Economizenergia fecha parcerias estratégicas e garante crescimento de 75% em 2019

A Economizenergia, de Curitiba, especializada em financiamento, fusão e aquisição e estruturação de operações project finance na área de energias renováveis, encerrou o ano passado com um crescimento de 75% em comparação ao ano anterior. Julien Dias, um dos sócios da empresa, informou à MODAL que a procura por geração distribuída está sendo significativa, sobretudo por investidores internacionais e family offices, também a busca de soluções para clientes tipo B3 está sendo muito procurada.

“A demanda está vindo de  todos os lados, na medida em que o nosso core business é project finance. Ou seja, é preciso estruturar todos os projetos, desde a identificação da melhor linha de financiamento que pode ser o BNDES, ou por meio do mercado de capitais, como debêntures. Depois, precisamos buscar o PPA, que pode ser no mercado livre ou no  regulado. Além disso, superadas essas fases, precisamos buscar as seguradoras, o que é facilitado graças às nossas parcerias estratégicas que nos permitiram aumentar o leque de opções”.
A seguir, acompanhe a entrevista completa a Milton Wells:

Como está o acesso da financiamentos das empresas de energia no Brasil?Atualmente, com a redução da taxa de juros básica, Selic, o mercado financeiro está com bastante apetite para financiar projetos de infraestrutura. Recentemente foram criados diversos novos fundos para investimento e financiamento de projetos de energia. Não há restrição, contudo o mercado financeiro, em geral, é mais sofisticado que o BNDES ou repassadores de recursos do BNDES e de Fundos Constitucionais. Para operações de debêntures, é necessário investir na governança, com balanços auditados e rating, entre outras obrigações. O BNDES ainda é bastante atuante, quer seja de forma direta ou por meio de agentes repassadores, mas atualmente encontram-se disponíveis diversas alternativas de financiamento pelo mercado financeiro privado, e não há dependência do BNDES.

Quais os projetos de maior atratividade do ponto de vista de segurança e previsibilidade?
Não há um projeto específico, pois atualmente os investidores e agentes financeiros estão abertos para riscos diferentes. Contudo, as opções se concentram em projetos “prontos para construir”, com contratos de longo prazo de venda de energia, ou de arrendamento, no caso de geração distribuída.

Até que ponto existe uma governança confiável no Brasil em termos de empreendimentos no setor elétrico?
Temos hoje, atuando no Brasil, diversas empresas estrangeiras e multinacionais que já possuem, em seu DNA, a governança corporativa. Essas empresas entendem que investir em governança não é custo e sim uma oportunidade de redução de taxa de juros. Além dessas empresas, temos vários family offices investindo em projetos médios e pequenos, mas no modelo tradicional, ou seja, sem o apoio de consultores e especialistas que possuem know how e expertise. Embora esse tipo de escolha aparentemente permita uma redução de custos, na verdade há um aumento nos custos de financiamento (taxas de juros) e nos seguros. Além do atraso na contratação do financiamento e excesso de garantias na estruturação do financiamento.

Como a empresa deve fechar o ano em comparação ao ano anterior? Principais destaques?
A empresa em 2019 focou em fechar diversas parcerias estratégicas que permitissem ampliar o leque de soluções e de serviços. Hoje somos parceiros e representantes da Engloba, comercializadora  de energia, da Castrolanda Cooperativa Agroindustrial, da Mello & Possiede Corretora de Seguros Ltda, além de diversos fundos de investimentos e Fintech. A maior realização em 2019 foi a estruturação de uma dívida guarda-chuva para vários pequenos projetos de Geração Distribuída, compreendendo 2 CGHs e cinco plantas de energia solar, totalizando R$ 122 milhões em dívida.

Quais as ferramentas que estão sendo utilizadas para disseminar esta modalidade de estruturação de projetos?
A Economizenergia tem desenvolvido uma série de workshops e cursos de Project Finance. Em 2020 estão previstos quatro workshops intitulados “Futuro da Energia”.

Quais as alternativas de financiamento que estão em alta no mercado? Emissão de debêntures?
A alternativa que com maior atratividade, tanto para o investidor como para o tomador, tem sido a emissão de debêntures incentivadas. Embora necessite um up grade na governança, essa alternativa vem se intensificando, pois, além de ser uma processo rápido, permite um planejamento estruturado com financiamento taylor made.

Como vê o uso da tecnologia Blockchain em negócios de energia? Pode ser uma alternativa?
A
tecnologia Blockchain já é bastante difundida na Austrália nas operações de trade de energia e Virtual Distribution. Acreditamos que, com o aumento da base de clientes no mercado livre, a tecnologia deve se popularizar no Brasil.

Quais os cenários que a empresa vislumbra para o setor elétrico em 2020 e no restante da década?
Conforme dados do Plano Decenal de Energia, elaborado pela EPE, considerando as parcelas centralizadas, de autoprodução e de GD, a capacidade instalada de geração do país crescerá 44%, saltando de 170 GW para 245 GW. Há previsão da continuidade da forte presença das fontes renováveis na matriz energética brasileira, mantendo-se no patamar de 48%, com crescimentos da energia solar (de 1% para 5%) e da geração distribuída renovável (de 5% para 9%). Estima-se que deverão ser realizados altos investimentos no setor de geração na próxima década, algo em torno de R$ 2,326 trilhões em novos projetos de energia, dos quais R$ 456 bilhões (19,4%) correspondam à expansão do sistema elétrico brasileiro (oferta de energia elétrica).

 

 

 

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