Empresa gaúcha ganha mercado com identificação de riscos em projetos de energias renováveis

Djonathan Lenz (E), Luis Scher e Guilherme Wenzel

A complexidade do sistema elétrico nacional, não raro, retrai potenciais investidores. Foi pensando nisso que o empreendedor gaúcho Guilherme Wenzel, dono de uma bagagem de mais de 15 anos no setor elétrico, criou a microempresa TREE Energy Consultoria Ltda.
Com uma abordagem diferenciada que permite ao  investidor  quantificar os riscos envolvidos em contratos de comercialização de energia, a empresa oferece  aos clientes uma visão global de todas as áreas relacionadas ao desenvolvimento de projetos.

Para Wenzel, a definição de um layout para um projeto eólico, por exemplo, não é apenas conhecer o recurso eólico do local. É também preciso entender todas as condições de contorno, desde o fundiário, ambiental, aspectos regulatórios até a tecnologia do aerogerador e processo de financiamento. “Cada input das áreas relacionadas com o projeto,  reflete na elaboração do layout com o aerogerador que resulta no menor custo de energia e menor risco de geração para um dado PPA”, ensina.

Com sede em Cerro Largo, a 500 quilômetros de Porto Alegre, a empresa com apenas um ano de atividades, completado em outubro passado,  já é referência até mesmo no exterior, onde desenvolve para um cliente projetos onshore e offshore no Japão e nas Filipinas.

No Brasil, entre os diferentes tipos de serviços oferecidos, já avaliou perto de 2 GW de projetos eólicos, desde análise de impacto ambiental até a revisão de projetos operacionais.

Sobre os impactos ambientais dos aerogeradores que afetam a população que vive próxima a um projeto eólico, os mais pronunciados são o ruído e o shadow flicker – a sombra intermitente da passagem das pás na orientação solar, diz Wenzel.

Ele assinala que  alguns órgãos ambientais, como o Ibama, vêm solicitando a apresentação desses estudos durante o processo de licenciamento. Todavia, em projetos licenciados no âmbito estadual, eles não são requeridos, ao contrário de  investidores com capital estrangeiro que seguem as recomendações do IFC ( International Finance Corporation).

Em relação às recentes mudanças regulatórias no setor elétrico,  Wenzel lembra que os atuais contratos de venda de energia, tanto no mercado livre como no regulado,  elevaram o risco dos desenvolvedores, que agora têm um compromisso de entrega de energia para cada hora durante a vida útil do projeto.
“A contabilização da energia é mensal e irá considerar, a partir do próximo ano, os preços horários do PLD ( Preço de Liquidação das Diferenças). Caso o projeto não entregue o montante vendido, o desenvolvedor será penalizado ao PLD horário” adverte.
Para minimizar esses risco, nas análisesde geração produzidas pela TREE é dimensionado o montante de energia que poderá ser vendida em cada tipo de contrato, o que é feito  por meio de uma análise estatística do recurso eólico de longo prazo no local do projeto, explica.

De acordo com o empresário,  em geral a produção de energia real de parques eólicos em operação fica abaixo das estimativas pré-construtivas e identificar o que leva à baixa performance é sempre um desafio. Na análise da TREE, as maiores fontes de erro são geralmente atribuídas a dois fatores: perdas por interferência – efeitos de esteira e bloqueio pela presença do parque eólico- e modelagem do recurso eólico.

Com parcerias estratégicas capazes de oferecer um pacote mais amplo de serviços conforme a necessidade do cliente, a TREE, além de seu fundador, opera com dois colaboradores: o engenheiro ambiental Djonathan Lenz, especializado em avaliações de energia eólica, e o engenheiro elétrico Luis Scher que atua com foco em avaliações de energia solar e analise de dados operacionais.

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