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Falta de prioridade e déficits do Tesouro atrasaram programa de acessos municipais em quase 30 anos

Acesso em obras no município de Ponte Preta

Quando, em 1995, o então governador Antônio Britto lançou o programa de acessos municipais, exatos 153 municípios, segundo dados de seu plano de governo, enfrentavam dificuldades para escoar a produção e ter acesso ao desenvolvimento devido à falta de pavimentação asfáltica.
Apesar de uma série de licitações, as obras que ficaram para seu sucessor, Olívio Dutra, foram relegadas a outras prioridades sob o argumento de imperfeições nos projetos. Desde então, os governos que se seguiram avançaram muito pouco no número de acessos concluídos.
Para complicar foram constatadas obras com etapas inconclusas, diante do término dos contratos, mesmo com a adoção de aditivos legais. Obras inconclusas com trechos maiores do que 25% do total da extensão  foram submetidas a novas licitações e nos trechos menores que esses esse índice, o Daer carreou recursos para a sua conclusão.
De todos os seis governadores que se sucederam,  desde Antônio Brito, o governador Eduardo Leite, em cada um de seus dois mandatos, será aquele que deverá concluir o maior número de acessos municipais. Em 2019, segundo dados da Secretaria dos Transportes do RS,  havia 62 municípios ainda sem acesso. No período de janeiro de 2019 a março de 2022, foram concluídas 17 obras. Atualmente existem 21 acessos em andamento, 13 por iniciar e 11 em fase de projeto, segundo informou o secretário dos Transportes Juvir Costela.
“Até 2026, a nossa meta é concluir 100% dos acessos ou em fase de conclusão com, no mínimo, 80% desses acessos finalizados. E os outros 20%, se não estiverem concluídos, pelo menos devem estar em obras”, diz o secretário.

Gestão Eduado Leite
Somente na última gestão de Eduardo Leite, foram aplicados mais de R$ 230 milhões com recursos do caixa do estado nos acessos.
Ricardo Portella, que pela Construtora Sultepa e como dirigente da Areop acompanhou boa parte do histórico dos acessos municipais , admite que os  projetos feitos no governo Britto apresentaram algumas deficiências, assim como a demora do licenciamento ambiental, mas esses entraves não justificam o tempo que o estado deverá levar  para concluir os acessos de seus 497 municípios.
Em sua opinião, a falta de recursos por parte do Tesouro ao longo desses anos e os déficits orçamentários, devem ser levado em conta. Todavia, ele sustenta que todo esse atraso nas obras denota a falta de vontade política dos governos em reservar recursos para o que ele considera uma peça essencial no que diz respeito à mobilidade e à acessibilidade e que impacta diretamente na qualidade de vida das populações. “A prioridade sempre foi pagar o pessoal e conceder aumentos  salariais”, diz  Portella.

Pouca persistência
Empresário e integrante do Conselho Rodoviário do Daer, Luiz Roberto Ponte afirma que o acesso asfáltico talvez seja uma das coisas mais desejadas de comunidades sem essa pavimentação. Tanto isso é verdade que o então governador Britto fez projetos de acessos para todos os municípios. Chegou não somente a encaminhar os projetos,  mas também licitar as obras. “Tem obras licitadas naquele tempo que foram retomadas há pouco, o que mostra a pouca persistência que tiveram os governos subsequentes. Isso é retrato dos poucos recursos reservados pelo estado para a infraestrutura. O RS perdeu sua capacidade de investimentos, ficou anos investindo pouco, com raros momentos de inversão como no atual governo, que conseguiu  recursos com as privatizações e no período em que deixou de pagar a dívida com a  União”, completa Ponte.

Procurado pela Modal para emitir seu depoimento sobre o tema, Roberto Niederauer, presidente do Conselho Rodoviário do Daer,  não quis se manifestar.
Dos estados do Sul, Santa Catarina é o único com todos os acessos concluídos, o que ocorreu em março de 2014 quando foram encerradas as obras do último dos 295 municípios. Ao Paraná restam quatro acessos para a conclusão de seus 399 municípios.

 

 

 

 

 

 

 

 

Quando, em 1995, o então governador Antônio Britto lançou o programa de acessos municipais, exatos 153 municípios, segundo dados de seu plano de governo, enfrentavam dificuldades para escoar a produção e ter acesso ao desenvolvimento devido à falta de pavimentação asfáltica.
Apesar de uma série de licitações, as obras que ficaram para seu sucessor, Olívio Dutra, foram relegadas a outras prioridades sob o argumento de imperfeições nos projetos. Desde então, os governos que se seguiram avançaram muito pouco no número de acessos concluídos.
Para complicar foram constatadas obras com etapas inconclusas, diante do término dos contratos, mesmo com a adoção de aditivos legais. Obras inconclusas com trechos maiores do que 25% do total da extensão  foram submetidas a novas licitações e nos trechos menores que esses esse índice, o Daer carreou recursos para a sua conclusão.
De todos os seis governadores que se sucederam,  desde Antônio Brito, o governador Eduardo Leite, em cada um de seus dois mandatos, será aquele que deverá concluir o maior número de acessos municipais. Em 2019, segundo dados da Secretaria dos Transportes do RS,  havia 62 municípios ainda sem acesso. No período de janeiro de 2019 a março de 2022, foram concluídas 17 obras. Atualmente existem 21 acessos em andamento, 13 por iniciar e 11 em fase de projeto, segundo informou o secretário dos Transportes Juvir Costela.
“Até 2026, a nossa meta é concluir 100% dos acessos ou em fase de conclusão com, no mínimo, 80% desses acessos finalizados. E os outros 20%, se não estiverem concluídos, pelo menos devem estar em obras”, diz o secretário.
Somente na última gestão de Eduardo Leite, foram aplicados mais de R$ 230 milhões com recursos do caixa do estado nos acessos.
Ricardo Portella, que pela Construtora Sultepa e como dirigente da Areop acompanhou boa parte do histórico dos acessos municipais , admite que os  projetos feitos no governo Britto apresentaram algumas deficiências, assim como a demora do licenciamento ambiental, mas esses entraves não justificam o tempo que o estado deverá levar  para concluir os acessos de seus 497 municípios.
Em sua opinião, a falta de recursos por parte do Tesouro ao longo desses anos e os déficits orçamentários, devem ser levado em conta. Todavia, ele sustenta que todo esse atraso nas obras denota a falta de vontade política dos governos em reservar recursos para o que ele considera uma peça essencial no que diz respeito à mobilidade e à acessibilidade e que impacta diretamente na qualidade de vida das populações. “A prioridade sempre foi pagar o pessoal e conceder aumentos  salariais”, diz  Portella.
Empresário e integrante do Conselho Rodoviário do Daer, Luiz Roberto Ponte afirma que o acesso asfáltico talvez seja uma das coisas mais desejadas de comunidades sem essa pavimentação. Tanto isso é verdade que o então governador Britto fez projetos de acessos para todos os municípios. Chegou não somente a encaminhar os projetos,  mas também licitar as obras. “Tem obras licitadas naquele tempo que foram retomadas há pouco, o que mostra a pouca persistência que tiveram os governos subsequentes. Isso é retrato dos poucos recursos reservados pelo estado para a infraestrutura. O RS perdeu sua capacidade de investimentos, ficou anos investindo pouco, com raros momentos de inversão como no atual governo, que conseguiu  recursos com as privatizações e no período em que deixou de pagar a dívida com a  União”, completa Ponte.
Procurado pela INFRA-RS para emitir seu depoimento sobre o tema, Roberto Niederauer, presidente do Conselho Rodoviário do Daer não quis se manifestar.
Dos estados do Sul, Santa Catarina é o único com todos os acessos concluídos, o que ocorreu em março de 2014 quando foram encerradas as obras do último dos 295 municípios. Ao Paraná restam quatro acessos para a conclusão de seus 399 municípios.

 

 

 

 

 

 

 

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