Grupo de empresários de Lajeado e um “pool” de investidores cadastra PCH Chimarrão para leilão de junho e aguarda LP para incluir PCH Saltinho no certame de setembro

Barragem da PCH Saltinho

 

Um grupo de empresários do setor de infraestrutura urbana, de Lajeado (RS), em conjunto com um “pool” de investidores,  depois de mais de 15 anos à espera de provimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de autorização das obras, poderá cadastrar até dois projetos de PCHs nos leilões de energia deste ano, marcados para junho (A-3 e A-4) e setembro (A-5 e A-6).

O primeiro empreendimento já cadastrado para os leilões A-3 e A-4, que conta com Licença Prévia (LP) emitida pela Fepam, é o da PCH Chimarrão, de 11,825 MW, que ficará localizada no rio Turvo, junto aos municípios de Muitos Capões e André da Rocha.

De propriedade da SPE Chimarrão Energética S.A., a usina é composta por três unidades geradoras com turbinas Francis horizontal simples, com 4,5 MW cada, mais uma unidade geradora, de 0,325 MW. Sua barragem/vertedouro será em concreto, com 152 metros de extensão e altura de 12 metros, e seu reservatório contará com uma área total de 18 hectares.

Com a expectativa de emissão de Licença de Instalação (LI) em junho próximo, seus empreendedores estimam começar as obras no primeiro semestre de 2022 e iniciar a operação comercial no segundo semestre de 2023. Os investimentos são estimados em cerca de R$ 60 milhões, com uma expectativa de geração de 80 empregos diretos e 150 indiretos durante a fase de construção.

“Foi uma longa espera até a aprovação, tanto na instância administrativa quanto na ambiental”, disse a MODAL um dos empresários, Airton Jorge Pohl, que participa desde desde o início dos projetos, junto com mais quatro empresas e um pool de investidores. A outra PCH, a Saltinho, de 27,27 MW, que será construído no rio Ituim, junto aos municípios de Ipê e Muitos Capões, distante 4 km da PCH Chimarrão, está aguardando a audiência pública, com uma expectativa de obtenção da LP ainda em maio, o que permitiria cadastrá-la para o leilão de setembro.

Composta de três unidades geradoras com turbinas Francis horizontal simples com 9 MW cada e uma unidade geradora, de 0,27 MW, a usina terá barragem/vertedouro de concreto, com 176 metros de extensão e altura de 10 metros, resultando um reservatório com área total de 41 hectares. A previsão de investimento é de R$ 130 milhões, dos quais 65% de financiamento e 35% de capital próprio dos investidores da SPE.  Durante a obra serão gerados 120 empregos diretos e 250 indiretos.

“O número de investidores é relativamente grande, uma vez que foram pulverizadas 55% das ações, possibilitando assim a qualquer investidor participar”, informou Pohl.

Para a execução dos projetos, os empresários se associaram a duas empresas de Chapecó (SC): Vértice e Futura, e a Múltipla de Florianópolis. As SPEs terão como diretores os engenheiros Aires Watzko e Nelson Dornelas.

Dada a proximidade das usinas, a conexão ao Sistema Interligado Nacional será compartilhada na subestação de Morro Grande em 138 kV, já existente, que se conecta ao sistema na SE Vacaria, em 138 kV.

À Estelar Engenheiros Associados, de Florianópolis, caberá a gestão de implantação das usinas. O último projeto gaúcho de PCH a vender energia em leilão foi a SE II- Centenária, do grupo Ceriluz, em 2018. Para o certame de junho, o RS cadastrou seis projetos de PCHs correspondentes a 68 MW.

Para o engenheiro Nelson Dornelas, para garantir uma taxa de retorno ao empreendimento, o preço médio das PCHs no leilão de junho não poderá ser inferior a R$ 200 MW/h. “Do contrário, não valerá o investimento”, afirmou.
Em 2019, 19 empreendimentos de PCHs tiveram o preço médio final de R$ 232,72/MWh, somando 253,64 MW de potência e 143,93 MW médios de garantia física.

 

 

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