de cargas e pessoas; promover a segurança do trânsito; melhorar a qualidade da infraestrutura e serviços de transportes; e outros pontos relacionados à redução da burocracia, sustentabilidade, governança e acesso à informação. O participante da pesquisa também poderá dar notas para a performance dos transportes rodoviário e ferroviário. A avaliação vai de zero a cinco, variando entre péssimo e ótimo. Os eixos temáticos a serem avaliados incluem a integridade dos órgãos do setor, eficiência logística, contribuição para o desenvolvimento do país, satisfação com os serviços, competitividade, segurança jurídica, transporte de passageiros, integração com outros modais de transporte, dentre outros.

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Governo do RS deve vetar a renovação da concessão da Malha Sul da Rumo Logística caso a operadora não assuma “um claro compromisso de investir na ferrovia gaúcha”, diz Leite

O governador eleito Eduardo Leite está decidido a fazer “o devido enfrentamento das  demandas do Rio Grande do Sul”, junto ao poder concedente e à concessionária Rumo Logística Operadora Multimodal S.A., cuja concessão da Malha Sul que, se encerra em 28 de fevereiro de 2027, poderá ser renovada por mais 30 anos, com investimentos estimados de cerca de R$ 10 bilhões. Em entrevista à MODAL,  Leite afirmou que o governo do estado, dada à precarização do ponto de vista administrativo devido às questões fiscais, ficou sem a capacidade de opinar, planejar e demandar os investimentos para o modal ferroviário. “Embora não seja operador da ferrovia que está sob concessão federal, o estado deve ter a capacidade e a inteligência para demandar e acompanhar  os investimentos pelo interesse da sociedade. Assim, vamos analisar as condições da  renovação ou não da concessão, a qual  somente aceitaremos se houver mais do que sinalização, um claro  compromisso de investir da concessionária, e se não houver esses investimentos arcar com as consequências devidas”, afirmou. Farsul e Fecomércio são contrárias à renovação da concessão Uma das entidades contrárias à renovação da concessão da Rumo, além da Fecomércio e do Conselho de Infraestrutura ( Coinfra) da Fiergs, a Farsul registra que  após a fusão entre a ALL, vencedora da concessão em  1997, e a Rumo Logística, em fevereiro de 2015, foi constatado pelo governo e clientes da ferrovia um agravamento do quadro ferroviári no RS.” A empresa Rumo manteve a postura da ALL de abandonar trechos que não considerava lucrativos e deixar de investir na manutenção da malha. Além disso, a Rumo deslocou locomotivas e vagões do RS para outras regiões do país, descumprindo contrato de concessão, interrompendo o transporte para diversos clientes”. “O fato é que- prossegue nota da Farsul-  tem ocorrido um encolhimento da malha em relação aos traçados recebidos pela empresa concessionária – ao contrário do que previa o contrato – com redução de cargas apesar do aumento da produção dar-se a taxa de 7% ao ano, sobrecarregando o sistema rodoviário e aumentando os custos com transportes. Entendemos que o atual contrato não deve ser renovado, quanto menos, de forma antecipada e chamamos atenção da agência regulatória e do Ministério Público para o cumprimento do contrato atual”. Conforme a Farsul, a matriz logística gaúcha é muito diferente da média brasileira e em termos de distribuição. Embora ambas tenham predominância rodoviária, os pesos dos outros modais são maiores em comparação com o Rio Grande do Sul. Enquanto no Brasil o modal ferroviário representa 15% da matriz de transportes, se compararmos com o RS esse modal é menos representativo. “Esse desequilíbrio entre a participação do modal ferroviário em nível nacional e estadual se deve principalmente a dois fatores: primeiro, a falta de interesse em investir no modal por parte das concessionárias que detém controle das ferrovias do estado e segundo, uma negligência das autoridades regulatórias ao longo dos anos em fiscalizar as concessões e cobrar melhores serviços e investimentos por parte das controladoras”. Prejuízos à agricultura gaúcha Este arranjo modal mal distribuído e a falta de investimento em estruturas de transportes que possam ser alternativas às rodovias tornam o transporte de grãos no RS ineficiente, o que reduz de forma importante a competitividade da agricultura gaúcha. Hoje apenas 6% da produção gaúcha são transportados via ferrovia. A concentração (88%) ocorre nas rodovias, que estão sobrecarregadas. Porém, para estimular o uso da ferrovia é preciso recuperar e modernizar a malha ferroviária, conclui a entidade. Apesar de reiteradas criticas do setor produtivo gaúcho à atuação da empresa no RS, em 2 de dezembro de 2020, o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos qualificou a prorrogação antecipada do contrato de concessão. Os principais benefícios esperados a partir da prorrogação, por mais 30 anos, do contrato de concessão atual, será a obrigatoriedade de investimentos em segurança e aumento de capacidade que serão pactuados pela ANTT, bem como a antecipação desses investimentos, que somente ocorreriam a partir de 2027 na prorrogação normal ou nova concessão. A atual concessionária estima esses investimentos em R$ 10,3 bilhões preliminarmente. Plano de investimentos Desde então, a Rumo ficou de apresentar um plano de investimentos até o momento não realizado, segundo informações da Agência Nacional de Transporte Terrestre ( ANTT).  Em nota à MODAL, a agência informou que “ continua aguardando o protocolo do plano de negócios por parte da concessionária para análise dos benefícios da prorrogação antecipada e abertura de audiência pública”. Dos 3.259 quilômetros de ferrovias gaúchas concedidas pelo governo federal à ALL em 1998, restam em operação atualmente 1.952 quilômetros. Em relação aos 7.199 km que fazem parte da Malha Sul, 3.024 km estão sem tráfego, o que representa 42% da malha. Dos 4.175 km com tráfego, apenas 364  km (9%) estão em bom estado, segundo levantamento da ANTT. A Rumo , em nota transmitida pela sua assessoria de imprensa, declarou que “ o plano de negócios da Renovação da Malha Sul está em desenvolvimento. O primeiro caderno entregue para análise da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é o de demanda de carga, que se encontra em análise pelo órgão. Neste processo, também serão estudadas as questões relacionadas a retomada de operações ou devoluções de trechos sem viabilidade econômica. O processo de renovação da concessão precisa cumprir uma série de etapas junto ao órgão regulador e demais entidades. Entre essas etapas, constam audiências públicas com a sociedade e entidades para discutir as melhores soluções”.

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