O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ajudou a evitar o lançamento de 1,8 milhão de toneladas de gás carbônico no ar com a aplicação de R$ 1 bilhão captado por meio da primeira emissão de Letras Financeiras Verdes no Brasil, em outubro de 2020. Esse volume corresponde a cerca de dois terços do montante gerado pela frota automobilística de São Paulo em um ano, segundo dados de 2015. Os recursos foram aplicados no apoio ao Complexo Eólico de Cutia e Bento Miguel (RN) e no Complexo Solar de Paracatu (MG). Os dados constam do primeiro Relatório da Letra Financeira Verde, lançado nesta quinta-feira (26).
Juntos, os projetos para geração de energia eólica e solar não só diminuem as emissões de CO2, como também agregam 445 MW de capacidade instalada ao sistema elétrico brasileiro. Essa energia corresponde ao suficiente para atender 740 mil residências. O apoio também contribui para que o Brasil avance na transição para uma economia de baixo carbono, em linha com o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) 13 da ONU (combate à mudança global do clima).
O Diretor de Crédito Produtivo e Socioambiental do BNDES, Bruno Aranha. destaca a relação da iniciativa com compromissos ambientais estabelecidos pelo país. “Essa ação está alinhada à visão do BNDES de ser o Banco do Desenvolvimento Sustentável Brasileiro. Os projetos apoiados pelo BNDES e que são lastros desta emissão ajudam o Brasil a atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e as metas climáticas para 2030. Isso tem como consequência a melhora da vida das pessoas”, conta Aranha.
A Diretora de Finanças do BNDES, Bianca Nasser, explica que a Letra Financeira Verde emitida no mercado local segue a trajetória iniciada com o Green Bond lançado em 2017 no mercado internacional. “Essa operação pioneira combina nossa estratégia de diversificação de fontes de financiamento com nossa missão em promover a sustentabilidade no País. Essa será a tendência que deveremos seguir quando acessarmos o mercado para captações”, detalha Nasser.
Captação no mercado – Em outubro do ano passado, o BNDES concluiu a captação de R$ 1 bilhão em Letras Financeiras Verdes (LFV), no mercado doméstico brasileiro. Os títulos têm vencimento em 2022.
A LFV segue a linha dos “green bonds” internacionais e tem características similares às das letras financeiras convencionais. No caso das Letras Financeiras Verdes, entretanto, os recursos obtidos devem ser destinados a financiar projetos ambientalmente sustentáveis, atestados por uma empresa verificadora especializada na área ambiental e com parecer de asseguração do destino dos recursos. Os investimentos viabilizados com esta operação poderiam ser direcionados a projetos de energia eólica e solar com desembolsos nos 24 meses anteriores à emissão, ou antes do prazo de vencimento do título, que é de dois anos.
A emissão de LFV promove a reputação do BNDES no apoio à geração de energia renovável e consolida a atuação ASG (Ambiental, Social e Governança) do Banco. Além disso, reforça a prioridade à sustentabilidade socioambiental, divulga as melhores práticas de gestão socioambiental e desenvolve o mercado para títulos verdes no Brasil.