Com mais de 50 obras de hidrelétricas em 20 anos de atividades no setor elétrico, a Fraga Construções Engenharia Ltda., de Braço Norte (SC), nunca antes havia executado um empreendimento em um período tão rápido como o da PCH Bedin (6 MW), inaugurada pelo presidente Jair Bolsonaro em 6 de novembro passado, que demandou investimentos de R$ 30 milhões.
Contratada pela SPE Santana Energética, a Fraga iniciou a obra em 9 de janeiro deste ano e terminou exatamente no final setembro. Em plena pandemia da covid-19, a empresa teve de adotar todas as medidas e orientações conforme as regulamentações dos órgãos de saúde, além de procedimentos internos orientados pela sua equipe de medicina e segurança que se deslocou até local, na comunidade Linha Guaraci, entre os municípios de Francisco Beltrão e Renascença, no oeste do Paraná.
Obra simbólica
Escolhida como obra simbólica pelo governo do Paraná, de agilidade na liberação de licenças ambientais, entre 48 outros projetos de PCHs com LIs ( Licenças de Instalação, a rapidez em sua execução foi um dos principais desafios, relata Maciel Scarsi, gerente da Fraga. “ Levamos praticamente a metade do tempo médio de uma obra de PCH, se bem que a obtenção de licenças e documentos exigidos são as exigências que demoram mais.”
Com uma quadro de colaboradores, que no pico da obra chegou a 100 pessoas, o empreendimento compreendeu uma barragem de concreto de comporta basculantes e ombreiras em solo/rocha compactados. O canal de adução foi escavado em rocha e solo, com câmara de carga em concreto, e o conduto forçado em aço com blocos e berços em concreto. A casa de força foi feita em concreto armado. E a execução de algumas estruturas foram simultâneas às vezes, em média 60 dias cada .“A organização e coordenação dos proprietários em relação aos fornecedores e o plano de ação civil foram primordiais”, destaca Scarsi.
O potencial das PCHs
Ao discursar no evento, o secretário adjunto de planejamento e desenvolvimento energético do Ministério de Minas e Energia, Hélvio Guerra, afirmou que as pequenas centrais hidrelétricas se tornam polos de desenvolvimento para os locais onde são instaladas. “As pequenas centrais hidrelétricas têm um potencial para o desenvolvimento social e econômico. Em todos os locais onde implantamos pequenas centrais, os indicadores sociais e econômicos crescem de forma mais acelerada do que no entorno daqueles municípios. Em alguns casos, os indicadores de emprego e renda crescem 20% acima daqueles municípios que estão em volta, os indicadores de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) crescem mais de 10%.”
Um ano positivo
Para a Fraga, 2020 está sendo um ano positivo na área de energia, mesmo com a pandemia. Atualmente a empresa desenvolve obras de 12 hidrelétricas ao mesmo tempo, espalhadas pelos estados de MT, MG, ES, PR, RS e SC. Nos próximos quatro meses, a empresa também pretende iniciar obras em São Paulo e no Amapá.
“ Os preços estão bem apertados, o que exige uma gestão qualificada para cada obra”, diz Scarsi, que estima o custo médio normal de uma PCH proporcional a R 5,5 milhões por MW e R$ 6,5 milhões/MW de uma CGH.