Comissão de prefeitos criada pela Famurs lidera movimento para induzir o fomento do uso de hidrovias no estado

Wilen Manteli

A segunda-feira 22 de maio de 2023 poderá ficar gravada na história da infraestrutura do RS. Foi nesse dia, no quarto Encontro dos Municípios Hidroviários do Rio Grande do Sul, em que foi criada pela Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs)  uma comissão de municípios para induzir o uso de hidrovias a fim de fomentar o uso do modal na matriz de transportes do estado.

A partir de agora caberá à comissão formada pelos  prefeitos de General Câmara, Helton Holz Barreto; de Tapes, Luiz Carlos Coutinho Garcez, e de Barra do Ribeiro, Jair Machado, identificar e desenvolver regiões com potencial suficiente para dispor da hidrovia como fator de competitividade.

Os municípios de Barra do Ribeiro e Tapes integram o sistema hidroviário Lagoa dos Patos – Lago Guaíba, que interliga o Porto de Porto Alegre ao Porto de Rio Grande. Fora do complexo lacustre, General Câmara possui um projeto  referência na exploração do potencial hidroviário no rio Taquari, que pode servir de inspiração para iniciativas nos rios Jacuí, Caí, Sinos, Gravataí, que também são navegáveis.

O debate sobre  a necessidade de fomentar a carga da hidrovia como meio desse  viabilizar uma Parceria Público Privada para administrar o modal surgiu ainda no século passado no Conselho de Infraestrutura (Coinfra) da Federação das Industrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), por meio Associação Brasileira de Terminais Portuários(ABTP) então presidida pelo gaúcho Wilen Manteli .

O fato é , segundo Manteli , que o RS nunca conseguiu montar o seu modelo de desenvolvimento em torno da hidrovia, sempre foi em  rodovia. Mesmo nos distritos industriais atuais não há nenhum em torno de hidrovia. É certo que há distritos onde não existe hidrovia, mas nenhum deles foi planejado para ficar próximo a uma hidrovia. O único distrito industrial que é vinculado à hidrovia, mas que não foi planejado pelo estado é o Polo Petroquímico de Triunfo.

Algumas outras iniciativas industriais se localizaram próximos à hidrovia, mas sem o a correspondente ferramenta de fomento aliada ao conceito de organização territorial e de infraestrutura. Resultado: hoje o movimento que nas hidrovias do estado convive com demandas sazonais vinculadas ao setor agroindustrial na sua maioria, enquanto a produção industrial que escoa regularmente se utiliza muito pouco da hidrovia, assinala Manteli.

“É preciso identificar e desenvolver regiões com potencial suficiente para proporcionar a demanda que a hidrovia exige”, ressalta o especialista, que atualmente atua como presidente da Associação Hidrovias,  criada em 2015  por representantes de empresas, federações setoriais, do governo estadual e de municípios com acessos hidroviários.

Hoje movimento de cargas por meio de hidrovias no Rio Grande do Sul representa apenas cerca de 9 milhões de toneladas por ano, basicamente formado por derivados de petróleo, petroquímicos, fertilizantes, madeira e celulose, que com o desenvolvimento do potencial de atração de negócios representado pelos 67 municípios com acesso a hidrovias pode ter um incremento de até 40% em cinco anos,  diz o presidente da Associação Hidrovias

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