Domínios do planejamento e da liderança são imprescindíveis para a carreira, diz Thiago Vitorello, escolhido Engenheiro do Ano 2015

 O engenheiro de hoje deve ter visão sistêmica do negócio e, a partir disso, dominar o planejamento e desenvolver uma liderança capaz de fazer frente aos desafios, buscando soluções diferenciadas e inovadoras. É o que afirma Thiago Vitorello, diretor-presidente e diretor de engenharia e operações da Triunfo Concepa, escolhido pela Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (Sergs) Engenheiro do Ano 2015 na área privada. Engenheiro Civil e mestre em Geotecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), com MBA em Gestão Financeira pela FGV, Vitorello assumiu a presidência da concessionária no início de 2014, após carreira de 12 anos na empresa, onde começou como estagiário. Aos 35 anos, Vitorello é o engenheiro mais jovem a receber o reconhecimento da Sergs em 31 anos de premiação. Para a área pública, foram eleitos o presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), engenheiro civil José Tadeu da Silva, e o secretário adjunto da Secretaria estadual de Transportes e Mobilidade, engenheiro civil Humberto Brandão Canuso. A solenidade de entrega do prêmio será realizada em 10 de dezembro, às 20h, na sede social da Sergs, em Porto Alegre. Também foi escolhido como Engenheiro do Ano na área privada o presidente da Thyssenkrupp Elevadores S.A., engenheiro mecânico Marcelo Nery. A seguir, leia os principais trechos da entrevista de Thiago Vitorello a MODAL:
O que considera como a sua principal marca na presidência da empresa? A principal marca da gestão da Triunfo Concepa hoje, e ao longo de toda a sua história, perpassa a organização e se reflete na atuação de cada um dos nossos funcionários: foco no cliente, inovação, transparência e orgulho pelo que entregamos para a sociedade.
 Quais os maiores desafios de um dirigente de empresas de rodovias, como a Concepa? O maior desafio de um dirigente de empresas como a Triunfo Concepa é a conciliação da expectativa dos usuários da rodovia com o contrato de concessão. Os cenários mudam e a empresa precisa estabelecer novas formas de atuação que atendam a todos os públicos.
Qual ou quais os maiores entraves na administração das rodovias concedidas hoje no Brasil? A instabilidade econômica de um país que ainda está em desenvolvimento e acaba influenciando diversos fatores do negócio, desde custo de insumo, como, por exemplo, do ligante asfáltico, que depende do valor do petróleo, até o índice de reajuste da tarifa, que muitas vezes não é entendido pela sociedade.
Como a Concepa vai fechar o balanço de 2015? Assim como todo o setor produtivo no Brasil, a concessionária sente a desaceleração da economia. A empresa está fazendo ajustes internos para equilibrar custos e receita, seguindo as diretrizes da Triunfo Participações e Investimentos. Por meio da padronização dos processos estabelecida pela holding, garantimos a otimização e a qualidade de tudo que fazemos.    Quais as tecnologias europeias e americanas que estão na frente do Brasil? O Brasil, em especial a Triunfo Participações e Investimentos e a Triunfo Concepa, estão à frente em diversos aspectos ligados à tecnologia na concessão rodoviária. Como exemplo, podemos citar o aplicativo da concessionária, que foi o primeiro lançado no país, e que coloca as imagens da rodovia ao vivo na mão do usuário. Outro exemplo é a Radiovia Free Way 88.3, a primeira radioestrada do país, e pesquisas com a universidade para implantação do uso do acostamento como faixa adicional no retorno do litoral.   Entretanto, o setor ainda tem alguns desafios nesta área. Um dos maiores, sem dúvida, é a cobrança por quilômetro rodado. Trata-se de uma tecnologia já amplamente utilizada em diversos locais do mundo e que precisa ser adotada no Brasil, para que possamos avançar na relação concessionária – usuário – poder concedente.
Quais as qualificações que o engenheiro deve agregar em sua formação? O engenheiro de hoje deve ter visão sistêmica do negócio e, a partir disso, dominar o planejamento e desenvolver uma liderança capaz de fazer frente aos desafios, buscando soluções diferenciadas e inovadoras.
Qual a sua avaliação e expectativa sobre o PIL 2 na área rodoviária? Conforme a recém divulga da Pesquisa CNT de Rodovias 2015, os trechos rodoviários em melhores condições do país são administrados pela iniciativa privada, o que mostra os bons resultados deste modelo de desenvolvimento. O lançamento de novos leilões indica que há entendimento por parte do governo e da sociedade de que este modelo é o mais adequado para a estrutura rodoviária no país, pela sua grande extensão de malha rodoviária. Os programas de concessão, se bem equilibrados entre a expectativa do usuário e a garantia dos recursos para investimento, transformam as rodovias em ambientes indutores de crescimento e alavancam a economia como um todo. Isso faz com que a concessão e tudo que gira no entorno se torne atrativo em longo prazo.
Quais os cenários que a Concepa está trabalhando para 2016? A expectativa da concessionária é de um verão promissor, tendo em vista que com a alta do dólar as pessoas estão mais propensas a viajar dentro do país. Por outro lado, os veículos de carga acompanham o andamento da economia. Os investimentos ao longo dos 18 anos de concessão fazem com que os motoristas optem pelo trecho administrado pela concessionária para valorizar o tempo, o conforto e a segurança do deslocamento, abrindo mão de rotas alternativas.

 

 

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