Fim do contrato do gás boliviano com a Sulgás pode favorecer projeto da Copelmi

Gasoduto Brasil-Bolívia/Divulgação

Em mais uma tentativa de chamar a atenção do governo federal para o potencial energético do Rio Grande do Sul, a partir do carvão mineral, durante o seminário Novas Perspectivas para o Uso Sustentável do Carvão, realizado nesta terça-feira (18), na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), em Porto Alegre, o presidente da entidade, Heitor José Müller, manifestou seu apoio ao projeto da Copelmi que prevê a produção de gás sintético a partir da matéria-prima.
“Se o projeto é transformar o carvão mineral em um importante fator econômico do estado – e o potencial chega à casa de bilhões de dólares em investimentos –, então contamos com a sensibilidade de nossos políticos para ajudarem a viabilizar os projetos já em andamento e os muitos outros que poderão surgir”, destacou Müller.

O diretor de desenvolvimento de novos negócios da Copelmi, Roberto Faria, foi um dos palestrantes do seminário.  A mineradora gaúcha e o grupo coreano Posco planejam construir uma unidade de produção de gás natural sintético (GNS), ou gás de síntese, a partir de carvão mineral no Rio Grande do Sul para injetar na rede da Sulgás, distribuidora controlada pelo governo do estado e pela Petrobras.

O projeto requer um investimento de US$ 1,8 bilhão e o plano é colocar a unidade em operação no fim de 2019 ou início de 2020.   A unidade terá capacidade para fornecer 2 milhões de m3 por dia de gás natural com o beneficiamento de 3,5 milhões de toneladas de carvão por ano. O volume supera o contrato atual de fornecimento de gás boliviano para a Sulgás por intermédio da Petrobras, que é de 1,85 milhão de m3 diários e vence em 2019. A Copelmi estuda o uso do carvão para a produção de GNS desde 2012 em parceria com a Pontifícia Universidade Católica (PUCRS).

Segundo o Portal Brasil, atualmente, o carvão participa com 27% na matriz energética mundial, perdendo apenas para o petróleo, com 33% de participação. O carvão é, também, o energético com maior indicador de emissão de CO2.  No Brasil, o carvão mineral participa com um pouco mais de 5% na matriz energética e com apenas 1,3% na matriz elétrica. O principal uso do carvão ocorre na indústria siderúrgica e para geração elétrica. O carvão mineral brasileiro é considerado de baixa qualidade, com alto teor de cinzas e baixo conteúdo de carbono, o que inviabiliza a sua utilização fora das regiões das jazidas. Por isso, mais de 98% do produto é importado. As reservas de carvão do país estão situadas na região Sul, sendo que apenas as reservas provadas são suficientes para mais 500 anos.

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