Concessões contribuem para o recorde de exportações de grãos

Foto/Divulgação

Arrison Szesz, da MSVIA

Em um ano onde o Brasil bateu recorde em exportações de grãos atingindo 110,8 milhões de toneladas exportadas de milho, soja e farelo de soja (25,6% acima de 2016), é muito comum ouvir falar sobre os problemas de infraestrutura que nosso país sofre, os quais acabam encarecendo o frete e assim diminuindo nossa competitividade lá fora, o famoso “Custo Brasil”. Porém é importante pontuar que grande parte dos grãos exportados foram transportados por meio de rodovias concessionadas até chegarem aos portos. Rodovias estas em excelentes condições de infraestrutura, permitindo que nossas riquezas do campo chegassem aos portos com segurança, rapidez e redução dos custos do transporte.

Em 2014 o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) apresentou um levantamento comparando o antes e o depois da concessão e melhoria da BR-163. A partir disso, foi constado que a economia real no custo do transporte é de 11%, já com a tarifa inclusa, além de um ganho de pelo menos 20% no tempo de viagem, ou seja, no mesmo período em que o transportador realizava cinco viagens, passa a realizar seis. Todos estes dados demonstram que as concessões tornam nossas exportações mais competitivas enquanto transportadas pelas rodovias concessionadas.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), os estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraná (que possuem rodovias concessionadas) exportaram juntos 64 milhões de toneladas, o equivalente a 73% das exportações nacionais. Grande parte desses grãos em algum momento foram transportados por rodovias concedidas, mesmo aqueles que seguiram em modal ferroviário. Também há uma outra parcela que seguiu viagem somente pela estrada, passando por trechos administrados pela iniciativa privada.

Por fim, o motorista que percorreu o seu trajeto somente em trechos concedidos com certeza apresentou melhor desempenho operacional e financeiro ao longo do seu percurso. Do total exportado pelos três estados, 35% foi escoado pelos portos de Paranaguá (PR), São Francisco do Sul (SC), Imbituba (SC) e Rio Grande (RS). As principais rotas com destino a estes portos possuem rodovias sob concessão, como por exemplo a BR-163 em MS e MT, BR-376 e BR-277 no PR e a BR-101 em SC.

Parte da alta eficiência destes portos pode estar relacionada com a qualidade dos serviços oferecidos nas rodovias que são concedidas. Prova disso é a necessidade de que as cargas em transporte na rodovia cheguem de forma contínua aos terminais portuários, pois, se faltarem cargas, os carregamentos dos navios poderão ser paralisados. Os atendimentos destas rodovias são rápidos e eficientes, sejam eles preventivos ou até mesmo emergenciais nos casos de desobstruções de pistas para liberação do tráfego, uma vez que longas interrupções podem comprometer a chegada dos grãos ao destino. Essas rodovias oferecem atendimento gratuito e ininterrupto 24 horas por dia.

Diante de informações tão relevantes, ficamos a nos questionar sobre como seriam nossos recordes de exportações se o percentual de investimento nas rodovias brasileiras fosse maior, o que a princípio podemos concluir que só seria possível por meio do maior esforço do governo em acelerar os programas de concessões.

Arrison Szesz é formado em Direito e é analista de planejamento da CCR MSVia. Trabalha há 8 anos em rodovias concedidas em Estados que têm grande influência na produção e movimentação de grãos.

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