Delta S executa programa ambiental da PCH Taguá, com restauração de área pertencente à Mata Atlântica
Uma área em recuperação de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH), situada na bacia hidrográfica do rio Jordão, no município de Candói (PR), está proporcionando, de forma antecipada, o replantio de espécies florestais nativas, onde a Mata Atlântica foi totalmente destruída. Em seu lugar deverá surgir um bosque nativo regenerado, de 1,4 hectares.
Executado pela consultoria Delta S Engenharia, de Curitiba(PR), o programa ambiental faz parte do projeto de implantação da PCH Taguá, do grupo Enerpar, com 6,60 MW de potência instalada.
A Delta S foi contratada em julho de 2020 para a assessoria ambiental da unidade e da área em que ficará situada a linha de transmissão. No período, solos da região foram transpostos para reconstituição das camadas orgânicas, cujo processo está sendo acompanhado por adubação orgânica. Os métodos a serem implementados em seguida deverão dar prioridade à formação de “núcleos de fertilidade”, com tratamento específico como, por exemplo, a condução natural de cactos nativos já existentes em locais mais rochosos.
Criada em fevereiro de 2019 pelos engenheiros ambientais André Cavallari, Gabriel Nascimento e Leonardo Minucci, que, juntos, detém um portfólio de cerca de 50 diferentes unidades hidrelétricas, a Delta S participou diretamente, até o momento, do licenciamento ambiental de 10 centrais hidrelétricas.
Em entrevista a MODAL, Minucci lamenta que o avanço tecnológico e a evolução do setor observado nas últimas décadas ainda não foi capaz de convencer alguns grupos de ambientalistas que são contrários a aproveitamentos hidrelétricos. “Além de tudo, trata-se de uma energia limpa, renovável e econômica, com tecnologia 100% nacional”.
“Apesar de as PCHs e CGHs representarem soluções técnica, econômica e ambientalmente adequadas para projetos até então inviáveis, ainda há muita resistência que ignora esse avanço e se prevalece de questões ideológicas já consolidadas no setor”, acrescenta.
Ele lembra que pouco se fala, mas os programas ambientais que acompanham uma PCH exigem que a recuperação florestal exceda a supressão vegetal. “Por isso, não é incomum se observar a inserção de um aproveitamento hidrelétrico em um ambiente totalmente degradado, e nos anos seguintes a recuperação florestal aumentar consideravelmente os bosques nativos em benefício direto da fauna e flora”, complementa.
“A Delta S acredita que os bons exemplos de trabalho devem sempre ser explorados e divulgados para que as verdades apareçam”.
Otimista em relação aos cenários das centrais hidrelétricas no país, Minucci diz que estão previstas dezenas de obras para 2021 e 2022. Além disso, segundo ele, o estado do Paraná passa por uma atualização legislativa que deve aperfeiçoar as diretrizes de licenciamento ambiental.
“As expectativas são muito boas e somam-se, ainda, ao avanço tecnológico das máquinas pequenas e a Geração Distribuída para viabilizar aproveitamentos hidrelétricos cada vez menores”.
Com atuação nos segmentos de estudos de viabilidade, licenciamento ambiental de aproveitamentos hidrelétricos, linhas de transmissão/distribuição, além de desenvolvimento de negócios nas fontes hídrica, solar e biogás e monitoramentos ambientais, a Delta S encerrou o ano passado com um incremento de 85% sobre o exercício de 2019. No acumulado do ano, a consultoria avançou 18% em comparação a igual período do ano anterior.