FIESC diz que não há outro caminho para resolver os investimentos na infraestrutura de transportes de Santa Catarina sem a participação privada

Câmara de Logística da FIESC/Foto Filipe Scotti

A situação das rodovias é o maior entrave logístico enfrentado pelo Estado de Santa Catarina, segundo afirma Egídio Antônio Martorano, executivo da Câmara de Transporte e Logística da FIESC. De acordo com o Ranking de Competividade de 2022, as estradas catarinenses ocupam o  19.º lugar entre os Estados, um dos poucos indicadores negativos de SC, que se mantém em segundo lugar no ranking geral.   “Existe carência de investimentos para conclusão de obras em andamento, assim como para garantir a restauração e a manutenção preventiva e rotineira”, resume Martorano.

Em entrevista à revista MODAL, o executivo assinala que os investimentos do governo federal e do estadual correspondem a 15% da demanda real do Estado e isso implica na participação privada por meio de concessões ou PPPs.  “Não há outro caminho para resolver essa questão sem a participação privada”, sentencia.

Atualmente, segundo ele, as rodovias estaduais e federai têm 60% de seus traçados no território catarinense em estado precário. No caso das rodovias federais, a FIESC estima que sejam necessários R$ 400 milhões por ano somente para a manutenção e conservação preventiva e rotineira. “A restauração das rodovias é urgente”, defende.

Custos logísticos

De acordo com pesquisa da FIESC/UFSC, os custos logísticos na Indústria catarinense no ano de 202  foi de R$ 0,11 para cada real faturado na indústria. No ano de 2017 o custo ficou em R$ 0,13.  Na comparação com as pesquisas dos anos 2017 e 2022 os custos dos transportes passaram de R$ 0,04 em 2017 para R$ 0,07, aumento de 75%, o que reforça a precariedade na logística de transporte, assinala Martorano.  “Se não forem feitos os investimentos necessários, o cenário vai piorar”.


Já no que se refere à gestão de estoque, esta passou de R$ 0,08 em 2017 e 0,02 em 2022, redução de 75%, como os custos de armazenagem com diminuição de R$ 0,01 em 2017 e 0,02 em 2022, o que comprova que “a lição de casa” está sendo bem conduzida, acrescenta.

 

Demandas

Entre outras demandas da área de logística, o executivo da FIESC considera o modal hidroviário como o segundo maior desafio de SC. “ Emergencialmente  necessitamos de obras para permitir o acesso aos portos de navios de maiores dimensões que operarão na costa brasileira e que exigem maior calado e melhoria nos acessos marítimos para operação. Necessitamos urgente destes investimentos, na Baía da Babitonga  – Itapoá e São Francisco-, no canal de acesso e bacia de evolução do Portos de Itajaí e Navegantes assim como ajustes no molhe de Imbituba”.

Em relação à malha ferroviária, a FIESC  defende a instituição de um plano estadual de logística de transporte (PELT), incorporando os conceitos de intermodalidade, o arranjo produtivo catarinense, a carga de valor agregado e a participação do setor privado. Dessa forma seria viabilizado a construção de um sistema ferroviário que considere a cadeia de suprimentos e distribuição e permita o acesso de todos os nossos portos à malha rodoviária nacional. “ A FIESC entende que as rodovias devem ser priorizadas pela questão emergencial e que no momento recursos não devem ser aplicados em projetos ou obras ferroviárias sem que nossas estradas estejam com a segurança e fluidez de acordo com nossa pujante atividade econômica e industrial”.

Investimentos

 

Martorano admite que o governo do Estado mantém-se atento  em relação à  infraestrutura principalmente as rodovias estaduais, quando anuncia a intenção de realizar um investimento de R$ 1,3 bilhão neste modal.  “ Temos que acompanhar a execução destes valores. Ainda é muito cedo para qualquer avaliação quando se passaram somente seis meses desde a posse. Mesmo assim podemos considerar algumas medidas positivas, como a criação de uma equipe técnica para avaliar todos os contratos vigentes de obras rodoviárias, de uma Secretaria de Portos, Aeroportos e Ferrovia a ordem de serviço para a realização do Plano Aeroviário Catarinense”.

De acordo com a Agenda da Indústria para Infraestrutura produzida pela FIESC há necessidade de investimentos entre 2023 a 2026 nas esferas federal, estadual, municipal e privada nos modais  rodoviário (R$ 14,5 bi), aquaviário (R$ 1,72 bi) ferroviário (R$ 985 mi), aeroviário (R$ 695 mi) e dutoviário (R$ 510 mil).

 

 

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