Com nova capacidade instalada de linhas de transmissão, RS almeja atrair investidores para passar a exportador de energia, diz Marjorie Kauffmann

Marjorie Kauffmann: "Eu quero uma fábrica de turbinas de energia eólica no RS"

O RS poderá passar de estado importador a exportador de energia dado ao seu sistema de transmissão que deverá receber um incremento de 4.940 MVA a partir do próximo ano, quando se encerram as obras de cinco lotes contratadas por meio de leilão da Agência Nacional de Energia (Aneel), em 20 de dezembro de 2018.

“A indisponibilidade de escoamento de energia era um ponto que dificultava a nossa competitividade e hoje não temos mais esse entrave. As obras de linhas de transmissão foram antecipadas em dois anos e devem estar concluídas totalmente em 2024”, afirma secretária  do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann.

A secretaria defende que o estado precisa atrair investidores para se tornar autossuficiente e exportar energia, e isso pode ser viabilizado por meio dos projetos de energia eólica onshore que já contam com Licenças Prévias (LPs) e os de offshore que ainda dependem de regulamentação, acrescenta.

Estimulado pelo aumento da capacidade instalada de seu sistema de transmissão que passará a contar com um total 13,7 GW, o governo do RS pretende contar com outro trunfo a fim de atrair novos players em energia eólica.

Trata-se de uma série de incentivos que hoje se encontram em estudos na Secretaria de Desenvolvimento Econômico. “Identificamos que sem incentivos não haverá a instalação de indústrias e cadeia de serviços nessa área que inclui inovação e capacitação de pessoas”, diz Kauffmann.

Fábrica de turbinas

A secretaria admite que grande parte da evolução da região Nordeste na geração de energia eólica deveu-se, além dos ventos mais intensos do que os da região sul, ao fato de contar com a proximidade de indústrias de turbinas e de outros equipamentos, o que se soma a linhas de financiamento.

“ A intenção é trazer uma fábrica dessas para o RS, porque além de reduzir as emissões serve para desenvolver regiões que precisam de receitas e estão desesperadas por indústrias.. Muitas não têm nem mesmo recursos para os serviços básicos “ ,assinala.  “Eu sei muito bem o que é ter indústrias em uma cidade como moradora de Lajeado, que é hoje um dos municípios mais desenvolvidos do RS”.

Uma fábrica de pás, feitas de poliéster reforçado com fibra de vidro ou epóxi, ou pelo uso de compostos de madeira,  também é mencionada pela secretária que cogita até mesmo a possibilidade de transformação de uma indústria para esta finalidade.

“É só chegar com o projeto”

“O licenciamento é expedito”

Hoje, o estado representa 7,7% da potência eólica instalada no Brasil, na quinta posição. Ao todo são 1.836 MW instalados, em 80 parques distribuídos em nove municípios gaúchos. São 61 projetos onshore em fase de licenciamento, localizados em 31 municípios, que somam 56,7 GW, correspondendo a um potencial de cerca de R$ 90 bilhões em investimentos, e outros 21 projetos offshore no litoral gaúcho.

Outro fator importante que facilita a atração de investimentos em energia eólica, segundo Kauffmann, é a o zoneamento ambiental de áreas propícias para a instalação de empreendimentos eólicos que inseriu a Fepam na vanguarda do setor.

“Esse zoneamento diz onde existem menores sensibilidades ambientais, e isso faculta licenciamento expedito”, explica a secretária. ” É só chegar com o projeto para instalar”, diz.   “Essas informações são vitais para os investidores porque  oferecem maior segurança aos empreendimentos”.

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