Governo gaúcho reivindica recuperação imediata da malha ferroviária deteriorada

Presidente da Rumo, Julio Fontana Neto/Divulgação

Falta de modernização, abandono de 35% da malha ferroviária do estado, além de defasagem tecnológica e baixo padrão de produtividade que culmina com um volume decrescente de transporte. Esses são principais pontos do diagnóstico elaborado por um grupo técnico formado por representantes de entidades empresariais e setoriais, criado em outubro de 2015, a fim de identificar as prioridades para a eliminação de entraves do modal ferroviário pertencente à empresa Rumo, ex -ALL (América Latina Logística).

Segundo o documento entregue pelo governador do estado, José Ivo Sartori, ao presidente da Rumo, Julio Fontana Neto, na sexta-feira, 6 de maio, em reunião realizada no Palácio Piratini, dos 3.259 quilômetros de ferrovias gaúchas concedidas pelo governo federal à ALL (América Latina Logística) em 1998, restam em operação 1.952 quilômetros. Na carta, o governo do estado sugere ações para reestruturação e recuperação do modal.

Entre as conclusões, o documento reforça a necessidade de incentivo à estruturação e implantação de plataformas concentradoras de carga; e o início imediato das ações de recuperação e implantação de ramais e a construção de soluções conjuntas com clientes e estado para o desenvolvimento da intermodalidade.

Matriz de transporte do RS
De acordo com levantamento feito pelo Plano Estadual de Logística de Transportes (PELT-RS), apenas 6% da produção gaúcha é transportada via ferrovia, enquanto  o modal rodoviário responde por 88% da carga, números muito abaixo da média nacional, na qual as rodovias respondem por 52% e as ferrovias por 30%, segundo informou o secretário dos Transportes, Pedro Westphalen . O documento recebido por Fontana Neto sugere a adoção de um plano de retomada dos investimentos a ser desenvolvido em ações estruturantes; de recuperação; e complementares.

Principais ações

Entre as ações estruturantes foram relacionados os seguintes itens: Implantação de estação de descarga da Rumo no Porto do Rio Grande, com o objetivo de aumentar a eficiência na operação junto aos terminais privados, e verificação da viabilidade de construção de estação de descarga de granéis.  Consolidar a plataforma concentradora de cargas na região do Planalto Médio (Cruz Alta) e implantar plataforma concentradora de cargas na Serra Gaúcha, segundo proposta coordenada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), com participação da CIC de Caxias do Sul e da CIC de Vacaria. Reivindica ainda uma plataforma concentradora de cargas na Fronteira Oeste Ação, segundo proposta da  Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul ( Farsul) a fim de viabilizar o ramal Uruguaiana-Cacequi, além de uma plataforma concentradora de cargas na Região Metropolitana.

No item sobre as ações de recuperação da ferrovia, o documento cita  a substituição de locomotivas e vagões; substituição de dormentes em trechos críticos da ferrovia; recuperação dos  trechos Rio Grande/Santa Maria; Cruz Alta/Santa Maria. Reforço estrutural de pontes no trecho Cacequi/Uruguaiana. Modernização do trecho São Paulo/Porto Alegre e reativação e recuperação do trecho Cruz Alta/Passo Fundo.

Débitos
Com débitos herdados do controlador anterior, a Rumo, segundo seu presidente, ainda aguarda uma melhor definição do cenário nacional para planejar seus investimentos. Conforme dados do exercício de 2015, a empresa opera com uma dívida líquida de R$ 7,8 bilhões, dos quais um total de R$ 1,4 bilhão vence neste ano, outros R$ 2,3 bilhões no ano que vem e R$ 2,4 bilhões em 2018
 

 

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