Impressão de peças em 3D afeta cadeia logística de diversos segmentos industriais

O avanço acelerado de novas tecnologias, baseadas na digitalização e automação, está revolucionando métodos tradicionais de produção industrial, impactando diretamente nas cadeias logísticas. A impressão de peças e de partes de peças em 3D é uma realidade para montadoras, como Ford, BMW, Mercedes Benz, e gigantes da indústria da aviação, como Airbus. “É difícil falar de futuro, mas quando se trata de tecnologia em 3D, ao invés de você transportar produto acabado, é bem provável que vá transportar matéria-prima em quantidades mais fracionadas para abastecer estas impressoras”, avisa Ivan Moreno, diretor de Acesso ao Mercado da Bayer, em entrevista à Modal.

De certa forma, segundo ele, isso pode até gerar um aumento da logística por causa da entrega mais pulverizada. “Seguramente, será um mercado diferente, em que grandes volumes serão difíceis de serem transportados”, comenta, lembrando que esta pode ser uma tendência considerando apenas uma tecnologia.  “A tecnologia de informação pode mudar outros mercados que obviamente vão afetar as cadeias logísticas”, prevê o executivo da Bayer.

Indústrias de autopeças

Para ele, as indústrias de autopeças podem ser as primeiras a serem impactadas pela impressão 3D, mas reforça que se trata de um exemplo de uma tecnologia. “Não dá para generalizar sobre todas as indústrias de autopeças”, salienta Moreno, acrescentando que muitas empresas de outros setores industriais estão investindo em pesquisa para utilizar a tecnologia 3D.

Ivan Moreno cita como exemplo, a Proteus Digital Health, da Califórnia (EUA), que criou um dispositivo que ao ser ingerido vasculha o organismo, revelando padrões de saúde do paciente e indicando a eficácia no tratamento de doenças com mais precisão. “Essa tecnologia substitui os exames normalmente feitos em consultório. Ou seja, ela muda toda logística de, por exemplo, coletor de exame, como seringas para retirada de sangue dos pacientes”, comenta. “Estimar como este mercado será é muito difícil”, assinala.

Poder de reação

As cadeias de logísticas vão se organizar a partir de onde está a demanda, opina Moreno. “O que a gente consegue perceber é que, a partir do momento que você tem uma nova configuração de demanda, as cadeias logísticas são sempre as primeiras a serem impactadas pelas novas tecnologias e tem um poder de reação muito rápida”, ressalta o executivo, que dá outra situação: a entrega de roupas de um Centro de Distribuição de uma cadeia varejista para as filiais. “Imagina que boa parte das compras sejam feitas pela Internet. “Nesse caso, a logística pode ser mais pulverizada, saindo do produtor da confecção direto para o cliente”.

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