Enerbio faz últimos testes antes da entrada em operação da UTE São Sepé

UTE São Sepé/Foto/Divulgação

O Rio Grande do Sul deverá ganhar, a partir de novembro próximo, a primeira usina movida a biomassa (casca de arroz) conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Em setembro devem ter início os testes pré-operacionais e na sequência a energização da Usina São Sepé, de 8 MW de potência instalada, localizada às margens da RS 149, distrito de Encruzilhada, cujo leilão de energia A-3 foi realizado em 21 de agosto de 2014.

Desenvolvida pela Enerbio, de Porto Alegre, ela demandou investimentos de R$ 48 milhões, dos quais 70% de linhas de financiamento do BRDE e BNDES e o restante dos investidores: a Cooperativa Regional de Eletrificação Rural do Alto Uruguai (Creral), BR Energia Renovável e Grupo Minozzo.

Com um consumo de 70 mil toneladas de casca de arroz por ano de dez beneficiadores da região, a Usina São Sepé abre caminho para um novo ciclo de biomassa no RS, segundo o Luiz Antônio Leão, presidente da Enerbio.

“Como maior produtor de arroz do país, o estado tem todas as condições para avançar com essa fonte de energia, um excelente combustível com poder calorífico de 3.200 Kcal/ kg, igual ao do carvão mineral, com a vantagem de não ter poluentes como enxofre e nitrogênio, só poeira. Além disso, contribui para minimizar o problema da disposição inadequada na natureza e possibilita uma fonte de renda para o gerador, agregando valor à produção”.

Leão lembra que em agosto de 2016, no auge da construção, mais de cem pessoas trabalharam no canteiro de obras. E com a conclusão da usina serão criados 30 empregos diretos no município de São Sepé.

Para a conexão ao SIN foi instalada uma linha de transmissão de 2 km com 269Kv, além da ampliação da subestação existente, da RGE Sul, o que atraiu mais R$ 16 milhões em investimentos.  “São ganhos que trazem benefícios para uma região não industrializada”.

De acordo com Leão, existe grande oferta de casca de arroz na região de Pelotas, o maior núcleo beneficiador do grão no RS. De  potencial importante também são os municípios de Agudo e Cachoeira do Sul, como polos produtores. Para garantir a segurança e a confiança do investidor, entretanto, o maior desafio  é conseguir contratos de longos, observa Leão.

“Temos de ter contratos de 25 anos, porque os benefícios são muito grandes em termos de oferta de energia, o que também pode ser produzida por resíduos florestais, cavacos de madeira oriundos de nossas florestas. Por isso, é importante vencer os leilões de energia da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)”.

Atualmente, no segmento de biomassa, no RS, a maior parte das usinas é de consumo próprio, de 1 MW e 2 MW, o que representa perto de 20 MW para um potencial estimado em 100 MW.

Os empreendimentos, em média, levam cerca de três anos. Um para a emissão de licenças ambientais e aprovação do projeto na Aneel e mais dois para a implantação. Essa estimativa não é rígida, dependendo do projeto o prazo pode até ser reduzido para dois anos. Se for considerado o preço de R$ 319,00 por MWh previsto para o próximo leilão, o investimento pode ser quitado num prazo, entre seis e sete anos

Anda sem ter concluído a obra da UTE São Sepé, da empresa Sepé Geração de Energia LTDA, a Enerbio já iniciou estudos para a construção de uma usina na mesma linha em Capivari do Sul, de 5 MW, dos mesmos investidores, cujo projeto deverá ser cadastrado para o leilão de energia previsto para o primeiro semestre de 2019.

Outro projeto está em estudos para a Quarta Colônia de Imigração Italiana que engloba os municípios de Silveira Martins, Ivorá, Faxinal do Soturno, Dona Francisca, Nova Palma, Pinhal Grande e São João Polêsine.

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