Enerbio prevê cenário promissor para fonte hídrica no RS

Luiz Antônio Leão, CEO da Enerbio

Com mais de 80 projetos de centrais hidrelétricas de vários empreendedores em tramitação na Fundação Estadual de Proteção ao Meio Ambiente (Fepam), a Enerbio, Energia e Meio Ambiente Ltda., de Porto Alegre, especializada em projetos básicos de engenharia de usinas de geração de energia renovável, prevê para este ano um cenário bastante promissor para a fonte hídrica no RS.

Luiz Antônio Leão, CEO da empresa, lembra que o setor teve avanços significativos, como a Resolução Consema 388/18, que estabeleceu um regramento claro sobre o licenciamento ambiental das CGHs e PCHs. Agrega ainda que devido a ações proativas do DRH (Departamento de Recursos Hídricos-RS), e do GT, criado em 2019 pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (Sema-RS), foi aberto um canal permanente entre os agentes e o órgão licenciador. Todavia, enfatiza que para a fonte hídrica decolar definitivamente no RS, é preciso maior agilidade no processo de licenciamento.  “Licenciar apenas dois projetos a cada mês, é muito pouco”, pontua Leão.

Portfólio

Com um portfólio de mais de 4.000 MW de centrais hidrelétricas em operação,  em que atuou na  gestão da implantação dos empreendimentos, além de coordenar o inventário hidrelétrico da bacia do rio Taquari-Antas, onde identificou e dimensionou 58 aproveitamentos  de pequeno e médio porte de 1100 MW de potência, com destaque para o Complexo Ceran (360 MW), a Enerbio recentemente elaborou o inventário do rio Jacuizinho (cinco  PCHs) e o do rio Camaquã, em que foram identificadas 13 PCHs.

Com prospects em projetos de biomassa de casca de arroz, a Enerbio também ostenta em seu elenco de obras a termelétrica, de 8 MW, da Creral, inaugurada em dezembro de 2018,  em São Sepé – a primeira do RS dessa fonte como combustível conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Usina à biomassa de casca de arroz

Em 2020, a Covid-19 não passou em branco na empresa e afetou a definição de novos projetos e empreendimentos, admite Leão.  No período foram concluídos projetos que já estavam em execução, ou seja, três CGHs  (Fortaleza, Di Franco e São Sepé), de engenharia e ambientais,  e também de estudos ambientais de outras duas CGHs (São Miguel e Serrinha) e uma PCH (Duque de Caxias).  Ainda no ano passado também foi concluído o projeto de engenharia e estudos ambientais da Termelétrica Litoral Norte, em Capivari do Sul, 5,0 MW, à biomassa de casca de arroz.

Conjuntura

Sobre a conjuntura do setor elétrico nacional, Leão diz que a reforma em debate no Senado traz a esperança de um regramento institucional atualizado com as soluções tecnológicas existentes.  “Regras claras e estáveis, que não fiquem alterando a cada troca de governo, o que traz instabilidade e afasta os investidores, é o que mais se ressente o setor”, afirma.
Em relação ao novo PLD horário, o empresário diz ele é positivo, porque tende a aproximar os valores do preço de energia à realidade. “Todavia irá exigir uma gestão mais apurada por parte dos agentes do setor, mas que se bem realizada pode trazer benefícios e ganhos interessantes”, acrescenta.

Ele também destaca como fator de avanço em 2020, a solução encaminhada no debate sobre o GSF, que deixou para este ano a parte reservada para as CGHS.

Políticas públicas

Convicto sobre o potencial elétrico do RS, Leão defende politicas públicas e agilidade nas decisões de modo a permitir o aproveitamento em maior grau dos recursos existentes, o que resultaria em investimentos na ordem de bilhões de reais em empreendimentos de geração de energia renovável, tanto em energia hidrelétrica, eólica, solar e biomassa.

“Isso exigiria definir como prioridade as ações necessárias para atrair esses investimentos, tendo como objetivo a criação de milhares de oportunidades de trabalho, renda e retorno de impostos, tanto na fase de construção como na operação das usinas. Uma usina instalada opera por 30, 40, 50 anos, gerando continuamente recursos e conhecimento para todos seus cidadãos”, ressalta.

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