O BNDES encerrou o primeiro semestre do ano com um volume de R$ 3,3 bilhões de contratações de projetos de energia, o correspondente a uma potência estimada de 1.172 MW, contra R$ 1,45 bilhão de igual período do ano passado, equivalente a 424 MW de potência estimada.
O maior salto foi da fonte solar que totalizou R$ 1,47 bilhão, diante de R$ 700 milhões do ano anterior, com um crescimento de 110%. A fonte eólica totalizou R$ 1,83 bilhão, contra R$ 1,45 bilhão do primeiro semestre de 2020, segundo levantamento da instituição a pedido deste portal.
Atualmente, há no pipeline cerca de R$ 4 bilhões para financiamentos de projetos de geração em negociação, com foco principalmente em eólica (por volta de 2/3) e solar (por volta de 1/3).
Guilherme Arantes, gerente do Departamento de Energia Elétrica 2 do BNDES, informou a MODAL que não houve financiamentos no semestre para PCHs, mas há um projeto em negociação, com valor de financiamento abaixo de R$ 200 milhões.
Fontes renováveis são prioridade
As principais fontes de geração apoiadas nos últimos anos foram a eólica, a solar e as termoelétricas a gás em ciclo combinado. Desde 2019, o BNDES aprovou financiamentos para 2,4 GW de projetos eólicos, 1,4 GW de projetos solares e 2,2 GW de termoelétricas a gás. As fontes de geração renováveis são prioridades na estratégia de apoio do BNDES ao setor elétrico.
Conforme Arantes, fontes fósseis como carvão e óleo diesel não são mais passíveis de apoio e mesmo as térmicas a gás natural somente podem ser financiadas caso a usina tenha configuração de ciclo combinado, por representar a tecnologia mais eficiente e menos emissora de CO2 possível dentre as fósseis, capaz de assegurar a segurança de suprimento do sistema elétrico brasileiro que é majoritariamente renovável. “As melhores condições de financiamento disponíveis têm sido aplicadas nas fontes renováveis e ajudaram na introdução e na consolidação das tecnologias eólica e solar no país”, pontua Arantes.
O BNDES , segundo o executivo, tem as fontes renováveis como prioridade, aplicando suas melhores condições e sem limitação de recursos.
Títulos verdes
Sobre as novas tecnologias, como eólicas offshore, produção de hidrogênio verde e armazenamento de energia, Arantes informou que poderão vir a demandar a aplicação de novos instrumentos ou captações de recursos, como títulos verdes e sustentáveis, para promover o início de seu desenvolvimento.
O papel do BNDES no setor elétrico
Arantes nota que historicamente, o BNDES possui papel importante no financiamento do setor, tendo apoiado cerca de 70% da expansão do parque gerador nos últimos 20 anos. Mais recentemente, com o crescente amadurecimento do mercado de capitais, o Banco tem buscado complementar as fontes de financiamento para os empreendedores e garantir a disponibilidade de recursos para os projetos do setor, acrescenta.
“Seguimos disponíveis para apoiar projetos que ainda não tenham estruturado seus financiamentos, buscando ampliar o mercado de crédito, atraindo novos financiadores, compartilhando riscos e garantias dos projetos”, completa.