Pesquisa da Amcham mostra que a tensão comercial entre a China e os EUA causará impacto relativo no comércio exterior do Brasil

A tensão comercial entre a China e os EUA deve caminhar de fato para uma guerra comercial para 66% dos 130 dirigentes de empresas brasileiras e multinacionais que atuam no comércio exterior ou não, segundo pesquisa realizada pela Câmara Americana de Comércio no Brasil (Amcham) em julho último. Outros 53% avaliaram seu efeito como um risco de negócio de média proporção, enquanto que para 13% dos consultados as perdas devem ser mais profundas devido a um eventual aumento tarifário gerado pelo conflito.     Para os entrevistados pela Amcham, as perspectivas de médio prazo são de que os países mais atingidos pelo aumento de tarifas dos EUA buscarão outros mercados para suas exportações. Para 42%, esse movimento prejudicará especialmente nações emergentes e setores no Brasil, como agricultura e processamento de alimentos.

O segundo cenário apontado pela pesquisa, com 33% de respostas, foi a deterioração geral da conjuntura macroeconômica no Brasil devido à eventual redução no comércio global, o que provocaria a desvalorização do real e mais inflação.

De acordo com 53% dos consultados, o cenário internacional traz um desafio adicional para o governo a ser eleito em outubro: a necessidade de dar maior prioridade ao comércio exterior como plataforma de transformação econômica do país. Na lista de prioridades, do novo presidente eleito, devem entrar o diálogo bilateral com os seus principais parceiros comerciais, em especial, os EUA e China. Outras ações prioritárias citadas foram a simplificação e desburocratização das operações essenciais de comércio exterior (51%), identificação e eliminação de barreiras comerciais para o acesso aos mercados (20%) e políticas públicas para ampliar investimentos de empresas brasileiras no exterior (4%).

 Inserção nas cadeias globais de valor
Questionados sobre a principal barreira à integração e inserção do Brasil nas cadeias globais de valor, 31% apontaram a insegurança jurídica e normativa para investimentos. Em seguida, vieram os custos poucos competitivos (27%), inexistência de acordos comerciais ou de investimento (25%), ausência de estímulos à internacionalização de empresas e financiamento e garantia às exportações (13%).

 Brasil-EUA
No que se refere às negociações Brasil-Estados Unidos, 56% dos empresários defendem um governo brasileiro com postura mais ativa de diálogo na relação bilateral e o compromisso de um horizonte de negociação mais concreto. Para 33%, o diálogo já deveria ser intensificado no curto prazo, de forma a evitar possíveis novas sobretaxas.

Sobre a reforma tributária americana, a maioria ainda não sentiu efeitos negativos no Brasil. Para 62%, a queda do IDP (Investimento Direto no País) está mais relacionada à incerteza eleitoral. Dados do Banco Central mostram que o desempenho das aquisições e empréstimos de matrizes no exterior a suas filiais brasileiras teve queda de 30% nos primeiros quatro meses do ano em relação a 2017. Só 25% dos respondentes atribuíram esta diminuição à redução dos impostos nos EUA como forma de atrair e manter recursos no país. (Assessoria da Amcham)

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