PCHs podem ser grandes aliadas na retomada da economia no pós-Covid-19

Um período de grave recessão econômica, com retração do PIB e aumento do desemprego tem sido parte dos reflexos da desaceleração econômica ocasionada pela pandemia da Covid-19. E, embora não saibamos quando esta crise chegará ao fim, é certo que as atividades comerciais e industriais serão retomadas, o que torna as reflexões acerca do pós-crise relevantes e oportunas desde logo.

A energia elétrica é essencial não só para o processo produtivo, mas para a sociedade como um todo. O setor elétrico desempenhará um papel relevantíssimo para a retomada econômica e as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) podem ser uma forte aliada nesse processo. Além de contribuírem com a expansão do fornecimento de energia, as PCHs também trazem outros benefícios de curto, médio e longo prazo.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), estima-se que existem em torno de 120 PCHs (aproximadamente 1.700 MW) que poderiam ser implementadas no curto prazo, em um horizonte de 2 anos. Período mencionado como o mais intenso na retomada das atividades industriais.

Além de gerar energia limpa e renovável, as PCHs também têm a vantagem de estarem dispersas por todo o país e mais próximas aos centros de consumo. Cada usina gera emprego nos municípios onde estão instaladas, levando renda para esses locais.  Segundo um estudo independente da ATKearney, a construção de uma PCH gera, em média, 24 empregos diretos e 32 empregos indiretos por MW instalado, além de melhoras no Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) e no Índice FIRJAM de Desenvolvimento Municipal.

Outra grande vantagem das PCHs é que sua cadeia produtiva é 100% nacional. Assim, a construção do empreendimento também movimenta a indústria associada a cada elo da cadeia, como na fabricação de turbinas e equipamentos e na construção civil. Além disso, contribui para a arrecadação de impostos dos estados e municípios, numa proporção média de R$ 86 mil reais/MW, segundo os estudos da AT Kearney.

Em médio e longo prazo, há potencial para construção de mais de 1.000 hidrelétricas autorizadas, aproximadamente 13.000MW ou quase R$1,3 bilhões de reais/MW de receita para o país. Comparadas a outras renováveis, como solar e eólica, as PCHs geram 40% a mais de receita, segundo o estudo citado.

Todos aguardamos ansiosos pelo fim da pandemia e pela retomada da saúde econômica do Brasil e, diante de todos os seus atributos, certamente as PCHs poderão contribuir para esse processo.

Por Charles Lenzi – Presidente da Associação Brasileira de geração de Energia Limpa – Abragel

Juliana Villas Boas Carvalho de Paiva- Gerente de Assuntos Jurídicos e Regulatórios da Abragel

Nathália Nóbrega -Analista de Assuntos Regulatórios da Abragel

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