Icom Hidromecânica planeja operar na área de geração de energia com investimentos em CGHs

PCH Forquilha IV/Divulgação

Fornecedora de equipamentos e de obras para centrais hidrelétricas, a Icom Hidromecânica, de Xanxerê (SC), planeja operar na área de geração de energia com investimentos em Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) para atender o aumento de demanda do mercado livre.

“Como somos fabricantes de equipamentos para o setor, temos interesse em viabilizar a construção de centrais hidrelétricas por meio de sócios e de parceiros”, informou à MODAL o diretor financeiro da empresa, Cláudio Piva. “A ideia é financiar as obras pelo BNDES, o que dependerá da taxa de juros a ser cobrada pela instituição”, completou.

Com atuação em 23 obras em todos os estados do Brasil, com foco maior no Rio Grade do Sul, Santa Cataria, Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, a Icom Hidromecânica possui uma parceria de longa data com a Creral  (Cooperativa Regional de Eletrificação Rural do Alto Uruguai), do Rio Grande do Sul.

“Estamos participando da quinta obra do grupo, depois das PCHs Albano Machado, Rio dos Índios e Santa Carolina, da CGH Santo Antônio e da PCH Forquilha IV, em que a Creral tem parte societária no empreendimento”, informa Piva.

A PCH Forquilha IV Luciano Barancelli, localizada no rio Forquilha, entre os municípios de Maximiliano de Almeida e Machadinho, começou a ser construída em agosto de 2018. Com potência instalada de 13 MW e investimento estimado em R$ 74 milhões, o empreendimento é formado pela sociedade entre as cooperativas Creral de Erechim, Ceriluz de Ijuí, Coprel de Ibirubá e a empresa Erechim Energia.

Com conclusão prevista para o primeiro semestre de 2020, a pequena central hidrelétrica terá um barramento de 300 metros de comprimento e oito metros de altura, área de alago de 41 hectares e canal de adução de 530 metros. A casa de força contará com três turbinas e a energia gerada será lançada no sistema interligado nacional por meio de uma linha de transmissão de 8,7 km. Para esse empreendimento, a Icom  fornecerá vários equipamentos, desde condutos forçados, comportas, grades, até ponte rolante.

“Sempre buscamos atender a Creral de forma a proporcionar economia em cada empreendimento, atrelado à qualidade do atendimento. Em síntese, podemos afirmar que a Icom Hidromecânica deve muito a Creral, pois por meio dessas cinco obras evoluímos tecnicamente sempre com  um crescimento estrutural em cada uma delas”, destaca Piva.
Cenário é de demanda crescente

Para o próximo ano, a Icom Hidromecânica detecta  uma demanda “interessante” de novos orçamentos, o que sinaliza uma evolução positiva.

De acordo com o empresário, a demora na liberações de licenciamentos de parte dos órgãos públicos, seguido da escassez de recursos, juros altos e concorrência com incentivos fiscais para outras fontes de energia são os principais entraves no setor hídrico avançar.

“Hoje,  o investimento é melhor em CGH devido ao baixo impacto e concessão vitalícia, apesar do custo por MW ser maior do que da PCH. Assim, a vantagem é variável  e depende de  cada projeto”, afirma.

Sobre os fatores que dificultam a expansão das PCHs no país, o empresário diz que em muitos desses casos existe um envolvimento político nas decisões. “Precisamos de mais celeridade nas políticas energéticas para destravar os investimentos e proporcionar a possibilidade de expansão no consumo através do mercado livre”, acrescenta.

Ele lembra que ainda hoje as usinas hidrelétricas são discriminadas porque causam “enormes impactos ao meio ambiente e isso não é verdade”.

“As pequenas hidrelétricas recuperam ambientalmente os locais de instalação por meio da manutenção de matas ciliares e fiscalização do meio ambiente ao seu redor. Nessa linha, deve-se atuar na conscientização dessas populações sobre os benefícios que esses empreendimentos proporcionam”.

Outra ação do setor deveria  incluir uma pesquisa onde existem usinas hidrelétricas, até mesmo as de grande porte, para saber a opinião da população dessas áreas a fim de avaliar a realidade sobre o efeito dessas obras, cita o empresário.

“É preciso também discutir qual a vantagem de necessitarmos da energia proveniente de fontes poluentes, principalmente de óleo e carvão, se existem muitos potenciais hidrelétricos não liberados por órgãos ambientais”.

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