Mega navios de 21 mil TEUs vão mudar a forma de importar e exportar

Uma significativa transformação ocorrerá nos portos brasileiros a partir de março do próximo ano com o ingresso de navios com capacidade para transportar 21 mil TEUs, de longe, as maiores embarcações do mundo para este tipo de carga. O primeiro impacto é que, inicialmente, somente os terminais portuários de Imbituba (SC) e de Paranaguá (PR) oferecem condições para operar embarcações dessa grandeza no, disponibilizando mais cargas e maiores ofertas de escoamento e recebimento de produtos para os mercados do Sul do País.

Vai mudar a forma como exportamos e importamos, sinaliza Marcos Tourinho, diretor comercial da Santos Brasil, empresa que opera o terminal de contêiner de Imbituba. “Haverá uma mudança a partir do momento em que os portos que não receberão estes grandes navios terão aumento significativo de transbordo”, comenta o executivo, acrescentando que na prática a principal vantagem (para os portos de Paranaguá e de Imbituba) é um custo operacional menor. Já a desvantagem é o aumento de transit time.

Quatro campos de futebol sobre águas

Atualmente, o serviço de navios para a Ásia opera com navios de 330 a 340 metros de comprimento e contratos de um ano. O maior navio que opera no Brasil é o da Hyundai, de 340 metros. As novas embarcações medem 400 metros (um campo de futebol padrão FIFA tem 105 metros de comprimento).

Estes gigantes vão operar na rota leste-oeste e vão liberar embarcações de 15 a 18 mil TEUs, que por sua vez, vão liberar navios de 12 a 15 mil TEUs. “Hoje, a capacidade operada no Brasil está acima da demanda. Podemos dizer que gira em torno de 14 milhões de TEUs/ano”, informa Tourinho. Imbituba tem capacidade instalada para movimentar anualmente 450 mil TEUs.

Movimento de Contêiner jan-julho 2016-2017

Localização privilegiada

O diretor comercial prevê um salto para Imbituba. “Temos um terminal capacitado para qualquer tipo e quantidade de carga. Podemos dizer apenas que a nova linha da Ásia (que iniciou no começo deste mês) vai duplicar a movimentação mensal do terminal de contêineres que hoje é de 7 mil TEUs. Por ano, a movimentação deste serviço tem potencial para atingir 75 mil TEUs, sendo cerca de 70% das cargas de exportação e 30% de importação”, explica Tourinho.

Para ele, o ganho competitivo de Imbituba em relação aos portos da Região Sul é devido ao terminal estar localizado em uma enseada de mar aberto e de águas profundas, sem restrição para acesso, nem em função de calado (profundidade) e nem por mau tempo. “Além disso, é o mais competitivo da região do ponto de vista financeiro, com custos logísticos e portuários cerca de 30% inferiores aos concorrentes”, ressalta Tourinho, lembrando que ele está estrategicamente localizado no Sul de Santa Catarina, distante 360 quilômetros de Porto Alegre (RS) e de Curitiba (PR), e a 90 quilômetros de Florianópolis, com fácil acesso rodoviário pela BR-101 e à malha ferroviária regional.

Danilo Leão Ramos, diretor comercial de operações portuárias da Santos Brasil, chama atenção para um ponto pouco valorizado em logística que é a velocidade dos caminhões nos deslocamentos para os terminais portuários. Em uma rodovia como a BR-101, por exemplo, se pode trafegar a 80 km/h para Imbituba, enquanto que em rodovias simples, a velocidade é, em média de 30 km/h. “Isso facilita muito, pois o exportador terá mais facilidade e agilidade ao escoar e receber suas cargas até o porto”, diz.

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