Dragagem do Porto de Rio Grande tem duração prevista de 10 meses

Porto do Rio Grande/Foto/Divulgação

Em nota distribuída à imprensa, a direção da Superintendência do Porto do Rio Grande anunciou a presença do ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Valter Casimiro, para a assinatura, nesta quinta-feira, da ordem de início dos serviços de dragagem do porto. Com duração prevista de 10 meses, o serviço será executado pelo consórcio das empresas Jan De Nul e Dragabrás, com investimento de cerca de R$ 300 milhões de recursos do governo federal.

A operação prevê a retirada de cerca de 16 milhões de metros cúbicos de sedimentos depositados no canal. Ela será integrada ao SiM Costa, um sistema que utiliza boias especiais para medir as correntes marítimas e monitorar o material dragado.

De acordo com o diretor-superintendente do Porto do Rio Grande, Janir Branco, a execução da dragagem fará com que o porto mantenha a capacidade plena de movimentação de cargas.

O contrato para a obra foi assinado em 2015 pela União. Entretanto, devido ao atraso na obtenção de licença do Ibama e à crise fiscal do governo federal somente agora foi autorizado.
Depois de finalizada a dragagem de manutenção, o Porto do Rio Grande poderá receber navios com até 365 metros de comprimento – 29 a mais em comparação às embarcações que atualmente acessam o canal. Para isso, serão entregues os estudos necessários para que a Marinha do Brasil homologue o novo calado do Superporto.

“Será nossa prioridade, tão logo encerrada a obra”, salienta o superintendente Janir Branco. “Passaremos de um calado de 12,8 para 14 metros, ampliando ainda mais nossa capacidade de movimentação de cargas.”

Caixa único

Para Wilen Manteli, presidente da Associação Brasileira de Terminais Privados (ABTP), a dependência de recursos da União para a dragagem do Porto de Rio Grande poderia ser evitada se o governo do estado não utilizasse para o caixa único os recursos das tarifas pagas pelos navios.

“São receitas anuais de cerca de R$ 70 milhões que vão diretamente para o caixa do governo e que se fossem utilizados para a sua real finalidade garantiriam ao porto a manutenção permanente de seu calado”, assinalou.

Manteli lembra que por cinco governos sucessivos a ABTP vem pleiteando a privatização do porto do Rio Grande, o que é sempre rechaçado pelos governadores. “O Porto do Rio Grande é aquele que detém a melhor infraestrutura do Brasil, mas infelizmente não explora as suas potencialidades pela dificuldade de seus administradores em admitir a privatização”, sustentou. “Com isso, vamos continuar perdendo negócios e investimentos”.

Desempenho

No período janeiro-agosto deste ano, o complexo portuário movimentou 27,7 milhões de toneladas, aumento de 1,2% quando comparado ao mesmo período do ano passado. O destaque foi o segmento de carga geral, com 8,1 milhões de toneladas, aumento de 10,3%. Entre os subitens da carga geral, a celulose totalizou 2,1 milhões de toneladas, alta de 38% em relação ao mesmo intervalo de 2017.

Entre os granéis sólidos destacam-se o complexo soja (óleo, farelo e grão), que registrou crescimento de 4,1% no período analisado, somando 10,9 milhões de toneladas. O farelo teve alta de 28,4% (1,6 milhões de toneladas). O desembarque de cevada teve crescimento significativo, de 181%, (de 34 mil para 95 mil toneladas). Em setembro, o complexo portuário de Rio Grande registrou recorde histórico de movimentação. Pela primeira vez, um único mês alcançou mais de 4,3 mil toneladas.

No acumulado do ano, o porto soma de janeiro a setembro 32,1 milhões de toneladas – aumento de 3,4% quando comparado ao mesmo período de 2017. O complexo soja (óleo, farelo e grão) soma mais de 12,8 milhões de toneladas, crescendo 8,7% no período analisado. Até 30 de setembro, foram 2,4 mil viagens de embarcações, uma média de oito embarcações por dia.

 

 

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