Com a baixa contratação de PCHs no leilão A-5, ABRAPCH promete levar ao MME nova forma de contratação da fonte

Alessandra Torres/ Divulgação

Primeiro certame que contou com a reserva de 50% da demanda para PCH e CGH,  o  37 leilão de energia nova A-5, apesar da comercialização de 50%  dos lotes de PCHs, ficou longe dos  2.000 MW previstos na  Lei 14.182, que instituiu a privatização da Eletrobras, afirmou Alessandra Torres, presidente da ABRAPCH. “O governo precisa encontrar outra forma de contratar PCH/CGH”, acrescentou. Ao total, foram comerciaizados 175 MW , correspondente a 12 centrais hidrelétricas.

Em sua visão, as PCHs  são imprescindíveis ao sistema e, além de poderem servir de pulmão da GD, é a melhor alternativa para se contratar menos fósseis que encarecem as tarifas.  “Vamos levar ao MME (Ministério de Minas e Energia)  uma proposta de reinserção das PCHs na matriz e discutir uma forma de contratação da fonte”, garantiu Alessandra.

Para Alessandra, mesmo com a entrada maciça de fontes renováveis na matriz nos últimos 15, teoricamente mais econômicas, existem resultados contraditórios, como a explosão das tarifas de energia, a segunda mais elevada do mundo.  E isso leva à desindustrialização da economia e à dependência crescente de combustíveis fósseis, resultando no aumento significativo das emissões de CO2 no Sistema Elétrico Brasileiro, quando existem tecnologia e fornecedores nacionais desenvolvidos durante décadas para atender a cadeia completa das hidrelétricas.

A matriz elétrica brasileira dos últimos 30 anos, inicialmente muito bem estruturada, com uma matriz hidrotérmica equilibrada, reservatórios distribuídos regionalmente, com regulação plurianual, interligados por linhas de transmissão estruturantes, hoje apresenta algumas importantes fragilidades, avalia a presidente da ABRAPCH.
“Novas hidrelétricas foram menosprezadas na matriz, reservatórios foram demonizados ambientalmente, as PCHs foram deslocadas da competição no mercado por absoluta falta de isonomia”.

Houve ainda um desbalanceamento energético a partir da entrada das fontes renováveis intermitentes sem a devida complementação por meio de novas hidrelétricas e reservatórios que implicará, obrigatoriamente, em mais térmicas caras e poluentes do que o necessário para o equilíbrio do sistema elétrico brasileiro, completa.

A executiva menciona ainda  o PDE 2031 elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em que está previsto 51,7 GW de intermitentes, para um total de 76 GW de novas gerações, com apenas 4 GW de novas hidrelétricas.  “ Isso indica que o sistema precisará ser complementados por baterias, ainda limitadas em potência, preço e, principalmente, com grande impacto ambiental , enquanto  as melhores baterias ainda são novos reservatórios hídricos, inclusive usinas reversíveis”, observa.

“Falamos de empreendimentos que geram mais de 100 anos, o que  nenhuma outra fonte entrega à sociedade brasileira. Atributos importantes como sustentabilidade, estabilidade e disponibilidade elétrica, segurança, confiabilidade, geração próxima à carga e, portanto, com redução de perdas e menores investimentos em transmissão, reversibilidade dos ativos  e tecnologia 100% nacional”, diz Alessandra  “ Vamos seguir afirmando a importância e a urgência de um plano de reinserção das PCHs e CGHs na matriz elétrica, que pode oferecer parte da solução para os desafios do sistema”.

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