Energy Hub almeja captar até R$ 8 milhões para impulsionar 30 startups de inovação em energia

Maior parte das startups de energia foca em renováveis

Em 2021, a crise hídrica provocou não somente um aumento nos preços das tarifas de energia, como pôs em xeque a vulnerabilidade da matriz energética brasileira em razão de sua dependência de termelétricas que, além de mais caras, utilizam combustíveis fósseis. À parte isso, o governo apresentou durante a COP26 uma nova meta de redução de 50% das emissões dos gases associados ao efeito estufa até 2030 e a neutralização das emissões de carbono até 2050.

Há, portanto, uma necessidade urgente de inovação em tecnologias de alto desempenho, de baixo carbono e econômicas, para que o sistema elétrico de hoje possa se transformar, a fim de estabelecer sustentabilidade, competitividade e segurança energética para o país.
É nesse cenário que se movem atualmente 75 startups (empresas iniciantes de inovação)  do setor de energia conectadas à plataforma Energy Hub, uma das unidades de negócios do grupo de inovação e investimentos Sai do Papel, com sede no Rio.
Referência

Desde janeiro de 2020 em operação,  a plataforma se consolidou nos últimos dois anos como um hub de referência em conexões de startups com a indústria e oferta de produtos de inovação para o mercado de energia. Para este ano, entre suas metas ela pretende conectar uma centena de startups e ampliar a conexão atual de seis- as atuais são a Enel, Neoenergia, Infotec, Kongsberg, PwC e Comgás-  para 10  empresas.

Outro objetivo é transformar a Radar Energy Hub em uma plataforma que reúne os principais desafios do setor de energia em um só lugar.

“Pretendemos viabilizar a captação de investimentos superiores a R$ 8 milhões para a construção de até 30 startups em condições de atrair investimentos de corporações que investem no segmento”, diz Luiz Mandarino, head da Energy Hub.

luiz mandarino

Luiz Mandarino

Hoje, o segmento de energia é muito representativo, mas possui poucas   startups desenvolvendo soluções, acrescenta. Entre os desafios, ele cita a baixa conexão entre os agentes e um local para auxiliar o fomento de negócios.
Pauta

“O que falta neste momento é a união do setor para desenvolver uma pauta, mapeando os desafios de inovação comuns, trazendo programas consistentes de fomento, conexão e desenvolvimento de prova de conceito (PoCs) entre startups, academia e empresas de energia”, sustenta.
Tendências

Entre as tendências de mercado trabalhadas pelo Energy Hub, estão os 3 Ds da energia: 1- Digitalização -transformação digital, tecnologia e segurança de compartilhamento de dados; 2- Descarbonização- transição energética, diversificação da matriz energética, mobilidade elétrica; 3- Democratização – energias alternativas/ renováveis, protagonismo do consumidor de energia, armazenamento de energia e novo mercado de energia.

“É preciso estimular a criação de novas  startups visto que o setor de energia representa mais de 15% PIB brasileiro, mas conta com apenas 2%  ativas do Brasil”, sustenta Mandarino.
Agentes do setor

Além do mapeamento de mais de 350 startups de energia e indústria 4.0 e criação do programa de conexão e residência de startups de energia para auxiliar na divulgação de seus produtos e serviços, a Energy Hub também almeja  sedimentar a aproximação dos vários agentes do setor: empresas, startups, universidades, investidores, governo, especialistas e consultores do setor de energia em webinars e fóruns para debater temas relevantes, como transição energética, marco legal das startups, nova lei do gás, hidrogênio verde e outros temas, agrega o executivo.

De acordo com levantamento da plataforma Distrito, grande parte das empresas iniciantes no setor, em um total de 157 unidades, se enquadra no segmento de energias renováveis. Entre 2016 e 2019, foram captados investimentos entre US$ 2 milhões e US$ 3 milhões. Em 2020 chegou a US$ 7 milhões e em 2021 a US$ 60,4 milhões.

Ao total, em 2021 as startups brasileiras receberam de US$ 9,4 bilhões em investimentos, número  2,5 vezes maior que o investido em 2020. A maior parte foi direcionado para as startups financeiras chamadas fintechs.

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