Como o Porto do Rio Grande se prepara para receber projetos de hidrogênio verde

É consenso de que os portos marítimos desempenham um papel fundamental na adoção global do hidrogênio verde e em tornar esse novo combustível competitivo. Além de um papel crucial na produção e distribuição de hidrogênio verde, a infraestrutura e a capacidade de manuseio os tornam locais privilegiados para seu armazenamento e distribuição. O fator mais importante que os portos marítimos desempenharão na competitividade do combustível é a redução de cerca de 70% de seu custo de produção, dado que está diretamente relacionado à eletricidade renovável. Outro fator chave no custo do hidrogênio verde é a escalabilidade, garantindo a produção em larga escala.

Um dos trunfos do RS na estratégia para desenvolver a cadeia do hidrogênio verde, o Porto do Rio Grande dispõe da infraestrutura necessária para atrair os  projetos que serão desenvolvidos por investidores privados, segundo afirma Fernando Estima, superintendente da Portos RS.

Parceria

“O  porto  conta com píer, dutovias, áreas e terminais especializados, existem três terminais de granéis químicos – Transpetro, Braskem e Odfjell Terminals e sua posição rodoviária é favorável,  por meio das BRs 116, 293 e 392”, relata o executivo. “ Quanto aos modais ferroviário e hidroviário existem operações da Rumo e da Brasken “.

O porto, observa Estima, também vem conduzindo alguma parceria com portos estrangeiros como corredor ponta a ponta da cadeia de suprimentos para hidrogênio verde, incluindo produção, recebimento e distribuição. Atualmente mantém relações com mais de 70 portos internacionais.  “O hidrogênio verde será mais um na pauta dos produtos a serem exportados pelo Rio Grande do Sul. Em especial, destaco o convênio com o porto de Roterdã, assinado recentemente durante o evento World Hydrogen Summit 2023 ”, acrescenta.

O ponto chave para o início da produção de hidrogênio verde no RS, segundo Estima, será a instalação, no estado, de projetos de energia eólica offshore, que ainda depende de uma  legislação, além de  estudos ambientais. “Superada a questão legal, a ideia é que nos próximos quatro ou cinco anos possam nascer os primeiros parques offshore. Momento que irá confirmar a produção de hidrogênio em grande escala”.

Cbustível pode atender até 12% da demanda global

 

O  hidrogênio verde deve atender até 12% da demanda global de energia até 2050, de acordo com a The International Renewable Energy Agency (IRENA). O hidrogênio verde pode ser obtido por eletrólise, ou seja, o uso de eletricidade (renovável) para dividir a água em hidrogênio e oxigênio.  O combustível não tem impactos de carbono, na medida em que energia usada para alimentar a eletrólise vem principalmente de fontes renováveis ​​como eólica, hídrica ou solar, conclui a agência.

 

 

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