Leilão de linhas de transmissão viabiliza a entrada de grandes players do setor elétrico no RS

Executivos da Sterlite Power confraternizam após a empresa arrematar o lote 13 /Foto Luciana Aith/ Divulgação

O leilão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para a construção e operação de 7.152 km de linhas de transmissão de energia, realizado nesta quinta-feira, na B3, em São Paulo, terminou com todos os 16 lotes comprados que asseguram um investimento de R$ 13,2 bilhões, dos quais R$ 5,1 bilhões no RS.

Todos os cinco lotes programados para o RS, um deles dividido com Santa Catarina, foram arrematados com investidores que têm condições de antecipar o cronograma estabelecido pela agência, segundo afirmou à Modal o empresário Ricardo Pigatto, diretor da Abragel. “Devido à capacidade de investimento e robustez dos investidores, acredito que seguramente será possível colocar essas linhas e subestações em operação antes de março 2024 ”, acrescentou. “Até porque é do interesse dos investidores em antecipar o início das operações, o que garantira também a antecipação da Receita Anual Permitida (RAP)”.

Pigatto chamou atenção para a importância de o governo do estado atuar como facilitador, sobretudo, na questão das licenças de instalação concedidas à Eletrosul que devem ser repassadas aos investidores, mediante reembolso dos custos. “Como essas licenças foram concedidas em bloco à Eletrosul, elas terão de ser seccionadas para cada um dos lotes arrematados, pois se trata de cinco empresas diferentes entre si. E isso pode ser um desafio para a Fepam que está em via de reduzir seu quadro técnico devido à aposentadoria de servidores”.

Os vencedores do leilão
Sobre o investimento e a atuação da empresa na região, o CEO do grupo Sterlite Power, Pratik Agarwal, que arrematou  o lote 13, afirmou: “Sentimo-nos orgulhosos e honrados por fazer parte da história do crescimento no Brasl. Estamos comprometidos com a região e esperamos entregar o projeto antes do prazo”.

Rui Chammas, CEO da Sterlite Power no Brasil, disse: “Estamos felizes em ter conquistado esse projeto no atual leilão. Nossa estrutura robusta garante que não apenas nos sobressaíssemos em ganhar o projeto, mas também em executá-lo antes do prazo. Devemos parabenizar a Aneel por dar visibilidade aos projetos e pela forma transparente com que esses leilões são realizados”. Caberá à empresa indiana construir 316 km de linhas de transmissão, com prazo de realização da obra de 48 meses e geração de 1.942 empregos diretos com a oferta de R$74,7 milhões pela RAP, deságio de 38,90% em relação à receita inicial ofertada.

O lote 12 do leilão foi vencido pela  Transmissora Aliança de Energia Elétrica-Taesa. A empresa superou os concorrentes com oferta de R$ 58,9 milhões, deságio de 38,80% em relação ao valor da Receita Anual Permitida inicial de R$ 96,3 milhões. Neste lote há mais uma obra de reforço para escoamento do potencial eólico do Rio Grande do Sul, especialmente na região de Coxinha de Santana. A obra prevê a implantação de 587 km de linhas de transmissão e geração estimada de 1.525 empregos diretos. A empresa vencedora ofereceu a menor RAP em relação ao teto estabelecido pela Agência.

O lote 11 do leilão foi arrematado pela CPFL Geração de Energia S.A.. A oferta de R$33,8 milhões representou deságio de 38,51% em relação ao teto estabelecido pela Agência. Serão construídos 85,4 km de linhas de transmissão para escoamento do potencial eólico do Rio Grande do Sul, em um prazo de 48 meses, com estimativa de geração de 872 empregos diretos.

O Consórcio Chimarrão (CYMI Construções e Participações S.A., 50% e Brasil Energia Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia, 50%) arrematou o lote 10, com oferta de R$ 219,5 milhões, deságio de 42,38% em relação à RAP inicial estabelecida pela Agência de R$ 380,9 milhões. O empreendimento do lote 10 visa a integração do potencial eólico do estado do Rio Grande do Sul, especialmente na região do Escudo Rio-grandense, litoral sul e Costa da Lagoa dos Patos. As obras têm prazo de 48 meses e expectativa de geração de 6.088 empregos diretos.

A Neoenergia S.A. arrematou o lote 14, com oferta de R$120,9 milhões, deságio de 39,99% em relação à RAP inicial estabelecida pela Agência de R$ 201,5 milhões. O empreendimento do lote 14 viabiliza a integração do potencial eólico do estado do Rio Grande do Sul, e ao atendimento elétrico das regiões Sul e Extremo Sul de Santa Catarina. As obras têm prazo de 60 meses e expectativa de geração de 2.429 empregos diretos.

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